Só Eduardo Marinho para fazer com que eu assistisse o Pânico!!! Para mim ficou muito claro a representação da sociedade entre os entrevistadores – sociedade hipócrita, preconceituosa, elitista e cheia de rótulos...Infelizmente!!!
Entrevista começa aos 30 ‘ mais ou menos.
Percebemos que em alguns momentos tentaram desestabilizar Eduardo, mas não conseguiram, pois quem tem consciência do seu lugar de fala, ou seja, quem tem argumentos verdadeiros, jamais se deixará abater por quaisquer tipos de questionamentos .
Eduardo tem o seu jeito próprio de ser e de encarar a vida. Com muita sabedoria e coragem saiu da matrix há anossss.
Quando tentaram rotulá-lo de hippie, ele respondeu:
“Eu aprendi muitas coisas com os hippies. Eu não me sentia hippie. Eu me sinto uma pessoa. Talvez eu seja um cara não competitivo, muito mais cooperativo, sem ambições. Eu só quero o que preciso da vida; nada mais do que isto.”
Ao falar sobre desigualdade social, adverte: “A coerência de direitos se origina no desejo de privilégio. A sociedade junta privilégios num cantinho para um punhado e para isto precisa roubar os direitos de uma grande maioria que está à serviço deste punhado.”
Mais adiante, querem mais uma vez classificá-lo de anarquista e ele retruca:
“Anárquica com certeza minha vida é. Quando eu tinha 18 anos, resolvi que a minha vida não iria ter duas coisas: patrão e empregado. Chefe e chefiado. Superior e subordinado.”
Sobre as estruturas hierárquicas das religiões, reflete:
“Eu não lido com religiões. Eu trato com espiritualidade, porque as religiões elas cometem para mim o equívoco de explicar o inexplicável; conceber o inconcebível e alcançar o inalcançável e por sobre ameaça. Acho que o ser humano não tem condições de estar em contato com o Ser Supremo do Universo. Ele nem conhece o Universo.”
Quando trata sobre o tema da espiritualidade, ele arrasa:
“No templo todo mundo é
santo. A espiritualidade de uma pessoa está na conduta dela no meio das outras
pessoas: no mercado, na rua...como ela trata as pessoas.. É uma pessoa
compreensiva, tolerante, serena, calma, respeitadora... então tem alta espiritualidade!
É uma pessoa agressiva, intolerante, cheia de verdade, pronta para acusar, para apontar o dedo, para cobrar? Baixa espiritualidade. Não me importa no que ela acredita, o que me importa é o que ela faz.”
Um dos entrevistadores comentou que Eduardo parece que toma Santo Daime e ainda declara que ele (o entrevistado) tem vários conflitos com a sociedade. Com bastante propriedade e sabedoria, Eduardo responde:
“ Eu diria que a sociedade é
quem tem conflito comigo (...) Eu conheço a mentalidade convencional. Eu sei
que ela não tem condições de me respeitar porque eu não carrego sinais sociais
que merecem respeito e nem eu quero esse respeito. “Eu tive um medo muito grande de ter uma vida
sem sentido. Um medo maior do que o medo de morrer, maior do que o medo de
ficar na miséria”, desabafou, apesar de reconhecer de que tinha uma vida
boa com a família. “Quando eu vivia o filho do coronel que ia para os clubes, eu era muito
bem tratado, mas era um tratamento falso. Eu sentia que era tudo cênico. Eu queria sinceridade e não encontrava .Eu vim encontrar sinceridade na mendicância,
pedindo o que comer. Aí ninguém fingia para mim. As pessoas que sorriam para
mim só olhava com desprezo.”
“Prefiro mil vezes um pé na bunda com
sinceridade do que um sorriso falso.”
Com bastante coerência , Eduardo afirma que o
governo comete um crime ao deixar pessoas desabrigadas. “O Estado comete crimes contra a maioria da população desde que foi
criado. Desde que vi o Estado como organização criminosa, os valores sociais
caíram para mim”, disse. Ele também criticou as escolas e os sistemas de
ensino. “O modelo de ensino tentou me
fazer um competidor implacável e não um ser humano para viver em comunidade.”
O que nos encanta é que o entrevistador tentou
humanizar o grupo. Sempreeee aprendoooo muitoooo com a sabedoria de EDUARDO!!!!
Vida longaaa pra você!!!!
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