segunda-feira, 30 de abril de 2018

SOBRE GIRASSÓIS



O SEGREDO DOS GIRASSÓIS
Helianthus significa “flor do sol” e anuus, ano - é uma das plantas mais populares do mundo,e é uma planta anual.
Para o Feng Shui, o girassol é a integridade e força que temos dentro de nós  e que queremos transmitir aos outros. É a flor do equilíbrio.
A generosidade e exuberância das pétalas amarelas envolve as sementes escuras do miolo, simbolizando o equilíbrio perfeito entre a luz e a sombra, entre o que é expansivo e introspectivo; estimula a conciliação perfeita entre esses dois opostos. Flor que segue a caminhada do Sol, indica luz, calor, sentimento de conforto, felicidade e sorte.



A LENDA DO GIRASSOL
Dizem que existia no céu uma estrelinha tão apaixonada pelo sol que era a primeira a aparecer de tardinha, no céu, antes que o sol se escondesse. E toda vez que o sol se punha ela chorava lágrimas de chuva.
A lua falava com a estrelinha que assim não podia ser, que estrela nasceu para brilhar de noite, para acompanhar a lua pelo céu, e que não tinha sentido este amor tão desmedido! Mas a estrelinha amava cada raio do sol como se fosse a única luz da sua vida, esquecia até a sua própria luzinha.
Um dia ela foi falar com o rei dos ventos para pedir a sua ajuda, pois queria ficar olhando o sol, sentindo o seu calor, eternamente, por todos os séculos.
O rei do vento, cheio de brisas, disse à estrelinha que o seu sonho era impossível, a não ser que ela abandonasse o céu e fosse morar na Terra, deixando de ser estrela.
A estrelinha não pensou duas vezes: virou estrela cadente e caiu na terra, em forma de uma semente.
O rei dos ventos plantou esta sementinha com todo o carinho, numa terra bem macia. E regou com as mais lindas chuvas da sua vida.
A sementinha virou planta. Cresceu sempre procurando ficar perto do sol. As suas pétalas foram se abrindo, girando devagarzinho, seguindo o giro do sol no céu. E, assim, ficaram pintadas de dourado, da cor do sol.
É por isso que os girassóis até hoje explodem o seu amor em lindas pétalas amarelas, inventando verdadeiras estrelas de flores aqui na Terra.



O SEGREDO DOS GIRASSÓIS (AUTOR DESCONHECIDO)
Nossos OLHOS SÃO SELETIVOS, nós “focalizamos” no que “queremos” ou estamos “sintonizados” para ver e, muitas vezes focamos no ruim, no feio, e deixamos de “enxergar” todo o restante, que é “belo”. ESCOLHER FOCALIZAR o lado melhor das pessoas, o lado mais bonito, o melhor que cada um tem a ofertar, a porção mais vibrante das coisas, é fazer como um lindo girassol, que escolhe sempre estar virado para o Sol, para a Luz! Se, assim o fizéssemos seríamos, constantemente “alimentados” pela luz…, seríamos mais saudáveis e felizes…
Se nossa atitude fosse como a de uma ‘grande antena de rádio’ que procura, ao máximo possível, “SINTONIZAR AS ONDAS” do lado bom da vida, nos sentiríamos “partículas” mais inteiras, mais CONECTADAS COM A FONTE… 
Na Natureza, nós temos uma antena que é assim: o girassol. O girassol se volta para onde o sol estiver. MESMO QUE O SOL ESTEJA ESCONDIDO ATRÁS DE UMA NUVEM…
Poderíamos também, mesmo que entre as nuvens, procurar a luz sempre, aprender a “realçar e admirar” sempre o lado bom daquilo que “recebemos”. Aprendendo a ampliar pequenos gestos positivos, transformando-os em grandes acontecimentos, FAZER COMO O GIRASSOL, que busca sempre o sol, a vitalidade, a força, a beleza, a luz, MESMO EM “TEMPOS”, SITUAÇÕES OU MOMENTOS DIFÍCEIS.
Apreciar o gesto de amor que alguém, em um determinado momento, dirige a você; admirar um sorriso sincero e luminoso de alegria de alguém que você mal conhece, ou convive com você; aceitar uma palavra amiga, que vem soar reconfortante, reanimadora; incluir por inteiro a comunhão, a partilha, a entrega de alguém que está lhe ofertando o seu melhor…
É TRAZER LUZ À NOSSA MEMÓRIA CELULAR!
E se o mau humor voltar, que volte também a lembrança das atitudes dos girassóis. A vida é assim, a busca constante de caminhos que iluminam, sem se culpar, sem sofrer, perdoando a si mesmo e pronta para recomeçar o caminho em direção a Luz…
Focalizar no melhor de todos e de tudo do mundo, valorizar o que há de bom e belo em toda e qualquer experiência e incluir isso dentro de nós, é O APRENDIZADO DA E PELA LUZ!
Mas existe uma particularidade no girassol que poucos sabem:
Quando não há sol e ele estiver fechado em uma sala escura com outros girassóis, ele se virará para outro girassol. Isto significa que quando estivermos tristes devemos nos aproximar das pessoas e não nos afastar delas, de maneira a acessar a Luz que cada um de nós possui e assim, um ajudar o outro em momentos difíceis (de escuridão), para que todos mantenham seu SOL INTERIOR ACESO, revigorando a ‘CHAMA trina’ de SEUS CORAÇÕES e evoluirmos juntos NO CAMINHO DA LUZ!
É este o segredo de uma vida melhor… que fará um mundo melhor… Que possamos seguir os ENSINAMENTOS DOS GIRASSÓIS!

