quarta-feira, 28 de março de 2018

CLÁSSICO: MADAME BOVARY


     
          O livro conta a história de Emma Bovary , uma jovem sonhadora, leitora de romances, que um belo dia se casa com um Oficial de saúde, chamado Charles Bovary.
No início do livro, Flaubert nos apresenta a infância de Charles, uma pessoa extremamente limitada. Nas palavras do narrador: “Cumpria suas pequenas tarefas cotidianas como um cavalo de circo; diferente de Emma , uma mulher extremamente inconformada com o seu cotidiano, que vai atrás de algumas satisfações para o seu ser. Segundo o o narrador: “[…]Emma buscava saber o que significavam exatamente as palavras felicidade, paixão e embriaguez, que tão belas lhe pareceram nos livros.”
        O encontro dar-se quando o pai de Emma quebra a perna e quem irá socorrê-lo é Charles. Vale ressaltar que Charles era casado com uma viúva muito mais velha do que ele. Era uma mulher de posses, porém extremamente ciumenta e controladora.  Não demorou muito para ficar viúvo e cortejar Emma.
        Emma é uma garota que foi criada em um convento e, para passar os dias, deleitava-se em romances, o que a tornou uma jovem sonhadora e que idealizava os romances perfeitos tipo: “ E viveram felizes para sempre”... como nos livros que lia ; só que nos primeiros meses do casamento, ela foi percebendo que a realidade era completamente diferente.
       Um belo dia, eles são convidados para uma festa em um castelo. Lá ela dança com um Visconde, vê as pessoas tão bem vestidas e a casa que ela sempre desejou. Depois de tudo isto, voltar para seu cotidiano se torna insuportável  e começa então a partir daí as suas inquietações.
Charles tem muito carinho por Emma e acredita que ela esteja doente, sofrendo dos nervos. Neste momento, ele recebe uma proposta de trabalho irrecusável. Um pequeno vilarejo que está sem médico. Esta é uma oportunidade para que ele cresça profissionalmente e também para proporcionar uma mudança de ares para Emma, que está grávida.
     Na segunda parte do livro, observamos a insatisfação de Emma com o casamento e a maternidade. Ela entra em contato com o jovem escrivão Leon e sente-se  atraída pela beleza dele e sua bagagem cultural. Ambos gostam de conversar sobre livros e novidades. Depois de um tempo, Leon muda-se para Rouen e a deixa deprimida.
     Ela apaixona-se por um aristocrata, Rodolphe, com quem vive ardentes aventuras. Ela deseja fugir com ele, tal qual acontece nos romances. Ele, porém, a descarta com uma carta de despedida escrita com muito cinismo. Rodolphe, é um tipo de Bon Vivant do campo, com quem ela tem um caso meramente carnal e que a abandona quando ela almeja mais dele. 
     Após ser abandonada por Rodolphe, ela volta a reencontrar o escrivão, agora mais velho, e vive com ele também um caso . Enquanto isso acontece, a personagem acaba envolvendo-se em empréstimos exuberantes a fim de satisfazer sua luxúria e seu consumismo, precocemente vislumbrado pelo autor. Ao final, sem amantes e arruinada financeiramente, Emma envenena-se.  Charles, de amor, não suportando a realidade da traição da esposa, acaba morrendo também.
      No dia 7 de fevereiro de 1857, Gustave Flaubert foi absolvido da acusação contra seu livro Madame Bovary, considerado imoral pelas autoridades francesas. Dias antes, Flaubert proferira a célebre resposta à pergunta sobre quem seria Madame Bovary: “Emma Bovary c’est moi” (Emma Bovary sou eu). Acusado de ofensa à moral e à religião, o processo foi movido contra o autor e o editor Laurent Pichat, diretor da revista Revue de Paris, onde a história foi publicada pela primeira vez, em episódios e com cortes. Como costuma acontecer, quanto maior o escândalo, maior o interesse provocado nos leitores, que adquirem a obra, que já era notável, movidos pelo sabor do escândalo.
    A Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena absolveu Flaubert, mas certo puritanismo da época condenou o autor. Muitos críticos não perdoaram Flaubert pelo cru realismo dado ao tema do adultério, pela crítica ao clero e à burguesia.


    Desta Emma nasce o termo bovarismo, doença que consiste na fuga da realidade. É o hábito das pessoas se olharem no espelho e se verem mais bonitas, ricas ou inteligentes do que são na realidade. É ter ambições aquém de suas possibilidades e que nenhuma realidade pode satisfazer. Madame Bovary é uma amarga crítica à estupidez humana. Fala do inconformismo da infelicidade humana.

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