Esta é mais
algumas falas da professora Lúcia Helena. Reescrevi algumas falas do vídeo que tem como
tema: “FILHOS” baseado no texto de Gibran. Sempre fico pensando nas reflexões que ela nos traz...
“A tarefa de ter filhos, não
se resume a dar à luz a um corpo, porque não termina aí o seu trabalho.
Quando eu faço com que uma
pessoa desperte para um novo nível de consciência, eu não dei à luz para essa
pessoa?
A nossa sociedade nos educa
para fazer coisas e não para construir
homens. A gente muitas vezes não sabe nem como formar a nós mesmos,
quanto mais aos outros...
Uma mulher
quando carrega o bebê no ventre ou no colo, é muito difícil para a consciência
dela não identificar aquele corpo como seu. Na verdade, nem o nosso corpo é
nosso. Nós viemos ao mundo através dele, mas ele pode ser tirado de nós a
qualquer momento. Muitas vezes, o sentimento de posse em relação ao corpo,
transferimos para a criança, que é como se fosse uma continuidade de nós.
Para
àqueles que já tiveram filhos, sabem que ter filhos é desenvolver sentimentos
de altruísmo, espírito de sacrifício ou sacrificar-se pelo outro ser humano.
Platão
quando fala dos filhos na República, diz o seguinte: o verdadeiro amor não pode
ser uma linha horizontal, não pode ser uma relação comercial de troca. O
verdadeiro amor é sempre vertical. Eu dou por um simples desejo de ver o ser
amado caminhando em direção ao bem. O amor se realiza em si mesmo, não espera
nada em contra-partida. E Platão vai dizer que dentro da sociedade em geral,
dos amores medianos que conhecemos, o que mais se aproxima disso, quando é
sadio, é o amor dos pais.
Se você
cobra aquilo que fez pelos filhos, vira um plano de previdência privada e isto
empobrece este sentimento.
Síndrome do
ninho vazio, se você não tiver cuidado, você entra em depressão, porque achava
que o filho era seu, e que de repente, a vida tirou.
A essência
da vida deseja se perpetuar. Existem níveis diferentes de vida. A vida vibra
nos nossos pensamentos, nas emoções e no nosso corpo. Agora, dentro da vida
material, só tem um jeito da vida se perpetuar, de alcançar a eternidade, que é
colocar corpos novos no lugar dos antigos; que é o que a primavera faz,
renovação com flores diferentes, não são as mesmas da primavera passada.
Em relação
aos filhos, a consciência humana busca individualidade, busca se perpetuar sendo
ela mesma; então você tem de buscar esta eternidade em planos mais sutis,
porque senão, vamos nos sentir donos dos nossos filhos.
O que você
vai propor para um pai que está sofrendo da síndrome do ninho vazio? Ele enche
esse ninho com o quê, se ele não tem outra coisa?
É muito
difícil você escapar da possessividade, se você não desenvolver um grau de
espiritualidade, a saída quando a vida nos pressiona, é irmos para cima ( O
Sagrado).
Se nós
guardássemos esta simples máxima oriental, escaparíamos de muita dor. Não
adianta tentar bater contra as paredes ou sair através delas. Tem horas que ela
não deixa nenhuma brecha. Não é que ela trame contra você. É porque ela sonha
com você em outro patamar.
A própria
essência imortal do homem vem através do corpo e se eu não tenho nenhum contato
com essa essência, minha identidade é com o corpo.
Uma coisa
interessante, porque quanto mais nos identificamos com o corpo, ao invés de
usá-lo bem, usamos mal.
Lao –Tsé , um
sábio chinês, deixou um livro chamado “
Tao Te Ching”. Neste livro, ele fala como era o sábio de antigamente. É muito interessante
a gente saber sobre isto. Por que a gente não quer amar a sabedoria? Ele diz o
seguinte: ” os sábios de antigamente, se comportavam como se fossem hóspedes de
um hospedeiro muito cerimoniosos”.
Lembre-se
da máxima: “ Nada do que é teu pode ser tirado de ti, então se o corpo não é
meu, pertence a Natureza e pra ela eu vou devolver um dia, então se esse corpo
não é meu e pertence a Natureza, o que é que o meu corpo é, em relação a mim?
Hóspede.
Eu sou um
hóspede de um hospedeiro muito cerimonioso, ou não? Olha como a Natureza arruma
sua casa. Olha as plantas lá fora; olha as flores da nossa primavera que está
começando..."
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