quinta-feira, 31 de maio de 2018

PELO DIREITO DOS MENINOS



Sei que muitas pessoas não compreendem a diferença entre FEMINISMO X MACHISMO.Machismo não é o contrário de feminismo; machismo é a suposição de que os homens são superiores; feminismo não é a suposição de que as mulheres são superiores. Feminismo é a crença de que homens e mulheres somos iguais, por isso o feminismo não é coisa só de mulheres. Segundo o filósofo,Sérgio Cortella, o contrário de machismo é inteligência.
Embora eu não seja uma feminista radical,pois sei que existem vários tipos de feminismos, o respeito às mulheres e a busca pela igualdade de gêneros e pelo fim do machismo são assuntos que abordo com grande frequência, justamente porque acho que ainda temos um longo caminho pela frente e sempre há o que se dizer.
Sou fruto de uma família rodeada por homens. Apesar de meu pai não ser machista e minha mãe também não ser considerada uma feminista radical, mas lembro-me de uma fase em nossa família que minha mãe assumiu a frente de tudo, já que o meu pai havia ficado doente, porém existiam detalhes que eu, como mulher, eu era a única que teria de organizar casa, ir para cozinha...se alguns dos meus irmãos queriam fazer isto, era hobby, não uma obrigação.
É  preciso ensinar o respeito às mulheres quando os meninos são pequenos. "É muito tarde se deixarmos para educar os homens sobre o respeito às mulheres quando eles já são adolescentes ou jovens. Tarde demais. Você educa quando eles têm 4, 5, 6 anos. Ensina que meninos e meninas são iguais, que ambos precisam de respeito. Que em sociedade todos devemos nos respeitar e ajudar."
Observo, muitas vezes, falas e atos machistas de minha parte, depois a consciência retorna e faço uma análise sobre o que fiz ou disse. Um homem não nasce estuprador e nem machista. Ele aprende por imitação, principalmente em casa, em contato com a família.
O que deveríamos criar eram homens que no futuro pudessem compreender que o papel deles não é simplesmente ajudar, mas ser igualmente responsável; aí está o desafio, a beleza, de buscar o feminismo dentro de casa. Este é apenas um dos detalhes porque temos muitos  outros para serem ressaltados. 

Aproveito, então, para reproduzir aqui um texto que recebi pelo whatsapp cuja autoria é de Sílvia Amélia de Araujo. Compartilho pois é nisso que acredito.


Pelo Direito dos Meninos
por Sílvia Amélia de Araujo
Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!).
Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!).
Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina.
Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina.
Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também.
Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa.
Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas.
Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minisaia.
Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos.
Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria.
Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido.
Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.
O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.
Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.

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