Filme libanês da Nadine
Labaki que levou o grande prêmio no Festival de Cannes.
Conta a história de uma criança de 12 anos (Zain) , na verdade ele
não é um ator profissional, mas um refugiado Sírio que foi para o Líbano, fugiu
da guerra da Síria com a família e lá a diretora o encontrou nas ruas. Hoje ele
se encontra na Noruega, ganhou passaporte norueguês e se mudou para o novo país
com a família em 2018. Ele agora frequenta a escola pela primeira vez na vida e
quer ser ator. “Hoje vi pela primeira vez ele assinar seu próprio nome. Foi
emocionante “, contou Labaki.
Tudo começa num tribunal ,
pois o menino quer processar os seus pais por ter nascido e é revoltado com a
vida miserável que leva.
Basicamente ele não sabe quantos anos tem porque a sua família
nunca registrou nada. Os pais vivem num cortiço com vários irmãos menores. É
ele quem cuida das crianças pequenas, assim como trabalha como vendedor de rua.
Quando Sahar, a irmã de quem
é mais próximo menstrua, para desespero do menino que sabe que os seus dias
estão contados naquela família, faz o possível para os pais não saberem deste
acontecimento. Se os pais sabem irão vendê-la. A relação dele é de um afeto e cuidado incomensuráveis. Emocionante!!!!
Cansado dessa situação e muito apegado à sua irmã Sahar, ele planeja uma fuga para os dois. Fugir dos pais
abusivos; porém, sua irmã (assim como muitas meninas mundo afora) foi “vendida”
para um homem mais velho num casamento forçado. Isto é, foi trocada por umas
galinhas.
Zain fica revoltado e foge de casa, abandona o lar e descobre um
mundo ainda mais difícil, dormindo nas ruas... Encontra uma imigrante Etíope e
faz amizade com ela. Ela está no país
sem licença e tem uma criança novinha que é igualmente encantadora!. Quando ela
é presa, Zain fica cuidando da criança. A relação entre eles é encantadora.
Capharnaum desenvolve a
longa jornada de sobrevivência de um garoto de temperamento forte e maturidade
inesperada para a idade. Retrata a desigualdade social e a pobreza.
No final da história há
uma discussão sobre moral e ética.
A diferença de cultura é
um ponto a destacar, pois em alguns momentos além de impactante pra nós do Ocidente, embora saibamos que alguns contextos não estão fora da nossa realidade, dá uma
sensação de estranhamento.
No final, o juiz pergunta:
“ o que você quer dos seus pais?” E Zain responde: “ Quero que eles parem de
ter filhos”.
O processo do filho contra
os pais é ficção, mas todo o resto é baseado em pesquisas e entrevistas que
Labaki fez com crianças em favelas, instituições e centros de detenção para
menores no Líbano, durante três anos. Ao final de cada conversa, perguntava se
a criança estava feliz de estar viva.
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