CLÁSSICO:

domingo, 29 de abril de 2018

CONECTE-SE AO QUE IMPORTA


Para contemplar a campanha que recomeçou a rolar nas redes sociais, posto aqui uma palestra de Rossandro Klinjey, que considero muito pertinente para o momento.
“Os vícios que inibem a plenitude do ser” https://www.youtube.com/watch?v=dYhqaFf2gAw , segundo Rossandro, o  ano passado comemorou-se 10 anos do smatphone  e um conjunto de pesquisas começaram a evidenciar o preço que isto tem gerado.
          Só no Brasil, de 2000 até 2012, o aumento de suicídio cresceu 37%, ou seja, no mesmo período em que surgiu o facebook e o Instagran. Estou ultimamente tentando utilizar o menos possível as redes sócias. Quero estar com pessoas onde eu possa conversar olhando nos olhos, sentir um verdadeiro abraço e trocar afetos de forma verdadeira.   
          
       Voltou a circular recentemente nas redes sociais a campanha "Conecte-se ao que importa", lançada em Curitiba (PR), em 2016, com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a negligência dos pais e cuidadores de crianças e adolescentes ao desviarem a atenção para as telas do mundo virtual, submetendo os menores ao abandono afetivo

A campanha “Conecte-se ao que Importa”, lançada em 2016, no Paraná, por meio do Programa Dedica — Defesa dos Direitos das Crianças e Adolescentes parece ser mesmo atemporal. Os quadrinhos coloridos que popularizaram a campanha voltaram a circular nas redes sociais, por meio de WhatsApp, em grupos de pais, educadores, médicos, psicólogos e de famílias em geral. A campanha, que ganhou repercussão nacional, contou com a parceria da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas de Curitiba e do Conselho Regional de Medicina do Paraná.
A iniciativa acertou em cheio e chamou a atenção ao utilizar mensagens como estas: "Tablet não abraça", "Mãe, qual é a senha para conversar com você?", "Tem gente solicitando a sua amizade dentro de casa", "83% das crianças se setem trocados pelo celular. E você preocupada com o tempo que passa fora de casa", "Curta a vida dela como você curte a dos outros" .
      Um dos objetivos da campanha foi o enfrentamento de uma das formas atuais do abandono, caracterizada como violência virtual, que se inicia com a negligência dos pais e cuidadores de grande parte das crianças e adolescentes pelo desvio de seus olhares e atenção para as telas do mundo virtual.


      Nessa perspectiva, a campanha pretendeu conscientizar a sociedade sobre a importância de os pais darem mais atenção aos seus filhos e combaterem o excesso do uso de aparelhos eletrônicos e das redes sociais tanto por eles quanto pelos filhos.
                                                    

       Uso abusivo da tecnologia
A preocupação das organizações com o tema se baseia nos números. Pesquisa divulgada pela AAHC hoje aponta que 66% das crianças com idade entre três e cinco anos já sabem brincar com jogos de computador, mas apenas 14% conseguem amarrar os cadarços dos próprios calçados

     Os dados revelam que 83% das crianças elas se sentem traídas pelos pais que dedicam tempo exagerado aos aparelhos eletrônicos.
      Como resultado da exposição exagerada à internet e aos aparelhos eletrônicos, as crianças podem apresentar problemas graves como déficit de atenção, obesidade, privação do sono, atrasos cognitivos e introspecção. 
     As mensagens acima ganharam a simpatia das redes sociais por seu conteúdo leve, descontraído, atual e que convida à reflexão.

Por: Comunicação/Postal Saúde
Fontes:Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná
Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas de Curitiba

sábado, 28 de abril de 2018

LIVRO INFANTIL : A PARTE QUE FALTA





         Na próxima semana , iremos nos reunir com o grupo de literatura para refletirmos sobre o livro “ A parte que falta” do poeta e cartunista americano Shel Silvestein.
Antes gostaria de agradecer ao grupo a importância destes encontros, pois a literatura, assim como as pessoas que fazem parte do mesmo nos revigoram, nos fortalecem , nos renovam as forças e as esperanças.
         O livro  traz uma temática bastante recorrente do nosso cotidiano “a parte que falta” em cada um de nós. O personagem principal está em busca da parte que lhe  falta, e na verdade, quando ele pensa que encontrou, outras partes começam a faltar.
        Há muitos anos compreendi que nunca teremos tudo, logo, tento não complicar e exigir  tanto da minha existência, pois a nossa incompletude é óbvia!!
        Quando estamos nesta viagem, chamada VIDA, onde estamos sempre em busca de algo que nos complete, é lógico que isto é angustiante. Deixamos de viver as etapas de forma intensa e tranqüila. Isto não quer dizer que eu esteja completa. NÂO!!!!! Talvez esta postura que tomo seja uma defesa, pois tenho muitasss faltas, mas tenho de deixar várias brechas na alma.
        Vejo muito as pessoas falarem: “Ah..em determinado tempo, (sempre remetendo ao passado) “eu era feliz e não sabia!!!”   Como assim? Quer dizer que só no passado você foi feliz? Hoje não é mais? E nem tenta ser ? Poupe-me.... Sei que viver é muito difícil, mas hoje busco mais a minha completude emocional do que qualquer outra. Se eu não estiver bem comigo emocionalmente, não estarei com os meus vizinhos, amigos, parentes...e por aí vai...
       Os livros infantis da minha infância, sempre transmitiram valores como: “...e viveram felizes para sempre..” quando na verdade, a vida não é bem assim! Não há garantias de felicidade. Este ideal de felicidade é o que torna a vida cheia de angústia. E a vida é cheia de contradições: um dia chove, outro faz sol; um dia você ganha, outro você perde...
Isto não quer dizer que não existam casais que vivem bem; na minha geração conheço poucos, mas os admiro e tenho maior afeto por eles. Vejo neles muita maturidade, renúncia e resiliência.
       A nossa inquietude, que é constante, tem de ser abrandada. Não existe felicidade plena. Primeiro, temos de nos encontrarmos para não sofrermos e não exigirmos tanto de nós mesmos. Por último, termino com  um fragmento do poema de Fernando Pessoa:

