Amei esse texto, que só conheci agora. A autora, brasileira, mora em Campinas, é terapeuta e educadora transpessoal e tem diversas atividades e textos sobre psicologia e sobre o feminino. Post dedicado a todas as erveiras, tamboreiras, reikeiras, conselheiras, curadoras em geral. Vale a pena!
"Erveiras, raizeiras, benzedeiras, mulheres sábias que por
muito tempo andaram sumidas, ou até mesmo escondidas. Hoje retornam com um
diploma de pós-graduação nas mãos e um sorriso maroto nos lábios. Seu saber
mudou de nome. Chamam de terapia alternativa, medicina vibracional,
fitoterapia, práticas complementares… são reconhecidas e respeitadas, tem seus
consultórios e fazem palestras.
As mulheres curadoras fazem
parte de um antigo arquétipo da humanidade. Em todas as lendas e mitos, quando
há alguém doente ou com dores, sempre aparece uma mulher idosa para oferecer um
chazinho, fazer uma compressa, dar um conselho sábio. Na verdade, a mulher
idosa é um arquétipo da ‘curadora’, também chamada nos mitos de Grande Mãe.
Não tem nada a ver com a idade
cronológica, porque esse é um arquétipo comum a todas as mulheres que sentem o
chamado para a criatividade, que se interessam por novos conhecimentos e estão
sempre a procura de mais crescimento interno. Sua sabedoria é saber que somos
“obras em andamento’, apesar do cansaço, dos tombos, das perdas que sofremos… a
alma dessas mulheres é mais velha que o tempo, e seu espírito é eternamente
jovem.
Talvez seja por isso que, como
disse Clarissa Pinkola, toda mulher parece com uma árvore. Nas camadas mais
profundas de sua alma ela abriga raízes vitais que puxam a energia das
profundezas para cima, para nutrir suas folhas, flores e frutos. Ninguém compreende
de onde uma mulher retira tanta força, tanta esperança, tanta vida. Mesmo
quando são cortadas, tolhidas, retalhadas, de suas raízes ainda nascem brotos
que vão trazer tudo de volta à vida outra vez.
Por isso entendem as mulheres
de plantas que curam, dos ciclos da lua, das estações que vão e vem ao longo da
roda do sol pelo céu. Elas tem um pacto com essa fonte sábia e misteriosa que é
a natureza. Prova disso é que sempre se encontra mulheres nos bancos das salas
de aula, prontas para aprender, para recomeçar, para ampliar sua visão
interior. Elas não param de voltar a crescer…
Nunca escrevem tratados sobre
o que sabem, mas como sabem coisas! Hoje os cientistas descobrem o que nossas
avós já diziam: as plantas têm consciência! Elas são capazes de entender e
corresponder ao ambiente à sua volta. Converse com o “dente-de-leão” para ver…
comunique-se com as plantas de seu jardim, com seus vasos, com suas ervas e
raízes, o segredo é sempre o amor.
Minha mãe dizia que as árvores
são passagens para os mundos místicos, e que suas raízes são como antenas que
dão acesso aos mundos subterrâneos. Por isso ela mantinha em nossa casa algumas
árvores que tinham tratamento especial. Uma delas era chamada de “árvore
protetora da família”, e era vista como fonte de cura, de força e energia.
Qualquer problema, corríamos para abraçá-la e pedir proteção.
O arquétipo de ‘curadora’ faz
parte da essência do feminino, mesmo que seja vivenciado por um homem. Isso
está aquém dos rótulos e definições de gênero. Faz parte de conhecimentos
ancestrais que foram conservados em nosso inconsciente coletivo.
Perdemos a capacidade de olhar
o mundo com encantamento, mas podemos reaprender isso prestando atenção nas
lendas e nos mitos que ainda falam de realidades invisíveis que nos rodeiam. Um
exemplo? Procure saber mais sobre os seres elementais que povoam os nossos
jardins e as fontes de águas… fadas, gnomos, elfos, sílfides, ondinas,
salamandras…
As “curadoras” afirmam que
podemos atrair seres encantados para nossos jardins! Como? Plantando flores e
plantas que atraiam abelhas e borboletas, gaiolas abertas para passarinhos e
bebedouros para beija-flores.
Algumas plantas convidam
lindas borboletas para seu jardim, como milefólio, lavanda, hortelã silvestre,
alecrim, tomilho, verbena, petúnia e outras. Deixe em seu jardim uma área
levemente selvagem, sem grama, os seres elementais gostam disso. Convide fadas
e elfos para viverem lá."
Mani Alvarez
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