Li esta obra quando
adolescente e esta semana resolvi reler, pois o vi citado em uma outra obra.
Como é um livro muito lindo...num piscar de olhos reli. Fiquei sabendo também
um pouco de como foi mágico o fazer literário desta obra.
Esse é um livro que deve ocupar um espacinho precioso na estante de
todo mundo... cheio de poesia, traz o árduo e belo desafio de viver para além
dos padrões ridículos que se estabelecem na sociedade, das ideias pré-fabricadas
e das fronteiras do mundo.
O livro é quase uma experiência de voar. As palavras de Richard Bach parecem transmutar
nossos pensamentos, parecem nos transportar a um estado de espírito
completamente novo, leve, sereno.
Richard Bach nasceu em
1936, desde pequeno Bach desenvolveu uma paixão pelo Céu e por tudo que se
relacionava ao voo. Um de seus passatempos quando criança era de se esconder
atrás das pedras na praia para observar o voo das gaivotas, a ave que ele
aprendeu a amar.
Na adolescência, sua paixão
pelo Céu se definiu através do amor pela aviação e para concretizar este seu
sonho de voar, Richard Bach alistou-se na força aérea americana, virando piloto
de caça. Após o período militar decidiu ingressar na carreira de escritor, a fim de compartilhar certas intuições
místicas que o voar lhe proporcionava.
Paralelamente continuou sua
grande paixão pilotando aviões como piloto privado...e é a partir daí que
começa sua extraordinária história.
Conforme conta num relato
autobiográfico em 1963, Richard Bach andava sozinho em uma rua mal iluminada
numa cidade americana, preocupado em sobreviver como escritor, passando por
grandes dificuldades financeiras, preocupava-se mais especificamente em como
iria pagar o aluguel do próximo mês, foi quando ouviu claramente uma voz atrás
de si, na escuridão da noite em tom alto falar as seguintes palavras: “Jonathan
Livinston Gaivota”
Assustado, olhou para trás
e não avistou ninguém. Saiu questionando se aquela voz seria verdadeira ou uma
alucinação; e logo retornou ao seu pequeno apartamento.
Chegando ao apartamento,
senta-se diante de sua máquina de escrever para ver se alguma ideia
aparecia...foi quando ele relatou: “ a parede a minha frente desapareceu e se
converteu em uma espécie de tela de cinema, onde um filme colorido, de
altíssima definição começou a ser exibido diante dos meus olhos
incrédulos."
Maravilhado, assistiu como
se estivesse dentro de um cinema, a história de uma gaivota chamada Jonathan
Livinston Gaivota. O mesmo nome que ouvira fazia poucas horas, quando andava à
noite.
Teve na hora, a intuição de
datilografar tão rápido quanto podia a história que ia se desenrolando à sua
frente, naquela experiência impossível! O fenômeno terminou subitamente quando
a parede voltou ao seu aspecto normal.
Não tendo bebido antes
qualquer substância lícita ou ilícita; estando completamente sóbrio, Bach ficou
em estado de choque com o término do fenômeno e se questionando como aquilo
poderia ter acontecido.
Ao ler o que escreveu, viu
que amava a história e com ela tinha uma conexão profunda. Pensou que alguém ou
alguma coisa vinha entregar aquele conto, naquela experiência paranormal para
algum propósito especial, mas Bach resistiu em publicar a história.
Preferiu publicar 2 livros
sobre aviação que se tornaram pouco conhecidos e atingiram um público limitado.
Foi apenas em 1970, 7 anos
após o estranho fenômeno o qual vivera que Bach teve uma noite um sonho que lhe
trouxe o final da história de Jonathan Livinston.
Acordado de madrugada e
transferindo para o papel o desfecho, sentiu que a história poderia ser
entregue ao público. O livro recebeu o nome: “Jonathan Livinston Seagull a
story.”
Segundo o próprio Richard
Bach, o livro foi rejeitado por todas as editoras de Nova York e seu próprio
agente literário o aconselhou a desistir de publicá-lo.
Contudo, pouco tempo
depois, uma editora que já havia rejeitado a obra, decidiu subitamente
publicá-la, em uma edição modesta e limitada.
A partir daí, outro fenômeno
ocorreu, mudando completamente a vida de Richard Bach.
Em pouco tempo Jonathan
Livinston Seagull apaixonou o público, exigindo novas edições.
Com novos feitores a cada
momento, a obra conquistou os EUA, ficando por muito tempo na lista dos mais
vendidos. Iniciaram pedidos de tradução para outros países e foi considerado o
maior best seller dos anos 70.
Por que ele é considerado
um livro iniciático? O que tem que hipnotiza tanto? Porque ele trata da
história da alma humana. O livro nos transmite a
ideia primordial de autoconfiança, autoconhecimento, de amor próprio, do
perdão, da generosidade, da verdadeira construção de nosso Eu...
“Fernão Capelo Gaivota” é uma fábula que tem como protagonista
a gaivota Fernão que destoa do seu bando, pois não compartilha dos mesmos
ideais. Enquanto todas as aves utilizam o voo apenas para sua alimentação
Fernão quer ir além... Quer se superar e usar as suas asas para alçar voos cada
vez mais altos. Porém, em um determinado dia Fernão acaba sendo excluído de seu
grupo por caminhar no contrafluxo, ou seja, todos enxergavam seus ideais como
absurdos e inaceitáveis. Por algum tempo Fernão fica isolado, vivendo e
acreditando na liberdade e superação que devia haver em todas as gaivotas. Um
tempo passado, Fernão – a gaivota sábia – ganha companheiros adeptos a sua
filosofia de vida e passa por momentos de aprendizagem e crescimento.
É uma obra que nos
apresenta o conhecimento colocado em prática, mostrando ser esta a única
ferramenta que dispomos para individualmente progredirmos, evoluirmos.
Entretanto, este mesmo conhecimento que nos proporciona voos cada vez mais
altos, é que nos torna mais sensíveis e nos provoca mais dor, pois ficamos
suscetíveis aos frutos das adversidades ilusórias e materiais
Nenhum comentário:
Postar um comentário