sexta-feira, 23 de novembro de 2018

CURTA METRAGEM: O XADREZ DAS CORES



O filme “ O xadrez das cores”, lançado em 2004, foi vencedor do prêmio de melhor curta no Festival de Cinema Brasileiro de Miami e tem como diretor Marco Schiavon. Mesmo após terem se passado 14 anos desde o seu lançamento, a  problemática à qual o filme alude permanece atual. Precisamos unir nossas vozes  na luta contra o  preconceito, e  como em um jogo de xadrez, saber fazer toda a diferença. O conhecimento pode ser conquistado e assim como faz a personagem Cida, é preciso virar o jogo.  O jogo que simbolicamente está representado pelo xadrez. Jogo este que exige    raciocínio,    inteligência,  no  qual  o  tabuleiro  é  o  palco  aonde  os personagens  vão  mostrando  suas  habilidades.  Competências  estas  que são  conquistadas  a  cada  movimento,  a  cada  jogada.  Assim como  o  ser humano que se desenvolve, não nasce pronto, mas vive suas escolhas. A forma como conduzimos nossas vidas indica o quanto iremos evoluir.

Uma  das  mais  belas  lições  do  filme  é  a  negação  do  conformismo,  da busca pelo conhecimento para a transformação dos fatos.

A história relata a trajetória de duas mulheres, aparentemente diferentes: Cida, uma mulher negra de quarenta anos, vai trabalhar para Maria, uma velha de oitenta anos, viúva e sem filhos, que é extremamente racista. A relação entre as duas mulheres começa tumultuada, com Maria tripudiando em cima de Cida por ela ser negra. Cida atura a tudo em silêncio, por precisar do dinheiro, até que decide se vingar através de um jogo de xadrez. Apesar de todas suas diferenças, existem semelhanças entre elas, dentre as quais destacam-se: ambas eram solitárias e perderam seus filhos. Nesse cenário de bastante opressão, a Doméstica toma consciência da necessidade de virar o jogo. É aí que entra o elemento mais simbólico do filme, o xadrez. O xadrez possibilitou à empregada à capacidade de conscientização, quando esta ler as instruções do jogo e observa que o peão ao chegar na última casa do tabuleiro, pode se transformar em qualquer peça, inclusive em Rainha. Dessa forma, ela resolve se demitir, e fala à sua patroa: “Mais do que dinheiro, Dona Stella, eu preciso de dignidade. No xadrez, assim como na vida, as peças pretas valem tanto quanto as peças brancas.”

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