terça-feira, 31 de agosto de 2021

MUDANÇA


 

FILME: MILAGRE DO PARAÍSO



Inspirado em uma história real, Milagres do Paraíso conta a história de Anna, uma menina que possui uma doença crônica e sem cura. Sua mãe, Christie (Jennifer Garner) começa a se afastar cada vez mais de sua crença em Deus à medida que procura uma cura para sua filha.

Contudo, um inesperado acidente mudará a vida da família. Sua filha cai de uma árvore e sua doença inexplicavelmente é curada. Um filme espiritualista que demonstra alguns conceitos do milagre e do mundo espiritual.

A família Beam vive feliz em sua casa, um sítio afastado da cidade, onde o marido veterinário cuida de seus animais e as três filhas passam seus dias brincando por um gramado sempre verde, enquanto a mãe cuida de todos com um olhar benevolente. Tementes a Deus, vão todos os domingos à Igreja agradecer pelo que possuem, rezar para que tudo continue cada vez melhor e conjugar com seus vizinhos e amigos. A situação começa a mudar, no entanto, quando Anna, a filha do meio, apresenta sinais de uma estranha doença que médico algum consegue identificar. Intolerância à lactose? Dificuldade de digestão? Simples dor de barriga? Todos os diagnósticos são cogitados, ao mesmo tempo em que a criança fica cada vez pior. Onde está Deus nesse momento que não os ajuda? Tal cenário só pode ser resultado de muitos pecados, talvez da mãe, quem sabe do pai, ou até mesmo da pequena menina.


LIVRO: SABER CUIDAR - LEONARDO BOFF

 A terra ganha especial importância e surge reivindicando sua mais alta ancestralidade. Em todas as culturas, a terra constitui um dos mitos centrais, e, recebe muitos nomes.

