quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

DOCUMENTÁRIO : MITÃ



O documentário MITÃ é uma produção do Espaço Imaginário com direção de Alexandre Basso e Lia Mattos e transita no universo da infância de forma poética e profunda, trazendo referências universais sobre temas como educação, espiritualidade, tradição e cultura dos povos.
Mitã significa criança, na língua guarani. A partir do contato da equipe com as crianças indígenas de Mato Grosso do Sul e com os anciões da Aldeia Amambai, que compartilham no filme um pouco das suas crenças e formas de ver a Infância, surgiu a inspiração para o título do documentário, que retrata este tempo sagrado na vida e na cultura da humanidade.

Nos mostra o valor do brincar; a criatividade das crianças; a beleza das crianças; brincadeiras lindas de diferentes locais brasileiros, que descobri nesse documentário...
Originado de uma pesquisa realizada há mais de 5 anos pelos diretores do documentário o filme traz imagens feitas em diversas regiões do país, como na Festa do Divino Espírito Santo, no Maranhão, onde seguindo as tradições portuguesas a Criança é coroada imperadora do mundo, simbolizando a esperança em uma nova era que nasce com cada pessoa que vem ao mundo. 
Inspirado nos pensamentos e estudos de Lydia Hortélio, etnomusicóloga baiana que pesquisa a Cultura da Criança há mais de 40 anos, Mitã traz formas reveladoras de ver a cultura brasileira inserida no cotidiano das crianças, possibilitando que o desenvolvimento da infância aconteça com naturalidade e alegria. Estão presentes no filme também as ideias de Agostinho da Silva, filósofo e educador luso-brasileiro a cerca da Criança e sua relação com as possibilidades de um mundo melhor, além de poemas de Fernando Pessoa e depoimentos de outros pesquisadores de reconhecimento nacional.
Segundo os diretores, o filme foi realizado para um público diverso que vai desde festivais de cinema, exibições em instituições educativas, sociais e culturais ligadas a Infância , além das televisões nacionais e internacionais.
Produzido com o patrocínio do FMIC - Fundo Municipal de Investimentos Culturais de Campo Grande, e recursos próprios, MITÃ começa sua carreira de exibições em Curitiba, São Paulo, Salvador e Ivinhema MS, durante o Festival de cinema local. O documentário têm duração de 52 min e também será distribuído para escolas municipais e estaduais de Campo Grande com o objetivo de incentivar novas percepções para a educação e a infância.
MITÃ é uma homenagem ao tempo e ao prazer de ser Criança, traz na sua gênese ideias fortes e inspiradoras sobre como ver e preservar o presente que é a Infância, fazendo-se perceber o Ser Humano ainda novo como potencial de transformação para o futuro da humanidade.

LIVRO INFANTO-JUVENIL : O MENINO DO DEDO VERDE



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Faz mais ou menos um mês que uma ex-aluna me marcou no facebook comentando como esta história foi bastante significativa em sua vida, pois quando eu a ensinava pedi para que a sua turma lesse. Fiquei emocionada ao ver o seu depoimento, pois segundo ela, este livro abriu caminhos para a leitura e a imaginação.

Esta é uma daquelas histórias que nos trazem grandes reflexões a partir de poucas palavras e seu encanto está na simplicidade. Como não sorrir com as descobertas de Tistu e seus pensamentos tão puros? Como não se encantar? A história do livro nos conta que Tistu era um menino diferente, vivia em uma casa sempre brilhante e seus pais eram muito ricos. Mas quando foi mandado para a escola, Tistu descobriu que era diferente das outras crianças e foi mandado embora.

Como não conseguiu ficar na escola, Dona Mamãe e Sr. Papai ( seus pais ) resolveram ensinar-lhe tudo que precisava saber na "prática".

Seu primeiro professor, Bigode ( jardineiro da casa de Tistu ), descobriu que Tistu tinha o polegar verde, isso significa que onde ele colocasse o polegar iriam nascer flores, pois em cada canto do mundo há sementes, só esperando que um menino especial como Tistu faça esta se transformar em uma flor. Por fim, Bigode disse a Tistu que não poderia contar isso a ninguém.

