sexta-feira, 30 de novembro de 2018

BIOGRAFIA : MUHAMMAD YUNUS


A paz duradoura não pode ser atingida a menos que grandes grupos da população encontrem formas de sair da pobreza.

Essa é uma das frases atribuídas a Muhammad Yunus, economista e banqueiro de Bangladesh, um pequeno e extremamente povoado país asiático.
             Muhammad Yunus nasceu a 28 de Junho de 1940 na aldeia de Bathua, em Chittagong, no Bangladesh, tendo 13 irmãos, dos quais 5 morreram durante a infância. O seu pai tinha uma loja de jóias e a sua mãe ajudava os pobres que pediam a sua ajuda. Desde sempre, o pai de Yunus incentivou todos os seus filhos a estudarem e tirarem um curso superior, já a fonte de inspiração para Muhammad Yunus foi a generosidade da sua mãe.
O economista frequentou a escola primária de Lamar Bazar, a escola secundária de Chittagong, a Universidade de Daca durante o seu graduamento e doutorou-se na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos da América, com uma bolsa de estudo. Durante alguns anos, Yunus foi professor-assistente de economia na Universidade do Médio Tennessee. Após isso decidiu regressar ao seu país onde foi professor de economia na Universidade de Chittagong.
            Em 2006 foi laureado com o Nobel da Paz. É autor do livro Banker to the poor (em Portugal, O banqueiro dos pobres). Pretende acabar com a pobreza através do banco que fundou, do qual é presidente e o governo de Bangladesh é o principal acionista, o Grameen Bank, que oferece ativamente microcrédito para milhões de famílias. Yunus afirma que é impossível ter paz com pobreza.
Muhammad Yunus formou-se em Economia em Bangladesh, doutorou-se nos EUA e foi professor na Universidade de Dhaka. Em 1976, constatou as dificuldades de pessoas carentes em obter empréstimos na aldeia de Jobra, em um Bangladesh empobrecido e recém-separado do Paquistão. Por não poderem dar garantias, os bancos recusavam-lhes as pequenas quantias que permitiriam comprar materiais para trabalhar e vender, e os usurários taxavam os empréstimos com juros altos. Yunus acredita que todo ser humano possui instintos de sobrevivência e auto-preservação, uma prova disto são os milhões de pobres que existem no mundo, onde mesmo miseráveis, conseguem contornar ao máximo sua situação. Sendo assim, a forma mais efetiva de ajudar estas pessoas é incentivar o que elas já tem, seu instinto. Quando confere recursos para estas pessoas, por pouco que seja, consegue melhorar sua condição de vida utilizando-se do seu já senso de sobrevivência.
Muhammad Yunus criou então o Banco Grameen, que empresta sem garantias nem papéis, sendo, sobretudo, procurado por mulheres: elas são 97% dos 6,6 milhões de beneficiários. A taxa de recuperação é de 98,85%.
Morando em Bangladesh - um pequeno país no subcontinente Indiano, com 130 milhões de habitantes, uma renda per capita de cerca de US$ 300 e com 62% da população analfabeta - para onde retornou após ter estudado Economia nos Estados Unidos, como bolsista do programa Fulbright - o Professor Yunus lecionava Teoria Econômica na Universidade Chittagong, enquanto tentava descobrir como poderia utilizar tanta "teoria" para resolver o simples problema das pessoas que morriam famintas a seu redor.
Yunus atribui a origem de sua visão a um encontro fortuito, em Jobra, com Sufia Begum, uma jovem de 21 anos, analfabeta que lutava desesperadamente para sobreviver com seus filhos. Para poder trabalhar Sufia tinha tomado emprestado cerca de 25 centavos de dólar americano a um agiota de seu bairro, que lhe cobrava juros de 10% ao dia. Com esse dinheiro, Sufia comprava bambu para fazer tamboretes. De acordo com o "contrato de empréstimo", Sufia era obrigada a vender seus tamboretes exclusivamente ao agiota que lhe financiara e que pagava um valor muito abaixo do valor de mercado. Assim Sufia conseguia obter um "lucro" de cerca de 2 centavos de dólar. Para todos os efeitos a condição de trabalho de Sufia era equivalente à de escravo.Isso revoltou Muhammad, que viu uma oportunidade para ajudar essas pessoas de uma forma mais justa, dando-lhe oportunidades para crescer, e não as explorando.   Foi assim, então, que surgiu o projeto que foi coroado com o Prêmio Nobel da Paz em 2006.
Yunus encontrou 42 mulheres em Jobra nas mesmas condições e resolveu, ele mesmo, emprestar-lhes seu próprio dinheiro a taxas bancárias normais. Inicialmente emprestou 27 dólares, aproximadamente 62 centavos por tomadora.
            Surpreendentemente, Yunus recebeu de volta, com pontualidade, o capital e os juros de todos os empréstimos que fizera Isso lhe deu a ideia que talvez fosse possível expandir esse processo.
Milhares de famílias já deixaram o nível de pobreza por conta disso. São negócios extremamente pequenos que são financiados, muitas vezes, por pouco dinheiro, e os juros cobrados são baseados na taxa básica (no caso do Brasil, seria a Selic). O dinheiro é destinado para a formação do Capital Social da empresa e são concedidos, geralmente, por instituições sem fins lucrativos ou por instituições cuja propriedade é controlada, majoritariamente, pelos próprios tomadores.
E para todos os céticos que duvidam dessa ideia genial, o índice de inadimplência do banco é de apenas 1%.
O poder de “se colocar na pele do outro” é um grande exercício que nos faz chegar a essa conclusão.
E, para quem ainda acredita que a boa intenção não leva a lugar nenhum, o banco Grameen já movimentou quase 6 bilhões de dólares, conta com mais de 12 mil funcionários e já fez com que 12 milhões de cidadãos saíssem da linha de pobreza.




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