Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo
um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com
os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação
das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da
Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A
Luva".
Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora
carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa
e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval"
(1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade
de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceu a profissão de advogado.
Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944,
escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães
de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos
Ilhéus".
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo
mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50)
e em Praga (1951-2).
Voltando para o Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, redigiu a seção
"Hora da Guerra", no jornal "O Imparcial" (1943-4).
Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário "Hoje" (1945). Anos
depois, no Rio, participou da direção do semanário "Para Todos"
(1956-8).
Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados
para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos,
não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha,
Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA.
Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O
Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos"
(1994).
Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças de teatro, histórias infantis e até um guia de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis e Paloma, psicóloga.
DEZ CURIOSIDADES SOBRE JORGE AMADO:
1. É um dos escritores brasileiros mais traduzidos e conhecidos no exterior, perde apenas para Paulo Coelho. Suas obras já foram traduzidas em mais de 50 idiomas e dialetos, editados em 55 países
2. É advogado por formação, mas nunca exerceu a
profissão.
3. Foi preso em 1940, no governo Getúlio Vargas,
acusado de participar de uma revolta comunista contra o presidente. Neste
episódio, dividiu cela com Caio Prado Jr.
4. Para escrever Tieta do Agreste, Jorge Amado passou
um ano trancado em uma casa, em Londres.
5. Colecionava sapos e espalhava-os pela casa. Uma das
atrações de suas visitas eram encontra-los nos aposentos.
6. Em seu exílio voluntário em Paris, Jorge Amado faz
amizade com Jean-Paul Sartre, Picasso e outros escritores e artistas.
7. Aos 12 anos, fugiu do internato para percorrer o
sertão baiano, viajou de Ilhéus até Itaporanga, em Sergipe, onde morava seu avô
paterno.
8. Jorge Amado aprendeu a ler com a mãe que o
alfabetizou com jornais.
9. O romance Jubiabá foi elogiado pelo escritor Albert
Camus em artigo de 1939.
10. O livro Mar morto inspirou Dorival Caymmi a compor
a música É doce morrer no mar.
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