Seu segundo professor, Sr. Trovões, lhe mostrou o que era ordem e onde havia desordem, mostrando-lhe a favela de Mirapólvora, um lugar barrento e nogento. Tistu, achando  a favela um lugar sem alegria, não perdeu tempo! Onde passava pela favela colocava seu dedo verde! Fez isso também nos lugar onde levavam-no para aprender como na prisão e no hospital.

    Tistu, um dia,  passou dos limites! Aconteceu que estava havendo uma guerra entre duas cidades, e Tistu não querendo que isso acontecesse, fez crescer flores em todos os canhões, o que causou a ira de todos em Mirapólvora, a cidade onde morava.

   Após um tempo, uma coisa horrivél aconteceu! O grande amigo de Tistu, Bigode faleceu! Como falaram a Tistu que Bigode estava no céu, Tistu fez crescer uma grande planta  para que ele pudesse subir e buscar Bigode ou que Bigode pudesse descer.

    Enquanto Tistu subia , seu pônei Ginástico, corroia a planta.

    Quando Tistu se deu conta, estava subindo sem tocar em nada e via que em si havia lindas assas brancas! No final o que Ginástico corroía era a seguinte frase: TISTU ERA UM ANJO!

Tistu acabou descobrindo o seu "dedo verde", o seu dom, aquilo que realmente o tornava feliz e passou a fazer o que podia para melhor utilizá-lo.

Penso que cada pessoa possui seu próprio "dedo verde", um dom característico que recebemos e que não pode ser deixado de lado. Da mesma forma que Tistu usava seu dedo verde para tornar melhores e mais felizes a vida das pessoas, também nós temos que pôr nossos dons à serviço e utilizá-los sempre para o bem, procurando maneiras de melhorar a cada dia não só a nossa própria vida, mas também a de todos aqueles que estão sempre próximos a nós ou ao nosso alcance.

        Podemos usar nosso próprio "dedo verde" para mudar a realidade em que vivemos, transformar a nós mesmos e até mesmo mudarmos nossos hábitos de vida.     Esse livro é um livro infanto-juvenil, mas pode - e deveria - ser lido por pessoas de todas as idades, pois é escrito com uma doçura e uma simplicidade tal que nos encanta e nos faz pensar naquilo que realmente vale a pena na vida e o que estamos cultivando em nosso dia-a-dia. É inevitável não compará-lo a O Pequeno Príncipe, não pela história em si, mas pela maneira como é escrito, pelo encanto que nos transmite e pelas lições que nos tocam.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

GIBRAN : AS LEIS




Existem ou não existem leis atemporais, universais? Se os homens não existissem, as leis existiriam? Existem leis no Universo independente da nossa compreensão sobre elas?

É lógico que a Ciência nos mostra um monte de leis, mas quando se refere ao campo moral, ao campo do comportamento humano... Existem leis que regem o comportamento humano, assim como regem o comportamento da matéria? Como a lei da gravidade, lei da atração, enfim, todas as leis da física que nós tratamos e sabemos que são inexoráveis e que existiria independente da existência do homem?

Imagine que fôssemos educadores e que fosse reformado nosso sistema de ensino no Brasil hoje, então segundo grau não seria mais três anos e sim, cinco e irão ter outras disciplinas...

Nós criamos um módulo que é só ideia; ainda nenhum ser humano percorreu aquilo, mas um ser humano que quer atingir um estágio intermediário, ou seja, o estágio secundário de ensino vai ter de passar por ali; mas antes que o primeiro ser humano transmite por ali, aquilo existiu como algo ideal. Imagine que a condição humana possa ter possa ter pré-esistido ao primeiro ser humano como algo ideal, como modelo? Que parte de um principio e vai até o fim; que tem estágios que precisam ser cumpridos e leis que regem a transição por esses estágios?

 E que, ainda que não houvesse um ser humano, essas leis como ideias já existiriam? As leis que regem a evolução moral do homem? Isto era o que esses autores acreditavam. Platão acreditava totalmente nisto. Ele acreditava que não existe nada no Universo que não seja regido por leis, então, por que nós não seríamos? Não é curioso que nós nos  sintamos uma exceção? Nada no Universo é desprovido de leis.

Gibran considera que as leis existem e regem a condição humana também, assim como rege a gravitação dos astros, acreditem os homens ou não.







               Então um advogado disse:

              “Que pensas de nossas leis, Mestre?”

