Este é um dos maiores mestres da nossa autêntica cultura nordestina.
Expressão
maior da música popular nordestina, fiel escudeiro do seu mestre, professor
ARIANO SUASSUNA. Parabéns Nóbrega, Feliz aquele, como eu, que já assisti alguns
de seus shows e fico sempre encantada com o seu trabalho. É muito lindoo!!!!! É emocionante
vê-lo tocar, dançar e cantar com tanta alegria. Isso é que é cultura popular
brasileira pois me nego a dizer que isso é apenas cultura nordestina. Além da
fronteira do nosso país somos todos brasileiros e é isso que realmente importa.
O
Brasil é um país de uma ampla dimensão geográfica e, consequentemente,
cultural. Como poderia, então, um artista ser representante da cultura popular
brasileira, do ponto de vista nacional? É fundamental traçar uma breve
trajetória do pernambucano Antonio
Carlos Nóbrega de Almeida para entender a sua origem e as influências
presentes na construção de sua obra como artista múltiplo, já que escreve,
atua, dirige, dança, compõe, canta e toca instrumentos NASCENTE Filho de um
médico cearense com mãe paulista,
Antonio Nóbrega
nasceu em 1952 no Recife, cidade na qual os pais se conheceram. Ao perceber o
batuque que seu filho fazia na mesa nas horas das refeições, seu pai logo o
colocou para estudar violino. Ele tinha 11 anos. Sua formação se deu no Recife,
capital de Pernambuco, estado que possui uma cultura bastante plural e
sedimentada nas tradições. O carnaval pernambucano é peculiar, com grupos de
caboclinhos, os maracatus, a música e a dança do frevo, além dos costumes
característicos dos blocos, ou seja, manifestações culturais diversas, embora
locais. Apesar do ambiente da cidade em que vivia, Nóbrega não conhecia os
artistas populares, nem as passistas de frevo ou tocadores de maracatu. Com um
avô intelectual e filho de classe média, sua formação era clássica. Estudou no
Colégio Marista e na Aliança Francesa, cursou violino na Escola de Belas Artes.
Seu desejo era ser médico ou advogado, mas, com a iniciação no campo da música,
logo descobriu sua vocação e teve o apoio de seu pai. Aos 18 anos, quando tocava
um concerto de Johann Sebastian Bach ( ) com orquestra de Câmara em uma das
igrejas do Recife, foi convidado pelo escritor Ariano Suassuna a integrar o
Quinteto Armorial. Momento decisivo que viria a influenciar toda a sua história
a partir daí.
Ele nasceu em
Recife e é violinista desde criança. Canta, dança, interpreta, recita e toca
inúmeros instrumentos musicais, como percussão, rabeca, violão, flauta e
sanfona. Participou da Orquestra de Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica
do Recife. Em 1971, à convite de Ariano Suassuna, passou a integrar o Quinteto
Armorial, pioneiro em criar uma música de câmara brasileira de raízes
populares. A partir de 1976, começou a desenvolver e produzir um expressivo
trabalho autoral em artes cênicas, misturando dança, teatro, circo, literatura
e música. A Bandeira do
Divino, Maracatu Misterioso, Figural, Brincante, Na Pancada do Ganzá, Madeira
Que Cupim Não Roi, O Marco do Meio-Dia, Lunário Perpétuo, Passo e Nove de Frevereiro são
alguns exemplos. Em 1999, participou do Festival d’Avignon, na França, com o
espetáculo Pernambouc,
preparado especialmente para o público francês. Em 2004, realizou, em parceria
com o cineasta Belisário Franca, a série Danças
Brasileiras, apresentada no canal Futura. Ele considera o frevo “a expressão mais bem-acabada do povo
brasileiro em relação à dança” e faz elogios igualmente superlativos à música
frevo. Mas antes que alguém levante a suspeita de bairrismo, três considerações
a respeito: seu talento como bailarino e músico são incontestes; conhecimento
de causa ele tem, porque viajou pelo Brasil inteiro estudando as mais diversas
danças brasileiras; e, por último, a verdade é que o pernambucano Antonio
Nóbrega nunca foi de vestir a camisa da pernambucanidade. Se ele diz o que diz
do frevo, é bem provável que seja mesmo.
