quarta-feira, 11 de julho de 2018

CURTA : CALANGO-LENGO: MORTE E VIDA SEM VER ÁGUA


Ontem, para minha grande surpresa, recebi pelo whatsapp de um amigo especial, o filme de animação: “Calango-lengo: morte e vida sem ver água”. Uma verdadeira saga sertaneja.
A linda animação é do paulista - Fernando Miller e foi produzido em 2008, porém sua atemporalidade é notória através dos temas retratados, como: seca, fé, fortuna, medo e luta contra a morte. Eu particularmente, não conhecia. É um filme para ser visto e discutido por todos, pois reflete a nossa  a preocupação quanto ao uso da água.
De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em Washington, até 2050, um total de 4,8 bilhões de pessoas estarão em situação de estresse hídrico. 
Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque as safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos. 
Das dez Bacias Hidrográficas mais densamente povoadas do mundo, que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis.
O personagem principal é um CALANGO ( uma espécie de lagarto que geralmente vive no solo ou em pedreiras). Calango encontra-se na caatinga, região bastante seca aonde vimos a presença de cactos e   um sol nordestino castigante.   Busca água numa cacimba e retira desta apenas uma gota que logo se evapora, observamos como consequência, a perda de sua plantação de milho.
Mas, como explicar tal situação se o Brasil, é o primeiro país em disponibilidade hídrica do mundo. Nosso país concentra em torno de 12% da água doce existente e abriga o maior rio em extensão e volume do Planeta, o Rio Amazonas. 

Além disso, 90% do nosso país recebe chuva, em abundância, durante todo o ano. E as condições climáticas e geológicas favorecem a formação de uma extensa e densa rede de rios.

Mas apesar de todo este volume de água, ela é distribuída de forma irregular. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do país tem disponível 6% do total da água.
A tristeza é notória no semblante de CALANGO, a barriga ronca de fome e a morte tenta agarrá-lo, pois muitos dos seus irmãos já haviam perdido a vida. A morte o persegue, o chama, mas ele resiste e briga com a mesma.
Afinal, como diz Euclides da Cunha : “o nordestino é antes de tudo um forte”.
Um caminho que Calango busca é a religiosidade: a fé.
Este é um momento de grande emoção no filme, pois mesmo com a alma cansada e seca, humildemente Calango vê na imagem de Nossa Senhora a representação da esperança e medianeira dos Céus.
Até que por fim, a chuva chega trazendo a alegria e felicidade  para Calango  por ver  uma vegetação  florida e a barriga erguida.
"Na seca não há outra sorte: viver fugindo da morte, como foge o rato do gato." Comparam a perseguição da Morte X Calango com Tom e Jerry.
Muitoooo bem produzido!!! Retrata a nossa triste realidade com muito bom humor. Tenta nos conscientizar dos grandes problemas que toda população brasileira pode ter no futuro, independente de classe social. 
O CALANGO do filme pode representar todos nós, pois se  um dia  faltar água, a vida está ameaçada, uma vez que a água é a fonte de vida do planeta.

 


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