Como sempre fui encantada pelos textos de Rubem Alves, Ostra feliz não faz pérola , é um primor que nos conduz a uma celebração da vida. Sem dúvida, uma obra digna de ser lida, relida, dessas que deixamos em nossa cabeceira, sempre à mão.Também gosto bastante deste estilo literário: crônicas, principalmente quando o autor se coloca nela, e, é assim que Rubem Alves apresenta esta obra, tão única e tão adversa ao mesmo tempo. É possível encontrar o seu cotidiano, seus gostos, e porque não frisar também os seus desgostos; coisas que fazem refletir, coisas que você concorda e coisas que você discorda, coisas que deixam o coração quentinho, coisas que te ajudam a crescer e se perceber.
As crônicas vão além de uma simples construção de opiniões, é um atentado as nossas convicções. Em várias passagens pelo livro, peguei-me a discutir com o autor como se ele estivesse ali, pronto para rebater tudo que eu pensava.
A divisão do livro é feita por temas, como: amor; beleza; educação; política; religião; velhice, entre outros. Com muitas citações de diversos autores, músicos/músicas, poetas e filósofos, para enriquecer seus pensamentos, melhor, como coadjuvantes deste livro, que, nos faz ver que Rubem Alves é um sujeito que não se deixava abater. Era um contestador nato!
Rubem Alves traz diversos trechos lindamente escritos que segundo o autor "nunca iriam se transformar em literatura". Para que não fossem condenados ao esquecimento, ele resolveu publicá-los. Que bom para nós que podemos ter a oportunidade de ler uma obra que nos despertam sentimentos tão bons e nos deixa mais leve e serena.
Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída… Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Esse livro está cheio de areias pontudas que me machucaram. Para me livrar da dor, escrevi.
Por Rubens Alves
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