VIDA MARIA retrata a vida de
uma criança do sexo feminino que tem seu estudo interrompido pela necessidade de
trabalhar. Observam que Maria José tem vários filhos homens, mas apenas a
pequena Lurdes é quem vai ajudá-la. A história é cíclica, do mesmo jeito que assassinaram
a infância de Maria José, a filha Lurdes também foi sacrificada.
Para
a mãe, escrever era perda de tempo, já que a filha mulher apenas tinha o dever
de cuidar do lar e ter filhos... alfabetização pra quê? Os filhos homens poderiam
sair e fazer o que quiserem. Na cena do velório os rapazes estavam ali, mas
apenas a pequena garota teve de sair daquele contexto para trabalhar. E isto se torna naturalizado. É como se somente as mulheres tivessem obrigação de cuidar do
lar e ter essa vida medíocre: vida maria.
Esse vídeo mostra a
desigualdade social, por isso a importância dos programas sociais como o Bolsa
Família, que muitos criticam por não saber a principal finalidade, se a mãe de
Maria recebesse um benefício como o Bolsa Família, que nada mais é do que um
incentivo que as famílias recebem pra manter os filhos na escola até o ensino
médio, pois para receber tem que comprovar que os filhos estão matriculados e
estudando, provavelmente Maria estaria formada e teria condições de dar uma
vida melhor para seus filhos, e não precisaria mais dos programas sociais, pois
como vimos no vídeo, as crianças não tem querer, quem decide se vai estudar ou
não são os pais, e foi isso que aconteceu com Maria, a mãe dela decidiu que ela
iria trabalhar.
É isso que vai acontecer
quando acabarem com os programas sociais que contribuem e muito pra educação,
pois como disse Darcy Ribeiro: Se o governo não investir em educação, faltará
verba pra construir presídios, isto é, se ainda houver presídios, pois segundo o futuro presidente :"tem que entender de uma vez por todas que o direito que ele(detento) tem, é não ter ter direito".
E pensar que houve um presidente
que se preocupou com a miséria, com interromper esse círculo vicioso da tragédia
repetida, do túnel sem saída, no entanto...não sabemos se mais “Marias” como as
descritas no curta existirão com mais frequência nos próximos anos. Tudo isto parece um
pesadelo. Depois de tantas conquistas, poucas ainda para o número de habitantes
excludentes, não só no Nordeste, mas em todas as regiões do Brasil.
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