               E ele respondeu:

               Vós vos deletais em estabelecer leis,

               mas vos deletais ainda mais em violá-las...



Platão, na república vai falar o seguinte: O mito de Giges que diz que havia um homem muito virtuoso da região da Lídia, só que um dia ele acha um anel e quando coloca no dedo se torna invisível, logo ele começa a violar todas as leis da sociedade porque ninguém o via. Giges era ético ou não era ético?



           Ele obedecia as leis ou não? Era virtuoso ou não?

           Percebam que esta é uma ética de aparências, de coersão e não de convicção.



Imaginem vocês que Giges achasse esse anel e continuasse virtuoso, invisível... e as pessoas soubessem disso: Que Giges tinha um anel e quando ele ficava tão virtuoso quanto ele era quando visível. O que as pessoas falariam? Entre elas, elas elogiariam por medo que Giges viesse explorá-las. Mas, internamente elas pensariam: “Que estúpido! Como perde uma oportunidade dessa? Se eu achasse esse anel, comigo seria diferente...

As pessoas respeitam as leis por medo de sofrer com o descumprimento delas, mas internamente, não as amam. Respeitam por medo, mas internamente, se pudessem descumprir impunemente, não cumpririam. Isto é o que Gibran diz: “Vós vos deleitais em estabelecer leis, mas vos deleitais ainda mais em violá-las.”



Por que a lei é filha do medo, da coersão pelo medo de sofrer pela infração da lei, não pela convicção.

Se você fosse Robson Crusoé e vivesse sozinho numa ilha, que leis você cumpriria?

Você é aquilo que você faz quando a última porta se fecha atrás de você.



Como crianças que brincam à beira do oceano,

Edificando, pacientemente, torres de areia e, logo em seguida, destruindo-as entre risadas.



Ele aqui fala de duas categorias de seres humanos.  Imagine um ser humano que sabe que as suas leis são provisórias, temporais; ele está fazendo o melhor que ele pode e sabe que com um tempo haverá  novas situações em que  àquelas leis não irão cobrir; logo ele as estabelece porque são as melhores que têm condições de ver naquele momento. Mas, está preparado para reconstruir quando a água vier e destruir o meu castelo de areia. A pureza das crianças quando diz:  “eu faço uma lei para cobrir essas duas situações: mas eu sei que as situações não serão sempre duas. Virão três, quatro, cinco e essa lei será destruída e eu estabelecerei novamente.

Já que não vejo uma lei Universal que eu não possa adaptar a esta situação, então estabeleço uma lei em cima do que eu estou vendo. Eu sei que ela é provisória. Eu não confundo a minha pequena lei com uma grande lei do Universo que eu mata e morra por ela.



              Mas enquanto edificais vossas torres de areia,

              O oceano atira mais areia à praia,

              E quando as destruís, o oceano ri convosco.

              Na verdade, o oceano sempre ri com os inocentes...



                É como se fosse a diferença entre o dolo e a culpa. Eu sou culpado dessas leis serem tão provisórias? Sou pela minha ignorância, não pude fazer melhor. Mas não tenho intenção de aprisionar ninguém com essas leis. Estava tentando cobrir a realidade com o tamanho do meu cobertor e agora vou ampliá-lo e agora não me sinto dono da verdade, era o melhor que eu tinha, já que não capto leis Universais e Platão fala do verdadeiro legislador como pontífice, que tem uma estatura moral, espiritual, psicológica para captaras leis universais e adaptá-las ao mundo. Se eu não tenho esse grande legislador, só tenho eu, deixa eu ver o melhor que cobre a realidade que estou vendo. Eu sei que o Oceano irá trazer mais areia e eu vou ampliar essa lei para cobrir essa nova necessidade. Eu não sou dono da verdade... E quando o Oceano destrói o meu castelo, engraçado como não vi isto! Olha mais areia! Meu castelo tem de incluir essa areia. O Oceano rir com os inocentes...está bom; vamos construir juntos.

Agora vem outra situação: quem tem só um pouco de areia, que é só aquilo que ele vê. Constrói uma lei com aquilo e acha que é uma lei inexorável, Universal e ele mata e morre em nome dela. Acha que sua pequena lei , é a lei e gera uma rigidez.

