quinta-feira, 30 de abril de 2020

LIVRO - A REVOLUÇÃO DOS BICHOS - GEORGE ORWELL


Publicado em 1945, ano do fim da II Guerra Mundial, A Revolução dos Bichos trazia uma temática ainda complicada de ser assimilada pelas pessoas. O regime ditatorial sangrento, representado pelo porco Napoleão) ainda não era classificado assim pelo mundo em geral.
Tudo começa quando os bichos da “Granja Do Solar”, cansados de serem explorados pelos seus donos, revoltam-se e os tomam posse da fazenda, que, de agora em diante, instituem um regime cooperativo e igualitário. Mas não demora muito para que alguns bichos — em particular os mais inteligentes, os porcos — voltem a explorar e fundar novamente um governo totalitário e opressor. Sustentado pelo orgulho de ser a única fazenda governada por animais, lemas como “Quatro pernas bom, duas pernas ruim”, os porcos manipulam os outros bichos para que suas regalias sejam atendidas.
O livro foca boa parte no embate dos porcos Napoleão(representando o mau socialismo) e Bola-De-Neve(bom socialismo), nas suas divergências e como a população de animais os vê e os aceita. De início, tudo é muito bom, porém com o passar do tempo, o enfrentamento dos dois vai tomando dimensões muito grandes a ponto de Napoleão fazer Bola-De-Neve “sumir”. Mesmo após tal medida, Napoleão usa-o como desculpa de tudo que há de ruim na Granja. Coisas como “Bola-De-Neve e sua equipe de espionagem para roubar-nos milho” é um dos instrumentos de alienação usados pelos porcos para com os outros animais, claramente menos desprovidos de inteligência.
A obra retrata diversas situações em que Napoleão impõe aos outros bichos. Chega a ser revoltante as medidas que Napoleão decreta, que ao mesmo tempo que beneficia apenas ao seleto grupo de porcos, causa cada vez mais prejuízo à maioria da população da “Granja do Solar”. O ponto alto do livro é a reflexão que isso nos propõe; como recebemos informações e as esquecemos poucas semanas depois. A forma como nós somos governados e a enorme passividade frente a injustiças. O maior triunfo do livro é que ele nos proporciona uma outra perspectiva e, assim, podemos analisar as nossas condições com um outro olhar.
Acredito que seja uma maneira de repensarmos o que estamos passando hoje no Brasil.

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