sábado, 29 de fevereiro de 2020

QUANDO VOCÊ ESTAR BEM, TUDO FLUI BEM.




Um jovem e notável discípulo de artes marciais estava aprendendo sob a tutela de um professor famoso.
Um dia, o professor estava observando uma sessão de prática no quintal e percebeu que a presença dos outros alunos estava interferindo nas tentativas do jovem de aperfeiçoar sua técnica.
O professor podia perceber o desejo do jovem de ficar bem diante dos outros e sua frustração por não conseguir. Ele se aproximou e deu um tapa no ombro dele.
– Qual é o problema? – ele perguntou.
– Não sei – disse o jovem visivelmente tenso. – Por mais que eu tente, não consigo executar os movimentos corretamente.
-Venha comigo, eu explico para você – respondeu o professor.
O professor e o aluno deixaram o prédio e caminharam até um riacho. O professor permaneceu em silêncio na praia por um tempo. Então ele falou.
– Olhe para o riacho. Há pedras no seu caminho. Tenta impressioná-las? Golpea-se contra elas por frustração? Simplesmente flui e segue em frente. Seja como a água.
O jovem tomou nota do conselho do professor e, em poucos dias, mal notou a presença de outros alunos ao seu redor. Nada poderia afetar sua maneira de executar os movimentos, cada vez mais perfeitos ».
Essa história maravilhosa nos fala sobre a necessidade de encontrar equilíbrio e paz interior, em vez de tentar impressionar os outros e obter sua aprovação. De fato, quando aguardamos a aceitação dos outros, ocorre uma contradição: quanto mais a procuramos, mais ilusória ela se torna e menos valorizamos os outros.
A parábola usa a água como um recurso, pois na filosofia budista ela tem um simbolismo especial porque encerra perfeitamente seus ensinamentos. A água flui constantemente, se adapta às formas dos recipientes e levanta todos os tipos de obstáculos. É sua capacidade de se adaptar sem perder sua essência que a torna tão especial.

Os riscos de buscar a aprovação de outras pessoas

1 – Estamos cada vez mais nos afastando de nossa essência. Quando buscamos a aceitação de outros, assumimos que algumas de nossas características não serão bem recebidas, por isso tentamos escondê-las. Colocamos uma máscara social que nos afasta da autenticidade e nos “força” a interpretar um personagem. Obviamente, viver naquele “teatro” é cansativo, porque precisamos estar cientes de reprimir muitos dos pensamentos, atitudes e emoções que experimentamos naturalmente.
2 – Vivemos em uma montanha-russa emocional. Quando a opinião dos outros se torna a bússola que dita nossos passos, subimos por conta própria a uma montanha-russa emocional, porque nosso humor começará a depender diretamente de avaliações externas. Ficaremos felizes se nos lisonjearem ou profundamente infelizes e frustrados se nos criticarem ou nos rejeitarem. Nesse ponto, paramos de possuir nossas emoções e damos controle aos outros. Tornamo-nos pessoas reativas à mercê da opinião de outras pessoas.
3 – Esquecemos nossos sonhos. É algo terrível, tão terrível que normalmente afastamos isso da mente, mas quando nossa vida gira em torno da aprovação de outros, abandonamos nossos sonhos e planejamos adaptar e adotar os objetivos dos outros. Dessa maneira, acabamos perdendo a motivação intrínseca, que é o nosso motor de direção, e ficamos sem paixão. Assim, acabamos vivendo a vida que os outros querem, não a vida que queremos.

É possível sermos nós mesmos sem “prejudicar” os outros?

Um dos obstáculos que para as pessoas no caminho da autenticidade e da libertação pessoal é o medo de prejudicar pessoas importantes. No entanto, o fato de crescer, perseguir nossos sonhos, ser independente e se sentir bem consigo mesmo não deve ser um problema para os outros. Pelo contrário, se eles realmente nos amam, devem se sentir felizes pelo nosso crescimento.
O problema é que, quando criamos um relacionamento de dependência com alguém, buscando sua aprovação antes de tomar decisões, do mais inconseqüente ao mais importante, estamos conferindo um enorme poder sobre nós. Muitas pessoas se sentem confortáveis nesse papel, gostam do poder que têm sobre nossas vidas e não querem romper esse vínculo. No entanto, muitas vezes essas pessoas se tornam cada vez mais exigentes, tentam nos amarrar mais rapidamente e suas demandas de controle se tornam desproporcionais. Nesses casos, cortar o laço é uma questão de sobrevivência psicológica.



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