                Veremos que o dogmatismo e muitas das injustiças cometidas na história, nasceram dali. Quando o homem diz: “ eu tenho a verdade”. Sabe o que é que Sócrates dizia?

·         Ou ele tem mesmo e é um sábio.

·         Ou ele não sabe nem o que é a verdade; é um ignorante absoluto.

Em nenhum dos dois casos serve para filósofo.

O filósofo é um cidadão que tem um montinho só de areia e sabe que tem     um montinho só; ele está esperando por mais areia para construir o segundo. Ele não se sente em nenhum momento dono da verdade. Ele tem essa pureza de rir junto com o oceano quando derruba o seu castelo de areia e está sempre em busca de aperfeiçoamento. Sábios completo é muito raro; ignorantes completos é menos raros.

                Buscadores da verdade, que não se sentem donos da verdade nem donos das leis Universais, esses infelizmente têm poucos. Muitos se sentem donos da verdade com um pouquinho de areia que eles têm; ou seja, a ignorância quando é consciente, ela é inofensiva; o pior é a ignorância quando se arroga dona da verdade. O próprio Platão dizia que o maior impedimento para se ter algum conhecimento é se achar que você já tem.

                Quando Sócrates dizia: “Só é útil o conhecimento que nos torna melhores”. Eu só sei que nada sei. Ele sabe que o conhecimento que ele tem é tão ínfimo em relação ao Universo para ser explorado e conhecido.

Se o teu Universo é pequeno, você vai achar que o teu pouco é muita coisa...Um Universo fechado, restrito faz com que os homens se sintam donos da verdade.

Que dizer porém, àqueles para quem a vida não é um oceano, nem as leis baixadas pelos homens são torres de areia?

Existem aqueles que acham que a vida é uma poça d’água e que sua lei cobre toda essa poça e portanto há de obedecer inexoravelmente.

Platão no livro “ O Político” diz o seguinte: Imagine que você tem um médico faz uma prescrição para você e essa prescrição como ele vai viajar por 10 dias, ele diz: “ tome este medicamento , nesta dosagem por 10 dias” mas imagine que este médico volte em 5 dias e olhe para você e diz: “Você está muito melhor, não precisa tomar todo este medicamento; toma só a metade”. Ele tem autoridade para fazer isto? Tem, porque ele criou a prescrição, ele é capaz de analisar novamente a realidade e reavaliá-la.

Imagine você chegar pra ele e dizer:

“Não, existe uma lei escrita que diz que eu tenho de tomar este medicamento, como é que o Sr. Está querendo descumprir a lei?”

“Como assim, se fui eu que criei esta lei, estou vendo.”

Quem não vê nada, pega uma prescrição e considera como verdade Universal. Ele vai querer que até uma pessoa sã, tome aquela dose de medicamento e vai empurrar de garganta abaixo se ela não quiser tomar. Ela não tem nenhuma noção da realidade que gerou a prescrição. Isto faz com que você fique escravo daquilo.

Então, aqueles que não consideram que o Universo é um Oceano. Imagine um pouco de mentalidade simbólica, filosófica, quando você olha o Oceano, sobretudo à noite. O Oceano é muito misterioso, dá uma ideia de onipotência, imensidão...o simbolismo do Universo, dá uma sensação de poder, de coisa infinita. Você olha o Oceano tomado por algo misterioso que guarda o Universo dentro dele, ou seja, o homem que imagina que o Universo não é um Oceano, é uma poça d’água e que a lei cobre todas as necessidades desta poça, o que este homem irá fazer?

Quantas vezes na história já tivemos homens, assim?

Que criaram leis e disseram: Isto aqui, explica o Universo.



Aqueles cuja vida é uma pedra, e a lei um cinzel

com o qual procuram esculpi-la à sua própria imagem?

Que dizer do imobilizado que odeia os bailarinos?



No livro: “ A guerra da arte” o autor diz que existe um acordo tácito em prol da mediocridade. Quando uma pessoa reage é tomada pelos demais como traidor. Quando você reage você mostra que todo mundo poderia ter reagido. Você expõe a inércia de todo grupo. O pior pecado do caranguejo é pular na beira do balde. Aqueles que ficam lá dentro, o odeiam. Ele mostra que é possível um caranguejo pular na beira do balde. Os homens são imobilizados. E se alguém baila? Isto é um pecador imperdoável. Está descumprindo uma lei terrível!

