domingo, 20 de janeiro de 2019

MÚSICA : ANDRELINA

Oh Andrelina, os teus olhos são azuis
Parece o azul do céu
Oh Andrelina, quando eu te avistei
Senti um cheiro de mel
Oh Andrelina, mandei fazer um vestido pra mulher
Sapato pro pé, duas carreira de botão, colchete, pressão
E eu pergunto a Dona Augusta
Se eu levo, se levo dois cravo branco na mão
Oh Andrelina, tu pensa que eu não te amo
Tais pensando muito errado
Oh Andrelina, quando eu te avistei
Eu fiquei apaixonado

Oh Andrelina, eu te quero e tu me quer
Isso é prova de amor
Oh Andrelina, vou me casar com você
Vamos morar em Moscou

Ouvi a música "Andrelina", uma canção que encanta pela simplicidade.
Dá vontade de dançar à noite todaaaa! Quanta lindeza numa música. Ainda bem que existem as redes sociais para prestigiar este tipo de som, pois se depender da mídia.

A propósito, Rubem Alves,no vídeo “Viva a Cultura Popular Brasileira”, ao assistir uma apresentação de dança popular faz a seguinte citação: "Isso aqui é uma arca de Noé. Tem
bicho de tudo quanto é jeito. Cada bicho canta de um jeito. Cada bicho tem sua dança. Isso é (a cultura do) Brasil."   Isto dá sentido à vida.  Segundo Millôr Fernandes , “o mal da cultura é que ela amplia gigantescamente a nossa ignorância. “Com influência de elementos das culturas indígena e negra, o Samba de Coco Raízes de Arcoverde é um retrato da poesia do sertão e do regionalismo nordestino.
Como não se encantar com o grupo Coco Raízes de Arcoverde?
Apesar de ter surgido em 1992, só ficou conhecido em 1996, quando começaram
a viajar para fazer apresentações. O grupo já foi para Bélgica, França, Itália além de várias cidades brasileiras.
O que diferencia o samba do Coco Raízes de Arcoverde? Lula Calixto foi quem criou o trupé, um tamanco de madeira que serve para dar forças às pisadas do samba de coco. Antes de o trupé ser inventado, o que se dançava era um samba de coco com pisada menos rápida, chamado por eles de mazurca.
A mazurca antecedeu o ritmo acelerado do trupé, e assim como o samba feito com roda, aquele feito por Selma do Coco, por exemplo, difere muito deste. Vejamos os porquês: antes do trupé, o ritmo era tocado basicamente pelo ganzá  e, antes disso, era tocado com um
maracá o que explica sua origem indígena.
No litoral, sempre se usou mais tambores e congas, além da zabumba, numa dança mais solta e com menos pisada.
Para a sonoridade de tambor, o Samba de Coco Raízes de Arcoverde usa um bombo, e de maneira autoral o trupé. Este instrumento foi para eles uma evolução do ritmo, sendo o diferencial do coco feito pelo grupo – o pandeiro é usado de maneira menos acelerada, com marcação feita pelo trupe e triângulo, e com a resposta (coro feminino).
O xaxado, o samba de roda e ritmos indígenas são fortes influências no coco feito pelo grupo.
As letras compostas por Assis, Damião,  pelo falecido Lula Calixto e Cícero Gomes, são o retrato da vida simples do povo sertanejo, cantando os animais, a natureza, a alegria ou os sofrimentos, o amor e a religiosidade do povo simples, trazendo muitas lembranças de vida. Também há duas categorias de dança no Samba de Coco Raízes de Arcoverde: o coco trocado, quando se dança em parelha de mãos dadas, indo para um lado diferente do acompanhante, e o coco de lenço, onde cada parceiro segura um lenço, fazendo os mesmo movimentos da outra categoria.
A casa de Lula Calixto hoje é a sede do grupo e pequeno museu do Samba de Coco Raízes de Arcoverde. Damião Calixto e Assis Calixto estão à frente do Samba de Coco Raízes de Arcoverde, junto aos filhos, irmãos e sobrinhos, preservando o ritmo e a poesia do coco de trupé.

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