sábado, 14 de julho de 2018

FILME: A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS



A vida secreta das palavras conta a história de Hanna, uma mulher solitária e cheia de mistérios.
Hanna traz elementos que só serão justificados no final do filme, como: a necessidade de uso de um aparelho de surdez (que é desligado quando ela quer ficar sozinha)e o isolamento com o mundo. Sua alimentação insípida é uma metáfora de sua vida: todos os dias come apenas - arroz, frango e maçã. Trabalhadora de uma fábrica têxtil há quatro anos, nunca havia tirado férias, nunca havia perdido um dia de trabalho, nunca havia se atrasado..até que um dia, o seu chefe a chama e comenta que seus  colegas estão protestando sobre o seu direito trabalhista, esta resiste, mas acaba cedendo ao  apelo do deste e parte de férias para uma cidade litorânea. 
Nesta cidade fica sabendo, através de um senhor que se encontrava no mesmo Restaurante em que ela estava jantando, da necessidade de uma enfermeira para cuidar de um homem (Josef) que havia sofrido um acidente na Plataforma de petróleo e encontrava-se temporariamente cego e com bastante queimadura em seu corpo.
Aparentemente, até aí poderia ser uma história comum, mas tanto Josef como Hanna têm dores profundas na alma. Josef tem mais feridas do que aquelas visíveis, espalhadas por seu corpo, e é também um homem ‘que não quer ver’ certas coisas. Um cego voluntário. Hanna também terá seus motivos para não ver e ouvir e, sobretudo, lembrar de determinadas experiências. Os diálogos entre ambos no início são evasivos, mas depois vão sendo transformado em linguagem de afeto, encontro e confiança.
O filme aborda o passado; como sobrevivê-lo e superá-lo sem deixar de fora o presente que se revela através de linguagens nunca antes descortinadas.
As palavras que têm sua vida secreta, vão curando as dores e feridas, transformando em cicatrizes que podem ser tocadas; primeiro tocam-se nas feridas internas e  logo observam que as feridas da pele, diante do contexto de suas vivências não têm importância alguma. A ressignificação da vida é o caminho para busca do auto-encontro.
Aos poucos, o sofrimento vai diminuindo e sendo controlado. Os encontros começam a ter um poder, gerando um impacto dentro da trama. As confissões de Hanna e Josef levam a uma profundidade inacabável de lembranças e sofrimentos. Um mundo de surpresas, dor e esperança começa a brotar levando a um desfecho simbólico, deixando as feridas se curarem para dar as boas vindas a novas oportunidades que virão, acreditando que tudo passa, e que algo melhor pode estar por vir.

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