quarta-feira, 19 de junho de 2019

ILUSTRADORA CAROL ROSSETTI


A semana passada trabalhamos com algumas ilustrações de Carol Rossetti, pois achei interessante falar sobre a questão da identidade da mulher de uma maneira leve e lúdica. Seus desenhos retratam diferentes perfis de mulheres, trata dos estereótipos e cita frases que muitas já devem ter ouvido em algum momento da vida. Frases que questionam quem você é o que você pode ser. É um trabalho inclusivo e inovador. 

Segundo Carol, em uma de suas entrevistas: “O projeto Mulheres surgiu exatamente nessa minha empreitada de criar um portfólio. Um dia, eu me propus um auto-desafio de fazer um desenho por dia, e para garantir a disciplina, fiz uma página no facebook para postá-los. Na época, só meus amigos mais próximos e alguns familiares me seguiam. Eu já vinha lendo bastante sobre feminismo, já vinha observando algumas situações cotidianas que aconteciam com todas as mulheres de uma forma ou de outra, e resolvi criar umas mensagens positivas em relação a isso. Como só os meus amigos viam meus desenhos, não hesitei em usar uma linguagem super intimista. E assim eu comecei a postar os desenhos”.

Carol é ilustradora desde os 4 anos e se formou em design gráfico em 2011. Ela é autora de vários quadros que (com certeza) você já viu pela internet, além do livro “Mulheres – Retratos de Respeito, Amor-Próprio, Direitos e Dignidade”

“Todos travamos batalhas internas e enfrentamos desafios diariamente, e é importante respeitarmos o fato de que há muito mais no outro do que o que enxergamos em um primeiro momento”

                      Carol Rossetti, autora do livro Mulheres

Seus Retratos!
                


Em seu site, Rossetti diz que os quadros foram surgindo de forma espontânea e com intenção inicial de que pudesse compartilhar coisas boas com quem a acompanhava e, com isso, ela passou a transmitir em suas ilustrações algumas restrições cotidianas que elas passavam ou via outras pessoas passarem.

            Quando trata-se de críticas, ela comenta: “Tem críticas, sim. Acredito que existam dois tipo de críticas: as construtivas e as destrutivas. As primeiras são pessoas que me davam toques ótimos, sugerindo uma forma melhor de me expressar em relação a alguma coisa, chamando atenção para um grupo de pessoas que não estava sendo mostrado, ideias de como tornar o trabalho mais diverso, sugestões de palavras que evitassem uma dupla interpretação... Enfim, discussões que visam o crescimento do próprio projeto. E tem gente que só quer chamar pra briga, quer xingar, ofender, etc. Em geral, vinham de pessoas com interpretação de texto bem duvidosa, me acusando de incentivar as mulheres a abortarem (oi?) ou a odiarem os homens (mas gente?)”.
                


Em 2016, após o sucesso de ‘Mulheres’, foi lançado ‘Cores’. O projeto em quadrinhos foi idealizado para o público infantil e conta histórias de um grupo de crianças que querem ser livres para brincar sem os preceitos estipulados pela sociedade. Carol afirma que é muito importante ajudar na luta para a desconstrução de preconceitos, mas que auxiliar na construção de cidadãos melhores também é fundamental. “Cores foi feito para o público infantil, mas acabou que os adultos também gostam e consomem o produto’, revela.




Questionada sobre como ela vê a importância de seus trabalhos no contexto social, Rossetti disse que tenta romper com rótulos estabelecidos na  sociedade. “Todo pessoal que trabalha com narrativa, com ou sem imagem, constrói o que é visto como normal. Eu tento trazer uma representatividade mais abrangente, para uma sociedade que tem muitos abismos representativos”, explica.


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