Esta música de Flaira, desde o primeiro momento que ouvi me tocou profundamente, talvez pela identificação e busca de uma necessidade básica de querer me curar de mim. Todos os versos me contemplam. Flaira diz: "E dói, dói, dói me expor assim;Dói, dói, dói, despir-se assim". Mas, como não despir-me? Acho que um dos "melhores" momentos em nós é reconhecermos o quanto precisamos evoluir, o quanto precisamos ser, o quanto precisamos morrer várias vezes enquanto estamos vivos e logo após este rito de passagem, olharmos tranquilamente para o nosso interior buscando novos caminhos.
Devemos sempre encontrar um motivo para levantarmos da cama todas as manhãs. Nietzsche, destaca a importância de se buscar uma "razão de viver". Quando nossa vida se torna plena de sentido,de uma hora para outra os esforços já não são cansativos, e sim passos necessários em relação à meta que estabelecemos.
Uma das metas da minha cura é a aceitação. É a não cobrança por perfeição. É reconhecer todas as minhas fragilidades e carências. Fazer da carência um novo caminho, em vez de um motivo de frustração. "Nossas carências são nossos melhores professores, mas nunca mostramos gratidão diante dos bons mestres."
Flaira Ferro
Sou a maldade em crise
Tendo que reconhecer
As fraquezas de um lado
Que nem todo mundo vê
Fiz em mim uma faxina e
Encontrei no meu umbigo
O meu próprio inimigo
Que adoece na rotina
Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
O ser humano é esquisito
Armadilha de si mesmo
Fala de amor bonito
E aponta o erro alheio
Vim ao mundo em um só corpo
Esse de um metro e sessenta
Devo a ele estar atenta
Não posso mudar o outro
Eu quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Quero me curar de mim
Vou pequena e pianinho
Fazer minhas orações
Eu me rendo da vaidade
Que destrói as relações
Pra me encher do que importa
Preciso me esvaziar
Minhas feras encarar
Me reconhecer hipócrita
Sou má, sou mentirosa
Vaidosa e invejosa
Sou mesquinha, grão de areia
Boba e preconceituosa
Sou carente, amostrada
Dou sorrisos, sou corrupta
Malandra, fofoqueira
Moralista, interesseira
E dói, dói, dói me expor assim
Dói, dói, dói, despir-se assim
Mas se eu não tiver coragem
Pra enfrentar os meus defeitos
De que forma, de que jeito
Eu vou me curar de mim?
Se é que essa cura há de existir
Não sei. Só sei que a busco em mim
Só sei que a busco
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