"Toda a gente que eu conheço e que fala comigo Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, 
Nunca foi senão príncipe ­ todos eles príncipes ­ na vida...  Quem me dera ouvir de alguém a voz humana Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;  Que contasse não uma violência, mas uma cobardia!  Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.  Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil? 
Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? "


quinta-feira, 26 de abril de 2018

FILME : O SUBSTITUTO



           
 Este filme me deixou bastante impactada!! Lembrei-me muito do tempo em que estava em sala de aula e me sentia impotente diante de tantos problemas sociais; e hoje, quando visito escolas, percebo ainda muito de todas as questões que o filme retrata e que nos faz refletir.
            Observa-se que todos os personagens têm problemas, mas ninguém têm a compaixão de estender a mão ao outro, ou mesmo ouvi-los; como o professor que mantém-se agarrado às grades da escola, num movimento de súplica(“Você consegue me ver aqui? Deus, isso é tão terrível! Obrigado) ou, a conversa da suicida com o protagonista : ( “Você conversaria comigo? Quando você olha para mim é como você realmente me visse”).
             O título original do filme expõe toda a problemática do filme. A palavra inglesa “Detachment” pode ser traduzida como “desapego”, “distanciamento” ou “indiferença”. Isto é o que nos deixa claro nas relações interpessoais.
            O Substituto é um filme que tem como protagonista o professor Henry, que faz substituições sem nunca assumir uma vaga fixa. Chamado para realizar uma substituição numa escola caótica, encontrará professores desmotivados, estudantes violentos e sem perspectiva de futuro, desencantados da vida; alguns à procura de alguém em quem confiar para substituir os pais ausentes ou negligentes.
Henry vive carregando uma história familiar tortuosa, da qual não consegue se libertar. Cuida de um avó demente que está numa casa de idosos.
Um dia, retornando para casa, depois de uma de suas visitas, ele conhece Erica, uma jovem prostituta; ele a leva para casa, dá-lhe atenção e carinho.Uma cumplicidade nasce desta relação, até que Henry decide levá-la ao Conselho Tutelar. Mesmo assim, no final, é a única relação que nos salva, dando-nos algum indício de otimismo para a vida de Erica.
Percebe-se que Henry não quer criar laços afetivos.
Outra personagem que destaco é Meredith, uma jovem acima do peso que sofre bullying por sua condição. Ela tem um talento especial para as artes, um interesse forte em fotografia e colagens, mas nenhum apoio em casa. Sua vida é um mar de cobranças absurdas feitas por seu pai, que a quer magra e feliz. Dentro do enredo do filme, Meredith é uma das mulheres que serão essenciais para a trajetória de Henry.
A professora Sarah Madison, apesar de ter um papel pouco expressivo, seria a segunda mulher essencial para Henry. Se Meredith é aquela que o faz agir ativamente em prol de uma aluna, que o faz sair do campo da indiferença, Sarah é aquela que o aproxima dos colegas de trabalho.
Uma cena que destaco é quando o professor Henry fala sobre a importância da leitura como instrumento de libertação.


           Destaco aqui as reflexões de Carlos Aguerrea:
“A vida é dura, complexa, confusa. A vida de todas as pessoas, também  daqueles que tentam construir um futuro melhor, trabalhando para fazer a diferença. É difícil libertar os outros sendo ainda escravo. É impossível achar o caminho certo, enfrentar o caos da realidade, passar por cima de manipulações e humilhações, assumir feridas e ofensas, estando sozinho. Todos nós precisamos de uma mão amiga, alguém com quem caminhar, deixando para trás juízos, preconceitos, análises simples e estereotipadas da vida e das pessoas, alguém que nos aceite como somos e que saiba descobrir o tesouro existente dentro de nós. Essa deveria ser a missão de todo educador. Neste mundo tão complexo, todos nós deveríamos ser educadores e educandos, uns dos outros, para  juntos descobrirmos o sentido da felicidade, para não afundar no caos e na dor.”
Junto ao nosso protagonista aparecem outros professores e diretores escolares, desencantados, decepcionados, frustrados, em algum caso próximo já da demência. Os próprios problemas pessoais são carregados dia e noite, sem solução, sem oxigenação, condicionando todas as ações e decisões. Os problemas dos outros somente acrescentam mais carga de culpa, de vergonha, de desespero. Sem confiança, sem esperança, sem horizonte nem rumo, o professor acaba se transformando em vítima da vida, em objeto de chacota, de humilhação por parte de todos. Não tem nada para oferecer para os adolescentes porque não tem vida própria, somente um se arrastar dia após dia pela realidade hostil e violenta. Neste tempo complexo e difícil somente os indiferentes sobrevivem, mas isso é vida? 
Um filme questionador, provocativo, que impacta e nos leva a formular perguntas como: O que estamos fazendo com as nossas vidas? Até que ponto vivemos apegados aos nossos dramas? Até que ponto somos indiferentes diante da dor e sofrimento das outras pessoas? Que tipo de educador somos? Qual é a nossa missão como educadores neste mundo caótico?  



