quinta-feira, 23 de maio de 2019

CURTA-METRAGEM: O AVIÃO DE PAPEL


Por: Franz Lima
O que esperar de um curta metragem de pouco mais de 6 minutos? Uma lição de vida, uma obra-prima ou uma animação revolucionária e emocionante? E o que você diria se eu afirmasse que Paperman, o curta de animação ganhador do Oscar de 2013 reúne todas essas qualidades? Duvidaria?
Bem, Paperman (O avião de papel) realmente reúne muitas qualidades. Não é uma obra com uma trama inédita (há muitas similaridades com outras obras da Disney), porém tem qualidades indiscutíveis. A animação em preto-e-branco dá a sensação de desenho antigo, cria uma aura de saudosismo até para quem jamais viu uma obra antiga nesse formato. Também há um resquício da magia do filme O Artista (também ganhador do Oscar) por se tratar de uma obra absolutamente muda. Não há diálogos, apenas a interação entre um homem, a mulher que ele conhece e, posteriormente, os aviões de papel. Aí está a magia. Somem a isso a interação entre os aviões e o protagonista que, na minha concepção, está muito parecida com a interação que há entre a Branca de Neve e os animais próximos à casa dos anões. As duas passagens tem mais similaridades do que podemos apurar à primeira vista.
Curiosidades:
Mas o encanto do filme não para no que citei. Muitos não devem ter enxergado alguns detalhes que são de suma importância para compor esse grande trabalho.
Inicialmente vou citar o uso do preto-e-branco que, tal qual em Sin City, teve apenas dois detalhes coloridos: a boca de Meg e a marca de batom. Esse destaque é vital para toda o enredo.

Outro ponto curioso está no escritório de George onde é possível ver os efeitos do ambiente de trabalho opressor: padronização, silêncio, medo e pessoas absolutamente obedientes. Os outros trabalhadores são tão similares que há ocasiões em que lembram até os clones do Agente Smith (Matrix), mesmo sendo diferentes. O que os torna tão parecidos são as roupas e o uso de suspensório que, contrariando tudo, George não usa.

Uma  história de amor:

Sim, basicamente a história se resume a um romance e ao auxílio que o 'destino' dá para que esse amor se concretize. Entretanto, nos arredores da obra é possível distinguir uma crítica ao trabalho escravizante, além de um alerta sobre nossos sonhos e a total dependência de nossa vontade para que eles se concretizem. São, como já disse, seis minutos e alguns poucos segundos para desenvolver algo marcante e, realmente, eles conseguiram.

O Aprendizado: 

A lição básica que está contida nesta fábula moderna é a seguinte: as oportunidades surgem de forma inesperada e é preciso agarrá-las com todas as nossas forças. Às vezes é preciso tomar uma decisão radical para que a vida siga seu correto rumo. Há um preço a ser pago pela felicidade, mas esse preço é muito maior quando descartamos as boas chances que a vida traz.

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