A escritora Ruth Rocha dispensa apresentações, mas, caso você ainda não
a conheça, Ruth é uma das melhores contadoras de histórias infantis. São
inúmeros livros, todos com o mesmo dom de entreter, simplificar e encantar as
crianças com sua abordagem criativa e próxima.
Lá vem o ano novo” está entre essas delícias criadas por essa autora,
com as ilustrações de Carlos Britto. A história é sobre a chegada do ano novo,
que, para nós, adultos, é a “virada”, o “réveillon”, mas e para as crianças,
muitas em fase de confundir as nossas denominações de tempo, com o “amanhã,
ontem, semana passada, mês que vem”? Como explicar a chegada de um novo ano
para a turminha pequena? “Lá vem o ano novo” conta. Eis abaixo um fragmento da
obra:
“Foi no dia 31 de dezembro.
Vocês sabem que o dia 31 de dezembro é o
último dia do ano.
Lá na casa do tempo todos estavam se
preparando para começar o novo ano.
O ano velho já estava muito cansado, de
tanto trabalhar.
E o ano novo estava prontinho para
nascer.
Todos os ajudantes do tempo.
Os segundinhos, os minutos, as
senhoritas das horas, as senhoras da semana, os doutores meses, todos preparam-se
para a passagem do ano.
Cada
grupinho discutia seus problemas. Os segundinhos estavam muito aborrecidos:
–
Ah, isso é uma injustiça. nós que somos os menores de todos é que temos que
trabalhar mais! e os minutos, aqueles enjoados, vivem nos empurrando! “Anda
depressa! Não pode atrasar! Deixa de moleza!”
Os
minutos também tinham seus problemas:
– Esses segundos nos dão muito trabalho. temos que estar contando todo tempo e eles são tantos! Todos parecidos! Vivem loucos para entrar no escorregador do tempo. De vez em quando, um deles entra na fila antes da hora e sai cada confusão!
O que vale é que lá na Terra ninguém percebe nada.
A Meia Noite é que estava mais importante de todos. quando na Terra se fazem grandes festas pra comemorar o Ano Novo, Dona Meia noite estava toda vestida para a festa: de vestido comprido, plumas na cabeça. Parecia até uma estrela de cinema! E andava de um lado para o outro perguntando:
– Estou bem? que tal meu vestido novo? Cuidado com minha cauda! Esses segundinhos são tão levados…
E lá na Terra todos se preparavam também. Na casa da vovó Emília, havia uma grande festa.
Enquanto as pessoas grandes faziam os doces e enfeitavam a casa, as crianças, todos os netinhos de Dona Emília, preparavam grandes listas de resoluções para o Ano novo:
– Não vou mais comer escondido.
– Nem eu.”
– Esses segundos nos dão muito trabalho. temos que estar contando todo tempo e eles são tantos! Todos parecidos! Vivem loucos para entrar no escorregador do tempo. De vez em quando, um deles entra na fila antes da hora e sai cada confusão!
O que vale é que lá na Terra ninguém percebe nada.
A Meia Noite é que estava mais importante de todos. quando na Terra se fazem grandes festas pra comemorar o Ano Novo, Dona Meia noite estava toda vestida para a festa: de vestido comprido, plumas na cabeça. Parecia até uma estrela de cinema! E andava de um lado para o outro perguntando:
– Estou bem? que tal meu vestido novo? Cuidado com minha cauda! Esses segundinhos são tão levados…
E lá na Terra todos se preparavam também. Na casa da vovó Emília, havia uma grande festa.
Enquanto as pessoas grandes faziam os doces e enfeitavam a casa, as crianças, todos os netinhos de Dona Emília, preparavam grandes listas de resoluções para o Ano novo:
– Não vou mais comer escondido.
– Nem eu.”
E, assim, somos levados pela narrativa a descobrir como o ano novo
nasce. O tempo é apresentado sem complicações, outros personagens surgem, como
a “Dona Meia-noite”, que carregará o novo ano nos braços e descerá pelo
escorrega do tempo até nós, entre fogos e festa, fazendo com que tudo comece
novamente.
Uma deliciosa fábula sobre o tempo, sobre chegadas e partidas e, também,
como tudo nasce, termina e começa seguindo um ritmo muito maior e delicado,
envolvendo todos nós numa harmoniosa história de dias e noites, fins e
recomeços.
Fica a sugestão deliciosa para ler e reler para os pequenos leitores,
explicando com ternura a chegada e a mudança dos anos.
Esse livrinho merece um lugar na sua estante. E boa leitura!
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