Um herói destrói a teoria da mediocridade. No momento histórico de decadência, a maior subversão que existe é ser virtuoso.


E do boi que gosta do seu jugo

e considera o gamo e o cervo

seres extraviados e vagabundos?

E da serpente idosa que não pode mais largar sua pele

e qualifica todas as outras de desnudas e impudicas?



É como se fosse a fábula da “Raposa e das uvas”. Eu amaria, mas eu não ouso. E se ninguém ousar? Eu não tenho a perspectiva do que deveria ser. Então, aquele que ousa, me fere.

Uma passagem do livro de Shakespeare “Otelo” tem um personagem muito virtuoso, Cássio, e um outro muito vicioso que era Iago. Então numa das falas de Iago ele diz: “Todos os dias ele me fere com sua beleza”. A sua beleza me mostra todos os dias quão feio eu sou.



                E daquele que chega cedo ao banquete de núpcias e, depois,

              saciado e esgotado, segue seu caminho, dizendo que todo festim

              é uma violação da lei e todo festejador é um culpado?



                Ou seja, você é a 1ª a chegar na festa, come bastante e quando os 1ºs convidados chegam, você se retira dizendo: Eu sou virtuoso e não participo desses  festins da gula e do pecado; ou seja, é o 1º a avançar e quando se sacia, culpa àqueles que caíram no mesmo erro.

                Platão diz que: “ cada vez que vemos um vício fora, estamos vendo uma possibilidade que existe dentro de você.” Jung também fala sobre isto: a teoria da projeção.

                Esta possibilidade que existe dentro de você, se você odeia fora é porque ainda não dominou.

                Se você tem compaixão é porque você já viu e já dominou.

                Existe duas possibilidades: aquilo que você  domina; àquilo que você não vê, vai te dominar porque nós somos um microcosmo.

                Tudo que existe fora , existe dentro em miniatura.

                Se eu vejo uma pessoa  terrivelmente preguiçosa e eu não dominei minha preguiça, o que sentirei por ela é: ÓDIO, pois ela mostra algo que eu queria varrer para dentro do tapete. Ela me obriga a ver.

E se eu já lutei contra a preguiça e já dominei? Coitado!! Ele não sabe quanto vai sofrer; eu sei, posso ajuda-lo. Não irá provocar ódio ou rejeição.



 Que direis destes todos; senão que eles também se mantêm

 na claridade do sol, mas de costas para o Sol?

 Veem suas sombras, e suas sombras são suas leis.








CHARGE

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RENASCER É PRECISO E NO TEMPO CERTO!



Sair do nosso próprio casulo, romper com o estabelecido e o seguro para tentar algo maior. Transformar-se exige esforço e também paciência para esperar o tempo certo. Tempo de se fortalecer, de ganhar prumo, antes de se aventurar por outros horizontes. Processo muitas vezes solitário, como é para a lagarta, que não vira borboleta se apressarem sua metamorfose. Que maravilha ela se torna quando ganha uma nova identidade e voa, exibindo sua altivez!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

BIOGRAFIA ANTONIO CARLOS NÓBREGA



Este é um dos maiores mestres da nossa autêntica cultura nordestina.