Para terminar, deixo aqui alguns diálogos do protagonista, a maior parte tirados das cenas que parecem mostrar a gravação de uma espécie de depoimento, de confissão pessoal.
  • “A maioria dos professores aqui, em determinado ponto, acreditava que podia fazer a diferença”. 
  • “Eu sei como é importante ter um rumo e também ter alguém que possa ajudar a entender as complexidades do mundo em que se vive”.
  • “Eu sou uma das poucas pessoas aqui que quer te dar uma oportunidade, agora eu só vou pedir pra você sentar e fazer o seu melhor”.
  • “Você já foi usada e descartada tantas vezes que até se acostumou com isso”.
  • “Eu perco muito tempo tentando não me envolver, para não me comprometer”.
  • “Devia ter um pré-requisito, um currículo para poder ser pai, antes das pessoas tentarem”.
  • “Incoerência é acreditar deliberadamente em mentiras sabendo que elas são falsas. Por exemplo: eu preciso ser bonita para ser feliz... ser magra, famosa, estar na moda... Os nossos jovens de hoje são ensinados que as mulheres são prostitutas, vadias, coisas para serem fornicadas, espancadas, envergonhadas. Isto é um holocausto publicitário, vinte e quatro horas por dia, pelo resto de nossas vidas. Os poderes instituídos vivem nos emburrecendo até a morte. Então, para nos defendermos e conseguirmos lutar contra a assimilação dessa burrice em nossos processos mentais, temos que aprender a ler, para estimular a nossa própria imaginação, para cultivar a nossa própria consciência, nossos próprios sistemas de crenças. Todos nós precisamos dessa competência para nos defender, para preservar as nossas mentes”.
  • “Todos temos problemas, coisas com as quais temos que lidar, e todos nós levamos eles para casa de noite, e levamos para o trabalho de manhã cedo. Eu acho que tudo isso, essa impotência, essa constatação, esse mal presságio, estar à deriva em um mar sem boia nem salva-vidas, quando você achou que seria você quem jogaria a boia”.
  • “Será que você nunca sentiu, nunca quis mandar alguém se ferrar, ir para inferno, porque a coisa está toda ferrada, a coisa está ferrada ou será que você não viu?”.
  • “O coração inteligente de uma criança pode desvendar as profundezas do mundo e dos locais sombrios, mas poderá entender o delicado instante de seu próprio distanciamento?”
  • “Nós nascemos assim, não há o que fazer, a não ser reconhecer como as coisas são injustas, e só isso não basta, eu não vou aguentar!”
  • “Somos todos iguais, todos nós sentimos dor, todos nós temos um caos em nossas vidas. A vida é muito, muito confusa, eu sei, não temos todas as respostas, mas eu sei que se você deixar rolar tudo dará certo”. 
  • “Eu queria que tudo tivesse sido diferente, eu tentei, entendeu? O negócio é que todos nós temos problemas e os nossos assuntos para cuidar. Alguns dias são melhores que outros, outros já não são tão bons, e tem dias que temos nosso espaço limitado por outras pessoas”.
  • “Muitos de nós acreditam que podem fazer a diferença e, quase sempre, nós acordamos e constatamos o fracasso”.
  • “Todos precisamos de alguma coisa para nos distrair da complexidade da realidade. Ninguém quer saber de onde tudo isso saiu. Ninguém quer saber da luta que é necessária para poder se tornar homem, para sair do mar de dores do qual todos temos que sair”.
  • “Temos essa responsabilidade de guiar os nossos jovens, para que eles não acabem se desmoronando, para que não acabem caindo no esquecimento, se tornando insignificantes”.
  • “Estamos fracassando. Fracassamos. Fracasso no sentido de que deixamos todo mundo na mão, incluindo nós mesmos”.
  • “Quando se anda pelo corredor ou se está na sala, quantos de vocês já sentiram o peso, fazendo pressão para baixo em vocês? Eu já.”

terça-feira, 24 de abril de 2018

ENTREVISTA : LÁZARO X CRIOLO

   


