sexta-feira, 24 de maio de 2019

LIVRO: FERNÃO CAPELO GAIVOTA



Li esta obra quando adolescente e esta semana resolvi reler, pois o vi citado em uma outra obra. Como é um livro muito lindo...num piscar de olhos reli. Fiquei sabendo também um pouco de como foi mágico o fazer literário desta obra.

Esse é um livro que deve ocupar um espacinho precioso na estante de todo mundo... cheio de poesia, traz o árduo e belo desafio de viver para além dos padrões ridículos que se estabelecem na sociedade, das ideias pré-fabricadas e das fronteiras do mundo.
O livro é quase uma experiência de voar. As palavras de Richard Bach parecem transmutar nossos pensamentos, parecem nos transportar a um estado de espírito completamente novo, leve, sereno.

Richard Bach nasceu em 1936, desde pequeno Bach desenvolveu uma paixão pelo Céu e por tudo que se relacionava ao voo. Um de seus passatempos quando criança era de se esconder atrás das pedras na praia para observar o voo das gaivotas, a ave que ele aprendeu a amar.
Na adolescência, sua paixão pelo Céu se definiu através do amor pela aviação e para concretizar este seu sonho de voar, Richard Bach alistou-se na força aérea americana, virando piloto de caça. Após o período militar decidiu ingressar na carreira de escritor,  a fim de compartilhar certas intuições místicas que o voar lhe proporcionava.

Paralelamente continuou sua grande paixão pilotando aviões como piloto privado...e é a partir daí que começa sua extraordinária história.

Conforme conta num relato autobiográfico em 1963, Richard Bach andava sozinho em uma rua mal iluminada numa cidade americana, preocupado em sobreviver como escritor, passando por grandes dificuldades financeiras, preocupava-se mais especificamente em como iria pagar o aluguel do próximo mês, foi quando ouviu claramente uma voz atrás de si, na escuridão da noite em tom alto falar as seguintes palavras: “Jonathan Livinston Gaivota”

Assustado, olhou para trás e não avistou ninguém. Saiu questionando se aquela voz seria verdadeira ou uma alucinação; e logo retornou ao seu pequeno apartamento.

Chegando ao apartamento, senta-se diante de sua máquina de escrever para ver se alguma ideia aparecia...foi quando ele relatou: “ a parede a minha frente desapareceu e se converteu em uma espécie de tela de cinema, onde um filme colorido, de altíssima definição começou a ser exibido diante dos meus olhos incrédulos."

Maravilhado, assistiu como se estivesse dentro de um cinema, a história de uma gaivota chamada Jonathan Livinston Gaivota. O mesmo nome que ouvira fazia poucas horas, quando andava à noite.

Teve na hora, a intuição de datilografar tão rápido quanto podia a história que ia se desenrolando à sua frente, naquela experiência impossível! O fenômeno terminou subitamente quando a parede voltou ao seu aspecto normal.

Não tendo bebido antes qualquer substância lícita ou ilícita; estando completamente sóbrio, Bach ficou em estado de choque com o término do fenômeno e se questionando como aquilo poderia ter acontecido.



Ao ler o que escreveu, viu que amava a história e com ela tinha uma conexão profunda. Pensou que alguém ou alguma coisa vinha entregar aquele conto, naquela experiência paranormal para algum propósito especial, mas Bach resistiu em publicar a história.

Preferiu publicar 2 livros sobre aviação que se tornaram pouco conhecidos e atingiram um público limitado.

Foi apenas em 1970, 7 anos após o estranho fenômeno o qual vivera que Bach teve uma noite um sonho que lhe trouxe o final da história de Jonathan Livinston.

Acordado de madrugada e transferindo para o papel o desfecho, sentiu que a história poderia ser entregue ao público. O livro recebeu o nome: “Jonathan Livinston Seagull a story.”

Segundo o próprio Richard Bach, o livro foi rejeitado por todas as editoras de Nova York e seu próprio agente literário o aconselhou a desistir de publicá-lo.

Contudo, pouco tempo depois, uma editora que já havia rejeitado a obra, decidiu subitamente publicá-la, em uma edição modesta e limitada.

A partir daí, outro fenômeno ocorreu, mudando completamente a vida de Richard Bach.

Em pouco tempo Jonathan Livinston Seagull apaixonou o público, exigindo novas edições.

Com novos feitores a cada momento, a obra conquistou os EUA, ficando por muito tempo na lista dos mais vendidos. Iniciaram pedidos de tradução para outros países e foi considerado o maior best seller dos anos 70.

Por que ele é considerado um livro iniciático? O que tem que hipnotiza tanto? Porque ele trata da história da alma humana. O livro nos transmite a ideia primordial de autoconfiança, autoconhecimento, de amor próprio, do perdão, da generosidade, da verdadeira construção de nosso Eu...

Fernão Capelo Gaivota é uma fábula que tem como protagonista a gaivota Fernão que destoa do seu bando, pois não compartilha dos mesmos ideais. Enquanto todas as aves utilizam o voo apenas para sua alimentação Fernão quer ir além... Quer se superar e usar as suas asas para alçar voos cada vez mais altos. Porém, em um determinado dia Fernão acaba sendo excluído de seu grupo por caminhar no contrafluxo, ou seja, todos enxergavam seus ideais como absurdos e inaceitáveis. Por algum tempo Fernão fica isolado, vivendo e acreditando na liberdade e superação que devia haver em todas as gaivotas. Um tempo passado, Fernão – a gaivota sábia – ganha companheiros adeptos a sua filosofia de vida e passa por momentos de aprendizagem e crescimento.
É uma obra que nos apresenta o conhecimento colocado em prática, mostrando ser esta a única ferramenta que dispomos para individualmente progredirmos, evoluirmos. Entretanto, este mesmo conhecimento que nos proporciona voos cada vez mais altos, é que nos torna mais sensíveis e nos provoca mais dor, pois ficamos suscetíveis aos frutos das adversidades ilusórias e materiais

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