Expressão maior da música popular nordestina, fiel escudeiro do seu mestre, professor ARIANO SUASSUNA. Parabéns Nóbrega, Feliz aquele, como eu, que já assisti alguns de seus shows  e fico sempre encantada com o seu trabalho. É muito lindoo!!!!! É emocionante vê-lo tocar, dançar e cantar com tanta alegria. Isso é que é cultura popular brasileira pois me nego a dizer que isso é apenas cultura nordestina. Além da fronteira do nosso país somos todos brasileiros e é isso que realmente importa.
O Brasil é um país de uma ampla dimensão geográfica e, consequentemente, cultural. Como poderia, então, um artista ser representante da cultura popular brasileira, do ponto de vista nacional? É fundamental traçar uma breve trajetória do pernambucano Antonio Carlos Nóbrega de Almeida para entender a sua origem e as influências presentes na construção de sua obra como artista múltiplo, já que escreve, atua, dirige, dança, compõe, canta e toca instrumentos NASCENTE Filho de um médico cearense com mãe paulista,
Antonio Nóbrega nasceu em 1952 no Recife, cidade na qual os pais se conheceram. Ao perceber o batuque que seu filho fazia na mesa nas horas das refeições, seu pai logo o colocou para estudar violino. Ele tinha 11 anos. Sua formação se deu no Recife, capital de Pernambuco, estado que possui uma cultura bastante plural e sedimentada nas tradições. O carnaval pernambucano é peculiar, com grupos de caboclinhos, os maracatus, a música e a dança do frevo, além dos costumes característicos dos blocos, ou seja, manifestações culturais diversas, embora locais. Apesar do ambiente da cidade em que vivia, Nóbrega não conhecia os artistas populares, nem as passistas de frevo ou tocadores de maracatu. Com um avô intelectual e filho de classe média, sua formação era clássica. Estudou no Colégio Marista e na Aliança Francesa, cursou violino na Escola de Belas Artes. Seu desejo era ser médico ou advogado, mas, com a iniciação no campo da música, logo descobriu sua vocação e teve o apoio de seu pai. Aos 18 anos, quando tocava um concerto de Johann Sebastian Bach ( ) com orquestra de Câmara em uma das igrejas do Recife, foi convidado pelo escritor Ariano Suassuna a integrar o Quinteto Armorial. Momento decisivo que viria a influenciar toda a sua história a partir daí.



Ele nasceu em Recife e é violinista desde criança. Canta, dança, interpreta, recita e toca inúmeros instrumentos musicais, como percussão, rabeca, violão, flauta e sanfona. Participou da Orquestra de Câmara da Paraíba e da Orquestra Sinfônica do Recife. Em 1971, à convite de Ariano Suassuna, passou a integrar o Quinteto Armorial, pioneiro em criar uma música de câmara brasileira de raízes populares. A partir de 1976, começou a desenvolver e produzir um expressivo trabalho autoral em artes cênicas, misturando dança, teatro, circo, literatura e música. A Bandeira do Divino, Maracatu Misterioso, Figural, Brincante, Na Pancada do Ganzá, Madeira Que Cupim Não Roi, O Marco do Meio-Dia, Lunário Perpétuo, Passo e Nove de Frevereiro são alguns exemplos. Em 1999, participou do Festival d’Avignon, na França, com o espetáculo Pernambouc, preparado especialmente para o público francês. Em 2004, realizou, em parceria com o cineasta Belisário Franca, a série Danças Brasileiras, apresentada no canal Futura. Ele considera o frevo “a expressão mais bem-acabada do povo brasileiro em relação à dança” e faz elogios igualmente superlativos à música frevo. Mas antes que alguém levante a suspeita de bairrismo, três considerações a respeito: seu talento como bailarino e músico são incontestes; conhecimento de causa ele tem, porque viajou pelo Brasil inteiro estudando as mais diversas danças brasileiras; e, por último, a verdade é que o pernambucano Antonio Nóbrega nunca foi de vestir a camisa da pernambucanidade. Se ele diz o que diz do frevo, é bem provável que seja mesmo.



“Cheguei no frevo através do passo”, diz ele. Mais precisamente, através do Nascimento do Passo, nome artístico de Francisco do Nascimento Filho. No carnaval de 1972, Nóbrega conheceu o famoso passista, amazonense que tinha vindo ao Recife como clandestino num navio, ainda criança, sem pai nem mãe. Impressionado com a habilidade de Nascimento, quis tomar aulas de frevo com ele. “Eu conseguia seduzir os meus amigos para que eles também fizessem as aulas. Passados dois ou três meses não ficava um, era fogo de palha, mas aí eu já tinha um saldo com Nascimento para continuar as minhas aulas”, diz Nóbrega, que passou a freqüentar a casa do passista, no Ibura, durante o ano todo.

“Em nenhum lugar o povo produziu uma manifestação tão rica no que diz respeito ao vocabulário de passos, e o que é mais importante, batizados com nomenclatura. Porque em muitas de nossas danças, no próprio maracatu ou no caboclinho, a maioria dos passos são movimentos que estão ainda imersos numa espécie de caldeirão coletivo, que as pessoas aprendem inconscientemente sem precisar dar nomes. O frevo não, ele já foi sistematizado, já tem uma pedagogia”, diz ele.