    Desde a semana passada que recebo comentários pelo zap sobre a entrevista de Lázaro com Criolo. 
    Comentários do tipo: "O ator Lázaro Ramos ficou mudo, sem reação alguma ao ver uma afirmativa da esquerda sobre a ascensão da classe "C" ser contestada, por um jangadeiro com apenas curso primário."
      Primeiro, Criolo não é um jangadeiro, é um artista.
     Segundo, achei que Lázaro não quis interromper porque achou que o que ele estava falando era pertinente. Vi Lázaro deixá-lo falar de forma positiva, porque esse tipo de fala nem sempre tem espaço na mídia. Pra falar besteira, a mídia é bem aberta, já pra falar coisas sérias, nem são chamados. Pelo menos ele pôde falar a vontade.
     Terceiro, já tinha assistido esta entrevista na íntegra, e o que observei foi o olhar de respeito e admiração de Lázaro pela fala de  Criolo já que os dois têm histórias parecidas.
      Quando assisti esta entrevista, copiei duas perguntas que achei as respostas de Criolo muito inteligente. A primeira foi esta, sobre a ascensão da classe "C", que está rolando no zap. A segunda foi esta:
    " Lázaro: Ao longo da sua vida, o que te guiou para fazer suas escolhas?
   Crioulo: Olha, eu amo Dona Vilon e Sr. Cleon. Sem eles, não haveria concepção. Mas tem um lance..o que nos salvou, no que a gente viveu nas ruas, e você sabe do que eu estou falando... foi a nossa completa ignorância e falta de habilidade em se adequar ao que está posto. O que me salvou foi a gente ser um ninguém durante um bom tempo de nossas vidas. Ou nós éramos ignorados, ou nós éramos chicoteados,ou nós éramos um encosto de porta em alguma pousada. Nisto, a gente fez nossa história. A gente sofreu, a gente vomitou, a gente voltou e aceitou que a gente não consegue fazer nada do que o pessoal fala que a gente tem de fazer para a gente ficar boneco na foto. Aí me sobrou o quê?  A beleza das artes, que é para muitos a fraqueza da alma. Porque a gente não consegue se esconder e vai pro palco e mostra a cara. Quem tem medo do povo, esqueceu que é povo também."
    Criolo fala da importância de seus pais em sua vida e de uma estatística muito real em relação à sua sobrevivência. Ele serenamente descarrega muitas verdades e  precisa ser ouvido .
     Em mais ou menos 25 min de entrevista , aprendemos tanta coisaaaaa!!!! 
     Viva a ARTE!!! Ela sempre nos salva.
     
     



CRIANÇA VIRA MELHOR AMIGA DE IDOSO E O CURA DA DEPRESSÂO


Como o AMOR nos cura e liberta!!! Principalmente da tristeza, da depressão, e em casos mais grave, da ideia do suicídio.

É natural ficarmos tristes. Ninguém vive alegre a vida inteira! Isto é hipocrisia. Quando faço trabalhos voluntários, quem ganha mais VIDA, mais ENERGIA e mais AMOR, sou EU. O poder da amizade também é libertador e capaz de iniciar grandes transformações. Um grande exemplo disso é um relato feito por Tara Wood, que mora na Georgia, nos Estados Unidos. Ela foi ao supermercado na companhia de sua filha Norah, uma animada garotinha que estava completando 4 anos naquele dia.
Feliz, a menina resolveu contar que estava comemorando para os clientes da loja, incluindo um senhor de idade chamado Dan Peterson.
Quando o Mr. Dan passou, ela sorriu e disse ‘olá, velhinho! É meu aniversário’ e ele parou, sorriu e respondeu ‘olá, mocinha! Quantos anos você faz hoje?’ eles conversaram por alguns minutos e depois seguiram seus caminhos”, explicou Tara. Antes disso, Norah pediu para tirar uma foto com Mr. Dan e, mais tarde, sua mãe a publicou no Facebook.

O post fez muito sucesso e acabou ganhando vida própria nas redes sociais. Tanto que chegou até uma amiga do senhor Dan que entrou em contato com a mãe de Norah e contou que sua esposa havia falecido há pouco tempo.

AMIZADE INESPERADA
Tara contou, também no Facebook, que no dia do encontro os dois se abraçaram como se fossem velhos amigos e que o idoso contou a ela que aquele tinha sido o melhor dia dele em muito tempo. Ao saber que Peterson estava deprimido, a mãe decidiu que iria levar sua filha para visitar o novo amigo todas as semanas. No primeiro reencontro, Norah abraçou o idoso, mostrou a foto que tiraram no mercado e algumas pinturas feitas por ela (ele as pendurou na geladeira) e entregou os doces.
PREOCUPAÇÃO COM O AMIGO
Alguns dias depois, Norah disse à mãe que estava preocupada com o fato de seu amigo morar sozinho e perguntou se elas não poderiam comprar um cachorro para ele, "já que cachorros fazem tudo ficar melhor".
Tara topou comprar um cachorro de pelúcia. Mãe e filha fizeram uma visita surpresa apenas para entregar o presente, ele adorou e entregou à menina um bichinho de pelúcia que já havia comprado para entregar a ela no próximo almoço que teriam.