“Cheguei no frevo através do passo”, diz ele. Mais precisamente, através do Nascimento do Passo, nome artístico de Francisco do Nascimento Filho. No carnaval de 1972, Nóbrega conheceu o famoso passista, amazonense que tinha vindo ao Recife como clandestino num navio, ainda criança, sem pai nem mãe. Impressionado com a habilidade de Nascimento, quis tomar aulas de frevo com ele. “Eu conseguia seduzir os meus amigos para que eles também fizessem as aulas. Passados dois ou três meses não ficava um, era fogo de palha, mas aí eu já tinha um saldo com Nascimento para continuar as minhas aulas”, diz Nóbrega, que passou a freqüentar a casa do passista, no Ibura, durante o ano todo.
“Em nenhum
lugar o povo produziu uma manifestação tão rica no que diz respeito ao
vocabulário de passos, e o que é mais importante, batizados com nomenclatura.
Porque em muitas de nossas danças, no próprio maracatu ou no caboclinho, a
maioria dos passos são movimentos que estão ainda imersos numa espécie de
caldeirão coletivo, que as pessoas aprendem inconscientemente sem precisar dar
nomes. O frevo não, ele já foi sistematizado, já tem uma pedagogia”, diz ele.
Em 2000, estreou em
Lisboa O Marco do Meio-Dia, apresentando-o também em
Paris, Hannover e em mais de vinte cidades brasileiras. O ano de 2002 foi
marcado pelo lançamento do espetáculo Lunário Perpétuo
e por DVD homônimo. Em 2004, em parceria com o cineasta Belisário Franca,
realizou a série Danças Brasileiras, apresentada no Canal Futura.
Entre
2006 e 2007, com o título de Nove de
Frevereiro, lançou espetáculo, 2 CDs e DVD dedicados ao frevo. Ainda
em 2007, criou um espetáculo inteiramente dedicado à dança: Passo.
Nessa mesma trilha vieram Naturalmente
– Teoria e jogo de uma dança brasileira – com respectiva versão em DVD,
produzido pelo SESC –, Húmus e Pai,
ambos interpretados pela Cia Antonio Nóbrega de Dança, fundada em 2012.
Tem se apresentado por
inúmeros países, entre eles Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Cuba, Rússia e
França. Nóbrega é detentor de inúmeros prêmios, entre os quais o TIM de Música,
SHELL de teatro, Mambembe, APCA, Conrado Wessel, etc. Recebeu por duas vezes a
Comenda do Mérito Cultural.
Com
sua mulher, Rosane Almeida, idealizou e dirige, em São Paulo, o Instituto
Brincante, local de cursos, apresentações, oficinas, mostras e
encontros onde o casal procura apresentar, dinamizar e difundir aspectos da
cultura brasileira pouco ou não conhecidos. Em reconhecimento à sua obra, ainda
em 2008, recebeu o título de Cidadão Paulistano em cerimônia na Câmara dos
Deputados de São Paulo.
Em
2014, juntamente com o frevo – patrimônio imaterial da humanidade – foi o
homenageado do Carnaval do Recife. Nesse mesmo ano, no mês de dezembro, o filme Brincante,
que relata sua trajetória artística, foi estreado em várias salas do país. Tanto
o filme como os seus DVDs, todos foram dirigidos pelo fotógrafo e diretor
Walter Carvalho. Em 2015 Brincante conquista o Prêmio de Melhor Filme do Ano,
categoria documentário, pela Academia Brasileira de Cinema. Em novembro de 2015 foi homenageado com o título de Cidadão São Paulo pelo Catraca Livre.
Esse é um raro e grande ARTISTA,sem os holofotes da grande mídia, tem um trabalho magnífico em prol da cultura popular do País.
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