Eu Maior, é um documentário de
2013 sobre autoconhecimento e busca da felicidade. Agradeço por algumas falas
terem despertado um pouco mais a minha consciência.
Destacarei aqui a fala de 5
pessoas que tocaram minha alma embora no dia a dia, algumas que destaquei neste
contexto eu não concorde com algumas posições ideológicas.
Segundo Monja Coen “ As emoções nos são muito rápidas, elas são
instantâneas; o resto é memória. E aí a gente fica chamando essa memória,
principalmente de coisas desagradáveis.”
Então ela conta a história dos dois
monges que atravessam o rio; ambos fizeram votos para não tocar em mulheres,
porém, no caminho da travessia, há uma mulher que lhes pede ajuda e um deles a
ajuda; o outro fica indignado com aquela atitude e braveja: “ Você carregou
aquela moça”... Então, o monge que praticou a ação, fala muito tranquilo: “É..mas
eu deixei ela lá e você continua carregando.”
Prefiro ser desmemoriada, pois,
como todos, já tive muitos momentos prazerosos, mas também muitos tristes; só
que não sou uma pessoa de me apegar às lembranças. Procuro não alimentar aquilo
que não me fez bem. Só lembro, muitas vezes, quando outros me fazem lembrar.
Agora destaco a fala do
psicólogo, Roberto Crema; “Como os
orientais se expressam, a prisão é maya, é ilusão. Temos de saber quem somos,
de onde viemos e para onde vamos...e a liberdade é você tomar consciência e ser
capaz de ser o autor da sua própria existência. Nenhum vento é favorável para
aqueles que não sabem aonde quer chegar.”
E, eu sei... eu quero estar bemmm
e ser feliz, embora isto seja uma construção diária. Assim, como tenho
consciência de que a felicidade é mais um estado de espírito. Acho que me
contento com minhas faltas e minhas carências. É uma estratégia. “Estar
contente embora tendo mazelas é o caminho certo para delas libertar-se”,
segundo Hermógenes. Aceitar como se é, já é um caminho para saber quem sou e o
que em mim preciso transformar.
Então, quando Marina Silva comenta: “ Uma qualidade
que a gente deve cultivar, é saber-se frágil, saber-se incompleto, saber-se
faltoso, dependente deste outro que me sustenta, que me completa, que me acalma
e que me inquieta.”
Quando nos percebemos
inconclusos, algo nos impulsiona para o crescimento, o amadurecimento. O
sentimento da falta se assemelha ao sentimento da perda. No momento que
perdemos algo, ganhamos mais força.
Percebemos que muitas de nossas
angústias são buscas por algo que está fora de nós. Temos de compreender que
existe uma força interna dentro de cada um, que só com o autoconhecimento e
exercícios diários de consciência de que o divino existe, mas que também está
em nós. Esses exercícios são mais penosos do que os físicos, pois muitas de
nossas forças estão escondidas e o ego insiste em permanecer num estado de
letargia. Neste sentido, quanto mais nos percebemos, as coisas menores e
insignificantes vão deixando de nos incomodar, pois os nossos sentimentos e
emoções estão mais equilibrados.
Mário Sérgio Cortella afirma: “ A vida é muito curta para ser
pequena”. Vida é algo para engrandecer a mim e quem está a minha volta. Vida
pequena é ser banal, superficial, fútil. E aí ele se questiona: o que eu faço
da minha vida antes que a morte não aconteça para que ela não seja, banal,
superficial, fútil, pequena... No dia que eu for, eu quero fazer falta. Fazer falta não significa ser famoso,
significa ser importante. Importar, quando alguém me leva pra dentro. Eu
preciso me transbordar...ir além da minha borda, eu preciso me repartir...”
Acho que um dos grandes ganhos
nossos é ser plural, é nos sentirmos útil e necessário para as pessoas e usar a
sabedoria. Uma pessoa sábia somente se ocupa. Não se pré-ocupa e não se
pós-ocupa. Vive o hoje. “não quer dizer que seja imprudente e irresponsável,
mas acha que não é inteligente começar a dançar antes que da música toque nem
continuar dançando depois que ela finda. Sabe prever para prover e não para
sofrer.”
É difícil agirmos assim, mas tudo
é treino, é busca, caminho...
Para Hermógenes “o ser humano não é o corpo, ele possui um corpo,
manobra com o corpo, cuida do corpo, mas ele não é o corpo; então yoga é um
estilo de vida que cultiva o corpo, mas cultiva também a mente. Trabalha com as
energias. Os grandes yogues não trabalharam o corpo. Você viu alguma fotografia
do grande yogue, Jesus Cristo, de cabeça para baixo?”
Neste documentário você pode
digerir todos esses questionamentos e refletir sobre outros através das
experiências de vida dos entrevistados. Algumas falas me chamaram mais atenção,
outras nem tanto. Acho que a proposta é esta: o debate, o questionamento, pois
trata de assuntos essenciais e universais.
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