"Cura" da depressão

“Ele disse que não tinha uma noite inteira de sono há muitos meses – tristeza e ansiedade faziam com que ele perdesse o sono, mas, desde que conheceu Norah, ele dorme rapidamente todas as noites. Ele disse que ela o “curou” .
Espero que muitas pessoas depressivas encontrem um novo caminho, busquem um novo sentido para sua vida e acreditem sempre que  o amanhã é um novo dia. Fé e esperança, sempreeeee...

segunda-feira, 23 de abril de 2018

BIOGRAFIA - IVONE LARA


      

       Como poderia deixar de lembrar de Dona Ivone!!! Figura que nos enriqueceu culturalmente e militou bastante por várias causas!!! Siga em pazzz!!!!
      "No dia 13 de abril de 2018, data em que completou 96 anos de idade, foi internada com um quadro de anemia, precisando receber doações de sangue. Três dias depois faleceu por insuficiência cardiorrespiratória. Seu corpo foi velado na quadra do Império Serrano.
        Cantora. Compositora.   O pai, João da Silva Lara, era mecânico de bicicletas, além de violonista e componente do Bloco dos Africanos. D. Emerentina, a mãe, era pastora do Rancho Flor do Abacate.  Aos seis anos de idade, ficou órfã de pai e mãe, sendo internada por parentes no Colégio Orsina da Fonseca, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, onde permaneceu até os 17 anos. 
        Aos 12 anos, foi presenteada pelos primos e futuros parceiros, Hélio e Fuleiro, com um pássaro "Tiê-sangue". O nome do pássaro e a expressão "Oialá-oxa", herdada da avó moçambicana, serviram de inspiração para o primeiro samba composto: "Tiê, Tiê". Admirada por suas professoras de música no colégio, Lucília Villa-Lobos, esposa do maestro Villa-Lobos e Zaíra Oliveira, primeira esposa de Donga, foi indicada para o Orfeão dos Apinacás, da Rádio Tupi, cujo regente era Heitor Villa-Lobos.
Saindo da escola, foi morar na casa de seu tio Dionísio Bento da Silva, que tocava violão de sete cordas e fazia parte de grupo de chorões que reunia Pixinguinha e Donga, entre outros. Com o tio, aprendeu a tocar cavaquinho. Seu primo, Mestre Fuleiro, também foi um dos fundadores da Império Serrano em 1947, ano em que Dona Ivone Lara mudou-se para Madureira e começou a freqüentar a Escola de Samba Prazer da Serrinha, mesma época em que começou a compor sambas para esta escola. 
      Casou-se, aos 25 anos, com Oscar Costa, filho de Alfredo Costa, presidente da Escola de Samba Prazer da Serrinha. Nesta época, passou a freqüentar a Escola, onde aprimorou seus dotes de sambista e conheceu os amigos Aniceto, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira, que mais tarde seriam seus parceiros em algumas composições. Com a fundação do Império Serrano, em 1947, passou a desfilar pela verde e branco de Madureira. Tornou-se enfermeira, formando-se logo depois em Assistente Social. Especializou-se em Terapia Ocupacional, dedicando-se a trabalhos em hospitais psiquiátricos, tendo trabalhado no Serviço Nacional de Doenças Mentais, com a doutora Nilse da Silveira.
        Em 1965 ingressou na Ala de Compositores do Império Serrano e compôs, com Silas de Oliveira e Bacalhau, o clássico "Os cinco bailes da história do Rio". A partir de 1968 passou a integrar  a Ala das Baianas. 
     Aposentou-se no hospital em 1977, passando a dedicar-se, exclusivamente, à carreira artística. Em agosto de 2002, recebeu o "Prêmio Caras de Música", na categoria "Melhor Disco de Samba", com o CD "Nasci para sonhar e cantar" e, neste mesmo ano, foi a vencedora do Prêmio Shell de MPB, tendo recebido o prêmio pelo conjunto de sua obra em grande festa do samba, no Canecão, no Rio de Janeiro, cujo roteiro-convite foi apresentado por Ricardo Cravo Albin, um dos cinco jurados que lhe deram o prêmio por unanimidade. Sobre ela, Túlio Feliciano, diretor do show no Canecão, deu depoimento ao jornal O Globo: "Ela é a síntese do samba. Tem o ritmo dos tambores do jongo e a riqueza melódica e harmônica do choro. Em seu canto intuitivo está um pouco da África e do negro americano". 
         No ano de 2006 a jornalista Mila Burns (esposa de Marcelo Camelo do grupo Los Hermanos) defendeu a dissertação de   mestrado em antropologia social "Nasci para sonhar e cantar" no Museu Nacional/UFRJ, tendo na banca Santuza Naves, Hermano Vianna, Aparecida Vilaça e Yvone Leite, sob orientação de Gilberto Velho. Na dissertação analisou as diferentes fases da vida da compositora (da infância à terceira idade) com base em depoimentos da própria Dona Ivone Lara, sambistas, amigos e familiares. 
      Em 2008 prestou depoimento ao Museu da Imagem e do Som. Nesta segunda parte de seu depoimento, a primeira parte foi no ano de 1978, a cantora/compositora foi entrevistada por Adelson Alves, Hermínio Bello de Carvalho, Marília Trindade Barbosa e Rachel Valença, em mesa coordenada por Rosa Maria Araújo, presidente do MIS. Foi homenageada pela GRES Império Serrano com o enredo do carnaval de 1012 “Dona Ivone Lara: O enredo do meu samba”, cujo samba campeão foi composto por Arlindo Cruz, Tico do Império e Arlindo Neto." 
      O texto acima foi retirado do Dicionário MPB.

