Acredito
que temos todos os dias de produzirmos uma versão melhorada de nós mesmos ; não
para agradar aos outros, mas para sermos uma boa companhia para nós , então
hoje, para me sentir mais leve, resolvi me reinventar.
Claro que
não serei outra Myriam, apenas quero rememorar algumas boas lembranças. Isto não quer dizer que nos dias atuais eu não tenha boas lembranças, muito pelo contrário!!! Apenas quero registrar retratos de minhas vivências.
Quero
lembrar um pouco da casa em que morei na infância, que estava sempre de braços abertos para a acolhida. Os vizinhos abriam o portão e ao adentrar em nossa casa, eram sempre recepcionados com uma boa conversa, bom humor e uma culinária com cheiro e sabores específicos.
A abundância do amor dos meus pais matava a fome de quem sentia sede de afeto .
Nossos
encontros tinham o cheiro de ternura e alegria. Os meus amigos, eram pessoas da família.
Hoje, nós
preferimos fomentar conhecidos a amigos. Vejo as relações muito superficiais. Temos
medo de dividir os nossos segredos e é preferível não estabelecer nenhuma
intimidade com as pessoas com as quais convivemos. A convivência maior é através da internet que promove a cada dia mais o
enclausuramento humano, deixando que as relações cara a cara, corpo a corpo, se
limitem aos posts eventuais, e que as pessoas se “escondam” atrás de suas
máquinas.
Como já falei, a cada dia uso menos o face e o zap.
Ainda hoje conservo os amigos de infância, por isso iniciei o texto falando da minha casa, dos vizinhos que não eram apenas vizinhos, mas grandes amigos.
Existem os
amigos de fase e os verdadeiros. Os de fase são aqueles que estiveram conosco
num determinado momento de nossas vidas: na escola, num curso; os verdadeiros
perpassam todos os momentos.
O verdadeiro amigo, nunca nos incomoda, pois sempre é bem-vindo.
Não tem
data nem horário para aparecer ou telefonar.
Não precisa
de cerimônias para dizer o que quer.
Não desiste
de nós mesmos, mesmo sabendo das nossas incompletudes e imperfeições.
Não só ouve
o que é necessário mas também, o desnecessário.
Nos aceita como somos,
ainda que sejamos muito diferente dos seus valores.
Os amigos
são para toda a vida, embora não estejam conosco em todas as horas.
Somos um
pouco de cada um.
Como eu
conseguiria me avaliar, me criticar se eu não tivesse estas pessoas ao meu
lado? São eles que me reconstroem , me reinventam e me salvam.
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