O publicitário Antônio Euzébio
Pereira, de Brasília, foi selecionado por uma galeria da Suíça para expor o
trabalho dele em meio a 100 obras de arte em Nova York, nos Estados Unidos. Ele
é o único brasileiro da lista. A exposição já aconteceu no mêsd de março. O
evento ocorreu durante a chamada “Armory Art Weeks”. Em março de cada ano,
artistas, galerias e celebridades se reúnem em uma época considerada como das
mais importantes no mercado internacional de arte.
A obra de
arte escolhida é uma que faz parecer que a Ponte JK é uma pedra quicando no
Lago Paranoá. Ela envolve uma ilustração que complementa o mundo real.
"A
minha primeira felicidade foi quando recebi o contato da galeria, isso já foi
demais. Depois que fui selecionado para a exposição então, quase não
acreditei", declarou. "É de encher os olhos de alegria e o coração de
esperança."
Para ele, qualquer cena banal pode servir de
inspiração para os desenhos que faz, interagindo com a
realidade.
Nos traços do artista do DF, um
anjo descer escorregando na Catedral de Brasília ou uma lixeira do Parque da
Cidade fazer atividade física deixam de parecer tão absurdo assim.
A ideia de fazer desenhos que “completem” o mundo
real surgiu no início deste ano, numa fila de espera na Secretaria de Fazenda.
“Eu tinha que resolver a questão de um boleto, e
tinha uma mulher reclamando na minha frente. Como eu sempre ando com um
caderninho e estava de bobeira, fiz um desenho dela balançando nas cadeiras”,
contou o goiano radicado no DF há 43 anos.
O hábito começou como brincadeira, mas depois
passou a se tornar mais sério e a exigir mais dedicação do artista. “Desenho
pelo menos uma vez por semana, em quatro ou cinco lugares diferentes”, relatou.
“Vou caminhando e observando alguma coisa que pode ser inusitada, que traga
alguma mensagem legal.”
“O que tento fazer é dar
uma nova leitura para aquilo que retrato. É achar que outra mensagem aquele
lugar, com que a gente está acostumado, pode dar”, disse. Em média, o resultado
dos desenhos chega em dez minutos. “Às vezes tem que ser rápido por causa da
sombra que muda quando vou tirar foto, por exemplo. Já perdi desenho porque a
nuvem que você está retratando não se forma de novo.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário