O filme
“ O xadrez das cores”, lançado em 2004, foi vencedor do prêmio de melhor curta
no Festival de Cinema Brasileiro de Miami e tem como diretor Marco Schiavon.
Mesmo após terem se passado 14 anos desde o seu lançamento, a problemática à qual o filme alude permanece
atual. Precisamos unir
nossas vozes na luta contra o preconceito, e como em um jogo de xadrez, saber fazer toda a
diferença. O conhecimento pode ser conquistado e assim como faz a personagem
Cida, é preciso virar o jogo. O jogo que
simbolicamente está representado pelo xadrez. Jogo este que exige raciocínio,
inteligência, no
qual o tabuleiro
é o palco
aonde os personagens vão
mostrando suas habilidades.
Competências estas que são
conquistadas a cada
movimento, a cada
jogada. Assim como o ser humano
que se desenvolve, não nasce pronto, mas vive suas escolhas. A forma como
conduzimos nossas vidas indica o quanto iremos evoluir.
Uma das mais
belas lições do
filme é a
negação do conformismo,
da busca pelo conhecimento para a transformação dos fatos.
A história relata a trajetória
de duas mulheres, aparentemente diferentes: Cida, uma mulher negra de quarenta
anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos,
que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada,
com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em
silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo
de xadrez. Apesar de todas suas diferenças, existem semelhanças entre elas,
dentre as quais destacam-se: ambas eram solitárias e perderam seus filhos.
Nesse cenário de bastante opressão, a Doméstica toma consciência da necessidade
de virar o jogo. É aí que entra o elemento mais simbólico do filme, o xadrez. O
xadrez possibilitou à empregada à capacidade de conscientização, quando esta
ler as instruções do jogo e observa que o peão ao chegar na última casa do
tabuleiro, pode se transformar em qualquer peça, inclusive em Rainha. Dessa
forma, ela resolve se demitir, e fala à sua patroa: “Mais do que dinheiro, Dona
Stella, eu preciso de dignidade. No xadrez, assim como na vida, as peças pretas
valem tanto quanto as peças brancas.”
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