Assistindo a uma entrevista de dois
jovens paulistas em Diálogos 98, fiquei encantada!!!
Esses jovens são: Raul Perez e
Antonio Lovato, produtores do filme “ Quando sinto que já sei”.
Raul Perez, estudante de jornalismo,
sempre estudou em escolas públicas e sua inquietação sobre a relação
professores X alunos,começou na Universidade, então estudou
educação, e alguns professores indicaram várias obras, entre elas, o
livro Vigiar e Punir, do filósofo francês Michel Foucault, e a
partir daí decidiu pesquisar mais, fez intercâmbio na Universidade de Coimbra e
neste ínterim, recebe uma mensagem de Antonio Vagalo que iria a Portugal e
gostaria de encontrá-lo. Ambos tinham os mesmos ideais.
Segundo Raul, “o documentário é um
meio de empreender educação. Queremos que as pessoas discutam educação, pensem
em novos modelos de escola,em outras formas de fazer escola, enfim,
que do jeito que está não dá mais.”
Antonio Lavato,complementa : “ O filme
é um meio de fomentar debates, massificar as informações e levantar
questionamentos, principalmente para quem faz escola e estão envolvidos neste
processo: professores, pais, estudantes, corpo pedagógico. Repensar, pois a
única forma da escola ser reinventada é através daqueles que a fazem.
O filme faz você refletir sobre o
principal papel da educação na escola, afinal, a educação perpassa
por nosso imaginário, sonho,carência,dificuldade, desejo..
Quantas coisas deixamos de aprender
estando em escolas que não têm um trabalho diferenciado com os seres
diferenciados que chegam até elas?
Fico feliz em saber que existem em
nosso país pessoas que lutam por uma educação de qualidade e que faça sentido;
como Tião Rocha (Educador e Idealizador do Centro Popular de Cultura e
Desenvolvimento) que trabalha com educação popular e com o desenvolvimento
comunitário a partir da cultura. Tião sempre deixa bem claro que, a cultura não
pode ser separada da educação. Cultura e educação estão juntas. É através da
nossa cultura familiar, local..que resgatamos nossa identidade.
Um outro destaque do filme é a Tia
Dag – Gagmar Garroux, (Idealizadora do Projeto Casa do Zezinho). Uma entidade
na periferia de São Paulo que oferece atividades educativas a crianças e jovens
de baixa renda. Para tia Dag, tem de haver uma revolução educacional no Brasil,
pois tem muita coisa ultrapassada.
O filme propõe que
repensemos o sistema educacional vigente que está aí,
e sugere uma escola autônoma que faça a diferença.
Nas instituições retratadas, os estudantes são mais felizes e
participativos. Não precisam provar isso a ninguém, apenas para eles
próprios , pois a construção do ser dar-se na troca de experiênciacom todos que
estão ao seu redor, família, comunidade,natureza...
A equipe visitou sete projetos, cada
um com as suas peculiaridades.
Para o professor José Pacheco, Escola
Livre não quer dizer bagunça. Isso quer dizer que é necessário ter
roteiros de aprendizagem, criar projetos, dando assim a oportunidade de vida e
de expansão no sentido de uma vida com compromisso consigo mesmo e com o mundo.
Observo professores perdidos; engessados a um
sistema que não valoriza o indivíduo, não fala a língua dos estudantes,não
utiliza de várias estratégias para a aprendizagem....
Este
filme, abre janelas para o novo. Vale à pena assistir e verificar o quanto temos de aprender, pois nossas
escolas têm de fazer sentido para a construção social do ser.
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