terça-feira, 26 de maio de 2020

BIOGRAFIA DE PIERRE WEIL


Nascido na França, Pierre Gilles Weil estudou no Instituto de Estudos do Trabalho e de Orientação Profissional de Paris, dirigido por Henri Pierón, na Escola Prática de Psicologia e Pedagogia da Universidade de Lyon e na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação (Instituto Jean Jacques Rousseau), da Universidade de Genebra. Aluno de Jean Piaget e Léon Walther, Weil foi convidado, em 1948, para trabalhar, no Brasil, no treinamento das equipes que organizariam os serviços de psicotécnicas do recém-criado Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), no Rio de Janeiro. 
O modelo de serviço adotado inspirava-se na orientação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), com adaptações ao trabalho comercial. Ali, Pierre foi chefe da Seção de Orientação e Seleção Profissional do Departamento Pessoal do Senac, entre 1948 e 1958. Ele também chefiou o Consultório Psicopedagógico do Instituto Pestalozzi do Rio de Janeiro. Weil desenvolveu estudos sobre profissões e psicodiagnóticos (1953), pesquisas sobre biotipologia de Sheldon aplicada a um grupo de vendedores balconistas e, juntamente com Nick, publicou resultados de um questionário aplicado a mais de 700 adolescentes sobre a tipologia de Sheldon e Stevens. 
Ele estendeu ainda seus trabalhos às relações sociais e, em 1954, divulgou a obra ABC das Relações Humanas, cuja versão modificada na segunda edição recebeu o título Relações Humanas na Família e no Trabalho. O livro alcançou centenas de edições, tornando-se uma referência na área. Em 1955, foi publicado o ABC da Psicotécnica, obra em que Weil aborda os fundamentos científicos da psicotécnica, da psicometria e da aplicação da Psicologia ao trabalho, à educação, à justiça, ao matrimônio, à propaganda a ao exército. No mesmo ano, Weil divulgou seu estudo sobre o Teste de inteligência não verbal, aplicado nacionalmente, cujos resultados apontavam nas classes ricas e médias, índices superiores aos das classes pobres e não mostravam diferenças significativas para a inteligência geral entre os sexos. O teste foi amplamente divulgado no país.
Em 1958, convidado pelo então Banco da Lavoura (hoje Banco Real), Pierre Weil mudou-se para Belo Horizonte. Na cidade mineira, ele foi chefe do Departamento de Orientação e Treinamento do Banco da Lavoura de Minas Gerais e professor na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. No Banco da Lavoura foram realizadas práticas em dinâmicas de grupo e psicodrama, em uma experiência singular desenvolvia no início da década de 60. Nessa época, Pierre Weil e alguns professores da UFMG, entre os quais Célio Garcia, adaptaram principalmente as técnicas de “Training Group”, criadas pelo National Training Labratory in Group Development, em Bethel – Estados Unidos, a partir dos estudos realizados por Lewin, Lippitt, Benne e Bradford, às demandas de aperfeiçoamento dos chefes do Banco da Lavoura. Com isso criaram uma técnica denominada Desenvolvimento das Relações Humanas – DRH.
Como professor da UFMG, Weil trabalhou em Psicoterapia de Grupo, Dinâmica de Grupo, Psicodrama e Psicologia Transpessoal. Em 1994, foi agraciado com o título de Professor Emérito da UFMG. Entre as suas obras publicadas nesse período, destacaram-se: Liderança, Tensões Evolução: Aspectos Psicossociológicos da Organização Moderna (1972), Dinâmica de Grupo e Desenvolvimento em Relações Humanas (1967), O Psicodrama (1979), O Corpo Fala: Uma Linguagem Silenciosa da Comunicação Não Verbal (1981) e A Revolução Silenciosa (1983).
Em 1987, Weil mudou-se para Brasília, tornou-se presidente da Fundação Cidade da Paz e reitor da Universidade Holística para a Paz de Brasília – Unipaz. Em 1998, ele foi agraciado com o título de Cidadão Honorário da Cidade de Brasília. Em uma visão holística e apostando na transdisciplinaridade do conhecimento, Weil passou a dedicar-se à educação e à paz, temas de suas conferências para a Unesco (1989), tendo sido agraciado com a menção

Uma nova visão da paz será, certamente, holística.(…)
Não pode haver verdadeira paz no plano pessoal quando se sabe que reinam a miséria e a violência no plano social ou que a natureza nos ameaça com a destruição porque nós a devastamos.
A visão ou consciência holística implica um alargamento progressivo das fronteiras  humanas. Começamos pela pessoa, cujas características egocentradas diminuem quando ela se abre para a sociedade em que vive. Já é uma evolução, mas pode-se ir além.
Progressivamente, esse indivíduo descobre que sua vida e a de seus semelhantes dependem de um delicado equilíbrio ecológico: a consciência sociocentrada se desdobra então em consciência planetária.
Ainda em seu site encontramos um breve artigo que condensa toda a essência da arte da paz na simplicidade do “faça a sua parte”.
Diante da magnitude e complexidade dos problemas da nossa época e civilização, muitas são as pessoas desanimadas, achando que não tem nem competência, nem poder para resolvê-los; eles
acham que isto é atribuição dos governos, ou dos organismos das Nações Unidas. Isto é apenas um aspecto da questão.
O outro está ilustrado por uma bonita historia indiana.
É a história de um beija-flor que estava no meio de um incêndio da floresta em que vivia.
Todos os animais estavam fugindo apavorados, menos ele; o passarinho tirava gotinhas de água de um lago e as jogava no fogo; repetia este comportamento sem cessar; até que uma coruja intrigada perguntou:
“O beija-flor, você enlouqueceu? Você está pensando que vai apagar o incêndio, jogando gotinhas de água no fogo?”
Respondeu o beija-flor com a maior calma do mundo.
” – Eu não vou apagar o incêndio. Mas eu faço a minha parte”.
Se você quiser realmente viver em paz, pratique a ecologia interior, social e ambiental. A sua existência irá melhorar de uma maneira que você nunca sonhou

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