TED -A DETERMINAÇÃO PARA ACHAR O SENTIDO DA VIDA- EDUARDO MARINHO

       A primeira vez que ouvi falar em Eduardo Marinho foi o ano passado, quando recebi pelo zap um vídeo que falava um pouco de sua trajetória. Fiquei encantada com determinadas posturas e a sua coragem de sair da sua zona de conforto ( uma vida confortável e abastada) para ir atrás do seu desenvolvimento espiritual.                  
     Aquelas palavras tão simples e tão verdadeiras fez com que eu refletisse ainda mais a minha relação comigo mesma, com as pessoas que estão ao meu redor e com o mundo. 
        Depois disto, já assisti vários de seus vídeos e sempre dou uma olhada no seu blog (OBSERVAR E ABSORVER) para saber  por onde ele anda. 
         Os questionamentos de Eduardo começaram ainda na infância quando foi a uma favela com sua mãe pagar uma promessa que a mesma havia feito. A partir daquele momento descobriu o que era miséria, logo veio a angústia de saber o porquê de muitos viverem naquela condição.
         Cheio de dúvidas, porém com muita coragem,(coisa que eu particularmente não faria) largou tudo e foi viajar pelo Brasil, deserdado da família. 
       Na caminhada, encontrou muitas respostas para muitas de suas dúvidas. Hoje compartilha conosco todas elas, como algumas que ele cita neste TED. 
           "Valorizar as pessoas que são desvalorizadas na sociedade, porque no meio que eu fui viver, no periférico, as relações eram muito mais bonitas, as pessoas eram muito mais solidárias."
          "Quando percebo uma pessoa refletindo diante de um trabalho meu, eu falo: Essa é a função que eu escolhi. Essa é a função que eu quero".
            " O ideal que é apresentado pra gente, que é construir patrimônio e enriquecer, não é o ideal da vida da gente. O que satisfaz o ser humano é AFETO, e ninguém diz isso pra gente. A sociedade não aponta o AFETO como objetivo de vida."
          Eduardo vem batalhando há muitos anos por uma sociedade igualitária, menos injusta e mais solidária.   
      Fala-nos que as pessoas precisam mudar internamente     para revermos  nossas atitudes. Ter a consciência de que estamos sendo enganados. Os valores que estão sendo empregados pela sociedade baseada na ambição e na ganância, concentração de renda ,só gera: exclusão, fome e miséria.Temos uma sociedade mais competitiva, menos solidária, tornando assim, um convite a violência e a intolerância.
Por fim, FILOSOFIA. Antes de querer conhecer o próximo, conhece-te a ti mesmo.


domingo, 22 de abril de 2018

CHARGE


CURTA METRAGEM: O CACHORRINHO E A AVE

      Interessante é que um filme tão curtinho nos diz tanta coisa!!! Uma delas é sobre a questão dos conflitos desnecessários. 
      Quando o cachorrinho percebe que a ave estava ali , apenas  querendo alimentar os seus filhotes , 
compreendeu como vil e egoísta foi ao brigar com a mesma por causa das minhocas que naquele momento estava sendo indiferente para ele. Não era um alimento para sua  necessidade.
     Às vezes,  as nossas necessidades são muitas, é bem verdade. O mundo nos faz sentir necessidade de dinheiro, beleza , poder... mas são necessidades que, em grande medida, quando mal experimentadas só aumentam o nosso vazio. Veja que na hora em que o cachorrinho faz uma boa ação, o Universo reage.  É a lei de ação e reação.
   A Natureza se harmoniza conosco quando nós começamos a perceber o que verdadeiramente faz sentido em nossas vidas. 
   Lembrei-me agora de uma das reflexões do Papa Francisco:
   " Os rios não bebem da própria água; as árvores não comem do próprio fruto; o Sol não brilha para si mesmo; as flores não perfumam para si próprias. Servir é uma regra da Natureza. Ser feliz é muito bom, mas fazer os outros que nos rodeias felizes, é muito melhor. "

sexta-feira, 20 de abril de 2018

ELE



Uma coisa é o que se fala; outra, é o que se sente! Conteúdos e afetos são dois pilares da nossa subjetividade.
Antes dele chegar, já sentia suas lembranças.
Estava em casa, de repente, ele chega. Chega com o seu jeito manso, másculo e meio malandro; jeito que encanta e ao mesmo tempo  inquieta minha  alma que estava meio  adormecida em relação à determinado tipo de  sensação e sentimento. Falou-me de sua contusão na coxa..
Fui à cozinha, concluir o nosso almoço, quando sinto seus carinhos em meu pescoço. Neste instante, meus lábios procuram logo os seus. A faca que estava utilizando para cortar verduras, começou a ter um novo significado: cortou o meu orgulho e eliminou o meu amor-próprio .
Mas...como assim? Haverá de novo uma via crucis do corpo? 
Percebi que ali tinha uma verdade. A verdade não necessariamente significa aprazível, ela é muito mais profunda, pois quando olhei para ele e vi nele um espelho que me  revelava, que provocava no meu ser a quebra do desconhecido, fazendo com que a capa protetora do desejo fosse rompida...compreendi a sacralização da vida, sacralização do tempo.
Vi  no meu corpo a narrativa de um texto vivo, libertando-se para o "prazer" de ser mulher.
Neste instante, tínhamos como testemunhas as paredes do apartamento e o céu que não parava de nos observar. Por fim, até Djavan silenciou.
O que não calou foi a minha consciência. Expandiu-se como uma semente que rasga a terra para brotar, querendo ganhar espaço; quebrando a resistência e procurando a luz.


quinta-feira, 19 de abril de 2018

GIBRAN : CASAMENTO



       
        Mais uma excelente palestra da Professora Lúcia Helena sobre o casamento, segundo o poeta       Gibran.   Como sempre, ela faz uma análise profunda de conteúdos e valores que nos fazem repensar  sobre esses sentimentos tão nobres, como : amor, afeto, respeito, confiança.. Casamento, casal, casales, vem do latim que significa: o lugar onde você constrói uma casa. Esposo vem de espondere que é consagrar através do sagrado.
    Então, Almitra falou novamente e disse:
    E que nos dizes do matrimônio, mestre?
    E ele respondeu dizendo:
    Vós nascestes juntos e juntos permanecereis para todo o sempre.
     
