domingo, 23 de setembro de 2018

FILME : ZUZU ANGEL




Como estamos vivendo momentos muito delicados, resolvi postar a cinebiografia de Zuzu Angel dirigida por Sérgio Rezende que conta um pouco a época da ditadura militar no Brasil Para quem não tem memória, ou para quem não estudou história, pois muitos fatos da nossa História do Brasil não constam nos livros didáticos, só para relembrar, o Brasil passou por dois regimes ditatoriais, o primeiro na Era Vargas ( 1930 -1945), tendo como período mais autoritário o Estado Novo. Em 1964 um golpe de Estado acaba por impelir uma nova ditadura no Brasil, essa de caráter militar, que  perduraria por longos 21 anos, marcada pela censura, inexistência de direitos democrático, repressão e perseguição.
              Voltando ao filme, Zuzu Angel é um filme forte e, ao mesmo tempo, delicado, pois fala do direito à liberdade e, principalmente, dos bastidores da ditadura militar. A cinebiografia não retrata o momento de sucesso da vida da estilista, e sim a luta desta pelo corpo de seu filho - sendo, posteriormente, declarado como desaparecido político.

           Há uma parte do filme em que ela se apresenta; “ Me chamo Zuzu Angel, nasci em Corvelo, MG. Fui casada com um americano Norman Angel Jones, com quem tive 3 filhos. Quando eu me separei, já morando no RJ, sustentei minha família costurando para fora.”

           Nesta época, uma mulher separada era considerada uma “vagabunda”, a sociedade acusava-a por não conseguir manter o casamento; por outro lado, foi a primeira estilista brasileira a exportar a nossa moda, usando elementos tipicamente nosso, como a chita, concha... 

              Seu filho mais velho, Stuart Jones, então estudante de economia, passou a se  integrar as organizações clandestinas que combatiam a ditadura militar.

Depois que o filho ficou um tempo distante da mãe, ela, por um telefonema, ficou sabendo que ele estava preso em um dos quartéis do Rio de Janeiro. A partir deste telefonema começou uma batalha, para encontrar seu filho. Enfrentou várias situações com muita coragem, inclusive enfrentando altos comandantes do exército.

          Por meio de uma carta anônima, Zuzu foi informada que seu filho havia sido sequestrado, torturado e morto pelos órgãos de repressão.
             Zuzu morreu em 1976, no que a ditadura classificou como um acidente automobilístico na saída do túnel Dois Irmãos, em São Conrado (RJ); mas, em 1998, a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos julgou o caso e reconheceu o regime militar como responsável pela morte da estilista. Segundo depoimentos, ela teria sido jogada para fora da pista por um carro pilotado por agentes da repressão. Hoje, o túnel é chamado Zuzu Angel

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