Em 2000, estreou em Lisboa O Marco do Meio-Dia, apresentando-o também em Paris, Hannover e em mais de vinte cidades brasileiras. O ano de 2002 foi marcado pelo lançamento do espetáculo Lunário Perpétuo e por DVD homônimo. Em 2004, em parceria com o cineasta Belisário Franca, realizou a série Danças Brasileiras, apresentada no Canal Futura.

Entre 2006 e 2007, com o título de Nove de Frevereiro, lançou espetáculo, 2 CDs e DVD dedicados ao frevo. Ainda em 2007, criou um espetáculo inteiramente dedicado à dança: Passo. Nessa mesma trilha vieram Naturalmente – Teoria e jogo de uma dança brasileira – com respectiva versão em DVD, produzido pelo SESC –, Húmus e Pai, ambos interpretados pela Cia Antonio Nóbrega de Dança, fundada em 2012.

Tem se apresentado por inúmeros países, entre eles Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Cuba, Rússia e França. Nóbrega é detentor de inúmeros prêmios, entre os quais o TIM de Música, SHELL de teatro, Mambembe, APCA, Conrado Wessel, etc. Recebeu por duas vezes a Comenda do Mérito Cultural.

Com sua mulher, Rosane Almeida, idealizou e dirige, em São Paulo, o Instituto Brincante, local de cursos, apresentações, oficinas, mostras e encontros onde o casal procura apresentar, dinamizar e difundir aspectos da cultura brasileira pouco ou não conhecidos. Em reconhecimento à sua obra, ainda em 2008, recebeu o título de Cidadão Paulistano em cerimônia na Câmara dos Deputados de São Paulo.

Em 2014, juntamente com o frevo – patrimônio imaterial da humanidade – foi o homenageado do Carnaval do Recife. Nesse mesmo ano, no mês de dezembro, o filme Brincante, que relata sua trajetória artística, foi  estreado em várias salas do país. Tanto o filme como os seus DVDs, todos foram dirigidos pelo fotógrafo e diretor Walter Carvalho. Em 2015 Brincante conquista o Prêmio de Melhor Filme do Ano, categoria documentário, pela Academia Brasileira de Cinema. Em novembro de 2015 foi  homenageado com o título de Cidadão São Paulo pelo Catraca Livre. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

A FUTURA SOCIEDADE SEM VERGONHA!!!! MUITO TRISTE...


Muito boa reflexão, professor!!!!

Os malucos Caio Coppolla e Nando Moura são da mesma geração da extraordinária Leiliane Rafael da Silva, aquela do acidente do helicóptero onde morreu Boechat, aquela que mesmo estando doente não mediu esforço para salvar vidas, enquanto homens  filmavam o acidente com smartphone tentando captar a melhor imagem e postar em redes sociais! Leiliane talvez nos dê um fio de esperança, como um fio de Ariadne que nos ajude a sair desse labirinto de desumanidade, reino da Grande Besta Bozo.

E sabe o que me deixa mais triste, a gente dá uma olhada nos comentários dos internautas e só vê discurso de ódio, homofobia, detona outras pessoas que não pensam iguais a ele. Em momento algum eu vi ele tentando apaziguar essa fúria nas entrelinhas dos comentário. Mas temos uma ponta de esperança, até porque tem alguns inteligentes, não só de formação, mas de bom senso como Henry Bugalho, Pirulla entre outros...

Qualquer um que critique o Bolsonaro é lixo pra ele... Essa é a regra. Infelizmente vejo os jovens instigando valores bélicos, binários, ou fecha com eles ou é inimigo... Gozado que até pouco tempo eles criticavam os esquerdista que se portavam assim, agora fazem bem pior. Essa falta de autocrítica me impressiona, parece que sofrem de amnésia.