         Segundo Platão , há três maneiras de nos unirmos a uma outra pessoa.
1-        SOMA- é a união pela parte física, densa. Você pode se unir a uma  outra pessoa só por instinto. Hoje nós evoluímos tanto na tecnologia, mas no aspecto humano, segundo a visão platônica, retrocedemos, pois estamos no auge do amor físico. O uso do outro para te proporcionar prazer.
              2- PSIQUÊ- É a união através de afinidades psicológicas, gera união mais duradoura     do que  a do SOMA.  Há 100, 150 anos atrás, tínhamos o amor romântico, psicológico.
             3- NOUS- A união dar-se através de elementos internos, como: valores, sabedoria, virtudes, justiça, fraternidade, bondade...
               As afinidades psíquicas que são esse : "gosto"; "não gosto", não são iguais nem em relação a nós mesmos em outro momento da vida. Será que gostamos das mesmas coisas que gostávamos há 10  anos atrás? Se o casal não tem o ideal em comum, o gosto dos dois vai mudando em direções diferentes.
               Nos unimos ao outro através de elementos que são internos: valores, sabedoria, virtudes, justiça, fraternidade, bondade...
               À medida que eu for vivendo e buscando a bondade, eu me torno mais bondosa e ele também. À medida que eu for vivendo  e busco a fraternidade, me torno mais fraterna, e ele também.
               Quando você diz: “o que Deus uniu , o homem não separará” é porque esse divino sobrevive à morte do corpo. Por isso que Platão dizia: “ O amor é eterno”. Quando não é eterno, não é amor. Ele une 2 coisas que são eternas, que nasceram juntas; ele é uma constatação da unidade. É como se fosse a recuperação da unidade na multiplicidade. Eu encontrei um pedacinho do quebra-cabeça. Porque o universo é uno. Temos de realizar esta unidade (união de coração) em algum momento, porque dizem que todo o Universo tem de ser unido através do amor. Um dia terá de ser assim. A gente quando estiver diante da morte, irá verificar: àqueles que consegui amar, missão cumprida; os que não consegui, débito.
                
               Juntos estareis quando
               as brancas asas da morte
               dissiparem vossos dias.
               Sim, juntos estareis
               até na memória 
               silenciosa de Deus.
            É como se vocês considerassem que o NOUS, aquilo que você juntou, não se separa
     mais. A experiência que realizam na Terra para buscar isto, tem de ser individual;   compartilhada, mas cada um criando a sua.
          Tem uma passagem de Gibran com Mary que diz: “Querida Mary, eu sou um cidadão muito teimoso, tem certas coisas que todo mundo pode dizer e eu nunca vou acreditar, uma delas é que eu não tenho uma alma. A segunda é que minha alma possa ser separada da tua.”
            E isto não era teoria, quando ele morre e ela vai ao enterro, as pessoas ficam surpresas, porque o rosto dela era leve. Ela sentia que não o tinha perdido. Como poderia perder? Ela tinha uma sensação que estava unida a ele num plano que ninguém nem nada podia separar.
             Platão diz que aqueles que amam deveriam chamar o Deus “Efestos” para que fundissem as suas almas numa só; que recuperasse aquela união de alma. Um dia, estaremos unidos no coração de Deus, na memória silenciosa de Deus.

               Mas que haja espaço na vossa junção.
               E que os ventos do céu dancem entre vós.
      
Alguns dizem : “Você é tudo o que eu preciso para ser feliz!” Sabe o que é tudo que você precisa? Você mesmo. O outro pode caminhar junto com você, mas você não pode substituir tua coluna vertebral por uma bengala. Você não pode buscar fora, algo que você só pode encontrar dentro. Ele pode caminha junto, mas ele não pode dar a você, você mesmo.
Essa fantasia, faz com que diante da convivência, haja uma decepção.
     Minha avó falava: “ minha filha, sabe qual é o jeito mais rápido de curar a paixão por alguém? Casa com ele(a).” Porque se você não casa, a fantasia pode alimentar a paixão por toda vida. A convivência torna inviável a fantasia, porque fica o que é real.

      Amai-vos um ao outro,
      Mas não fazei do amor
      Um grilhão.
      Que haja antes um mar ondulante,
      entre as praias de vossas almas.
         
           É como se você imaginasse que cada ser humano é uma gota d’água buscando o oceano, buscando a unidade. Você pode ajudar a outra gota d’água a caminhar junto com você, mas não pensem que vão fundir uma gota na outra e abrir mão do oceano; isto vocês não estão sendo úteis um ao outro.

POEMA: PROMESSAS DE UM MUNDO NOVO - THICH NHAT HANH

Prometa-me Prometa-me neste dia Prometa-me agora Enquanto o sol está sobre nossas cabeças Exatamente no zênite Prometa-me: Mesmo que eles Ac...