quinta-feira, 28 de março de 2019

MÚSICA: OPINIÃO


m10



Como as pessoas sofrem um pouco de amnésia, é bom saber o que ocorreu no golpe de 64, pelo menos através da música. Quem sabe possam refletir melhor sobre tudo o que estamos passando... 
Com todo respeito, fiquei muito feliz hoje pela manhã quando soube que o atual Ministro da Educação havia sido demitido...depois...mais uma fake news, infelizmente! Imagino como será a prova do ENEM de 2019 ! Menino usa azul e a menina usa.... Deus criou o mundo em....A mulher veio da costela de ... Qual a capital do Brasil? Esta todo mundo irá saber.... EUA!!!!!

Ricardo Vélez Rodrigues, o colombiano que foi escolhido por Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Educação, escreveu em seu blog um texto no qual diz que o dia 31 de março de 1964, que marca o golpe militar no Brasil, é “uma data para lembrar e comemorar”.Jesusssss...o que significa isto?

Segundo a Carta  Capital "A prática do golpe de Estado legal parece ser a nova estratégia das oligarquias latino-americanas. Testada nas Honduras e no Paraguai (países a que a imprensa costuma chamar de “República das Bananas”), ela mostrou-se eficaz e lucrativa para eliminar presidentes (muito moderadamente) de esquerda. Agora foi aplicada num país que tem o tamanho de um continente…"

Para relaxarmos um pouco, uma música sempre é  BOMMMMMM!!!!

Bem, vamos falar então da MÚSICA OPINIÃO:

“Opinião”(1964), de Zé Keti Canção-tema do espetáculo Opinião (Rio de Janeiro, 1964) para o qual foi composta, era uma crítica ao governo estadual do Rio de Janeiro que desejava retirar as favelas do morro.

Opinião seria o mote perfeito para que no final de 1964 os artistas pudessem dar o seu primeiro grito de liberdade silenciada. E foi também no ambiente do Zicartola, onde segundo Zé Kéti os compositores podiam cantar à vontade, que surgiu a ideia do musical. Escrito por Paulo Pontes, Ferreira Gullar, Armando Costa e Oduvaldo Viana Filho, e contando com a direção de Augusto Boal, “Opinião” tornou-se um dos espetáculos mais bem sucedidos do teatro brasileiro, e consagrou definitivamente o sambista e poeta do seu povo Zé Kéti, que interpretava mais uma vez o malandro dos morros cariocas, e atuava ainda ao lado de Nara Leão no papel da mocinha da zona sul e João do Vale, representado a força do nordeste. O espetáculo encenado no teatro  de Arena, em Copacabana, e que depois daria nome a um famoso grupo de teatro  de São Paulo, ficou mais de um ano em cartaz. Como já era comum na carreira de Zé Kéti, sua composição extrapolava as raízes da música que acabou se tornando a fala política do sambista do morro e seu protesto contra a ditadura militar., e tornava-se além de um emblemático espetáculo teatral, o nome de um jornal, de um teatro, um grupo de teatro e do segundo LP de Nara Leão. Era inclusive em uma de suas falas no Show Opinião que Zé Kéti explicava que adotara o K em seu nome por ser a inicial de estadistas da época, a exemplo de Kennedy e Kubitscheck, simbolizando mais uma vez o forte caráter político da Opinião. Apanhando ou não, Zé Kéti era um sambista livre, que dialogava com todas as formas de música que surgiam no país da censura.
                                   
OPINIÃO

Podem me prender / 

Podem me bater Podem até deixar-me sem comer /

 Que eu não mudo de opinião. Daqui do morro /

 Eu não saio, não Se não tem água / 

Eu furo um poço Se não tem carne / 

Eu compro um osso E ponho na sopa /

 E deixa andar (repete) Fale de mim quem quiser falar / 

Aqui eu não pago aluguel/ Se eu morrer amanhã, seu doutor / 

Estou pertinho do céu.


Zé Keti no show Opinião

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