Professor, um dia as pessoas 'do futuro' vão ler sobre os problemas inacreditáveis que temos hoje em dia, assim como nós lemos sobre absurdos como racismo e machismo no passado(e que estão sendo reincidentes hoje)... e tudo  isto  será o grande motivo de VERGONHA que os futuros jovens apontarão como HITLER do século XXI!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

CURTA METRAGEM: KITBULL


Kitbull mostra a conexão entre dois bichinhos com aparências muito diferentes: um gatinho de rua perdidamente independente e um pit bull. Em menos de nove minutos, o curta em 2D fala tanto sobre amizade quanto sobre abuso de animais — sem precisar de nenhuma palavra para isso.
Grande mensagem e animação. Os Pitbulls  têm uma reputação tão ruim, mas em quase todos os casos, o cão é agressivo por causa de seu dono. Tenho uma amiga que tem um pitbull e ele é muito dócil. O curta serve para descaracterizar este rótulo que as pessoas colocam sobre esta raça. É bom saber que o mundo ainda existem  pessoas boas que cuidam  e se preocupam com os animais.
Quanto ao tema AMIZADE isto é algo muito especial. Tenho muitos amigos e gosto do jeito deles, pois cada um me ensina algo que talvez eles mesmos nem saibam o quanto são importantes para mim. O texto de Vinícius traduz o meu sentimento quanto a este tema.

AMIGOS
(Vinícius de Moraes)
Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor.
Eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências.
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. É delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí.
E me envergonho, porque essa minha prece é em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer.
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que não desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
Com o meu carinho!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

MÙSICA : REVÓLVER FLAIRA FERRO


Amooooo o trabalho de Flaira!!!! Puts, tudo perfeito neste clipe. Sempre fico encantada com a sensibilidade desta menina!!!! Verdadeira inspiração para nós, Pernambucanos!!!
"EU QUERO VER VOCÊ DIZER QUE NÃO VAI TER MAIS FREVO" Que alerta de consciência esta letra traz. Afinal, o FREVO além de ter este caráter libertador, é expressão latente e pungente da nossa cultura. "UMA CIDADE TRISTE É FÁCIL DE SER CORROMPIDA". Fodaaaaaa... Cada frase meticulosamente trabalhada, pensada... Principalmente tratando-se do atual contexto político no qual estamos vivenciando ... REVÓLVER ...quando pensamos num país com tanto o que fazer, o BOSO libera 4 armas por pessoa... parece piada...mas infelizmente não é. Ele deveria liberar mais educação, mais saúde, mais segurança, mais esperança... Estou nessa... "O MEU REVÓLVER È UM ESTADO DE ESPÍRITO" O meu tb. Parabéns, garota!!!! Orgulho de você. Nosso FREVO imortalizado mais uma vezzzz LETRA

Revólver - Flaira Ferro

O meu revólver
é um estado de espírito
e o pessimismo
é luxo de quem tem dinheiro

A covardia
impera sob a ignorância
Mas a esperança
é substância pra mudar
Mudar as coisas de lugar

Uma cidade triste
é fácil de ser corrompida
uma cidade triste
é fácil ser manipulada

No contra-ataque da guerra, arte!
pra não viver dando murro em ponta de faca.
No contra-ataque da guerra, arte!
ninguém nessa terra vai comer farinata
Eu quero ver você dizer que
não vai ter mais frevo
Eu quero ver você dizer que
não tem frevo mais

O frevo é um ser humano
O frevo é o nosso Rock
O frevo é a luta armada
de Zenaide, de Capiba e de Spok

Meu corpo é uma cidade
com pernadas de aço
pra furar um buraco
na rocha do egoísmo
A revolta do passo

Ferrolho, tramela
Rojão, abre alas
Tesoura, martelo
Espalhando brasa

No contra-ataque da guerra, arte!
pra não viver dando murro em ponta de faca.
No contra-ataque da guerra, arte!
Um corpo liberto deixa a mente afiada.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

SAWABONA SHIKOBA



















Há uma "tribo" africana que tem um costume muito bonito.
Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas... que ele já fez.

A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom, cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade.

Mas às vezes, na busca dessas coisas, as pessoas cometem erros. A comunidade enxerga aqueles erros como um grito de socorro.

Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza, para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade da qual ele tinha se desconectado temporariamente:  "Eu sou bom".
Sawabona Shikoba!

SAWABONA, é um cumprimento usado na África do Sul e quer dizer:
"EU TE RESPEITO, EU TE VALORIZO, VOCÊ É IMPORTANTE PRA MIM".

Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é:
"ENTÃO, EU EXISTO PRA VOCÊ".

POEMA: PROMESSAS DE UM MUNDO NOVO - THICH NHAT HANH

Prometa-me Prometa-me neste dia Prometa-me agora Enquanto o sol está sobre nossas cabeças Exatamente no zênite Prometa-me: Mesmo que eles Ac...