O mito de Saturno é um dos mais complexos da mitologia antiga. Seu nome vem de semear e plantar, e interferia sobre a agricultura. O ser humano é simultaneamente, utópico e histórico-temporal. Nele se revela o peso da terra, da imanência, do ciscar da galinha. É pelo cuidado que ele mantêm essas polaridades unidas e faz delas material da construção de sua existência no mundo e na história. Por isso o cuidado é cuidado essencial.
O ser humano revelou a intuição segura de: pertencemos à Terra; somos filhos e filhas da Terra. Viemos da Terra e a ela voltaremos.
Ser terra significa que temos elementos Terra no corpo, no sangue, no coração, na mente, no espírito. A terra representa o feminino. Ser terra é ser concreto, configura o nosso limite, é perceber-se dentro de uma complexa comunidade.
O céu é constituído por tudo aquilo que está acima de nossas cabeças, excede nossas capacidades, transcende nossas possibilidade.
O ser humano e a sociedade não podem viver sem uma utopia. Não podem deixar de projetar seus melhores sonhos nem desistir de buscá-los dia após dia.
É na história construída na força da utopia, que se elabora a síntese entre as exigências da terra e os imperativos do céu.
O cuidado acompanha o ser humano enquanto peregrinar pelo tempo. O cuidado é o caminho histórico-utópico da síntese possível à nossa finitude. Por isso é o ethos fundamentalmente, a chave decifradora do humano e de suas virtualidades.
Não temos cuidado. Somos cuidado. Isso significa que o cuidado possui uma dimensão ontológica que entra na constituição do ser humano. Importa colocar cuidado em tudo. Este é o modo de ser que resgata a nossa humanidade mais essencial.
Amor é um fenômeno biológico e cósmico. Ao chegar ao nível humano, ele se revela como a grande força da agregação, de simpatia, de solidariedade.
Para o ser humano importa desenvolver uma atitude atenta de escuta, um sentimento profundo de identificação com a natureza, com suas mudanças e estabilidades.
Sentimo-nos hóspedes nesta Terra, hospedes respeitosos do hospedeiro Terra, e deixamos a Casa Comum sempre em ordem para outros hospedes que vierem depois de nós.
A ternura vital é sinônimo do cuidado essencial, vai além da razão, vê fundo e estabelece comunhão, é o cuidado sem obsessão, não envolve angústia porque é livre de busca de vantagens e de dominação.
A carícia constitui uma das expressões máximas do cuidado, é essencial quando se transforma numa atitude, num modo de ser que qualifica a pessoa em toda a sua totalidade, nasce do centro confere repouso, integração e confiança, daí o sentido de afago, é leve como um entreabrir suave de portas.
Nosso planeta merece um cuidado todo especial, temos unicamente ele para viver e para morar e para cuidar, devemos passar por uma alfabetização ecológica e rever nossos hábitos de consumo. Importa desenvolver uma ética do cuidado. O que vale para o indivíduo vale também para a comunidade local. Esse cuidado com o nicho ecológico só será efetivado se houver um processo coletivo de educação, em que a maioria participe, tenha acesso à informações e faça troca de saberes.
A sociedade sustentável produz o suficiente para si e para os seres dos ecossistemas onde ela se situa. Na pratica deve mostrar-se capaz de assumir novos hábitos e de projetar um tipo de desenvolvimento que cultive o cuidado com os equilíbrios ecológicos e funcione dentro dos limites impostos pela natureza. Não se trata simplesmente de não consumir, mas de consumir com responsabilidades.
Cuidar do outro exige inventar relações que propiciem a manifestação das diferenças não mais entendidas como desigualdades, mas como riqueza da única e complexa substância humana.
Cuidar do corpo é prestar atenção ao sopro que o anima. O corpo vivo é subjetividade. Junto com a vida do corpo se realizam os vários níveis de consciência. O ser humano é portador de liberdade e de responsabilidade.
Cuidar do espírito significa cuidar da espiritualidade experienciando Deus em tudo e permitindo seu permanente nascer e renascer no coração.
O sentido que damos à vida depende do sentido que damos à morte. Se a morte é fim-derradeiro, então de pouco valem tantas lutas, empenho e sacrifício.
O excesso de cuidado gera a obsessão, e, a carência do cuidado gera o descuido.
Como modelos de cuidado temos: mães e avós, Jesus, Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá, Irmão Antônio, Manhatma Gandhi, Olenka e Tânia, O profeta do princípio Gentileza , o Feng Shui.
O cuidado dá ao ser humano forças para buscar a paz, sem o cuidado que resgata a humanidade, não se inaugura um novo paradigma de convivência, é esse cuidado que resgata aqueles em situação de exclusão. Para o ser humano o cuidado é anterior ao espírito e ao corpo, sem esse cuidado o se humano se faria inumano, definharia e morreria.
Não busquemos o caminho da cura fora do ser humano. O cuidado salvará a vida, fará justiça ao empobrecido e resgatará a Terra como pátria e mátria de todos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

CURTA METRAGEM: UM PEQUENO PASSO



O curta de animação: “Um pequeno passo” (do original em inglês: “One small step”), conta uma história inspiradora que parte da forma como um pai educa sua filha alimentando seus sonhos desde a infância.

Por ter crescido com esses valores, a garota nutre a esperança de atingir seus objetivos através dos estudos. Mesmo ao desanimar, ela é capaz de seguir em frente e sempre se lembrar de todos os ensinamentos com tanto carinho. O final é emocionante!

Assista ao curta que é uma verdadeira prova da importância do amor e da perseverança no processo de autodesenvolvimento. Afinal, tudo o que incentivamos hoje tem efeitos a longo prazo, mesmo quando não temos oportunidade de enxergar os resultados.

PARABÉNS, NEY!!! SUA VIDAAA NOS INSPIRAAA!!!




"E o que me importa é não estar vencido

Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos

meu sangue latino, minha alma cativa"

Há 80 anos a cidade de Bela Vista, há 323 km da Capital, recebia um gênio da música brasileira, o cantor, compositor, dançarino, ator e diretor brasileiro Ney Matogrosso. Completou no dia 1º de agosto deste ano, 80 anos!!!! Que lindezaaa!!! 

Era o ano de 1973 quando os versos de Sangue Latino (de João Ricardo e Paulinho Mendonça) saíam de uma forma especial da voz de um jovem cantor, de aparência andrógina, vindo de Bela Vista (MS) e que faria história a partir daquele primeiro disco do grupo Secos e Molhados (que incluiu, entre as músicas, Rosa de Hiroshima, e vendeu mais de um milhão de cópias).

No ano seguinte, Ney de Souza Pereira, que adotou o apelido Ney Matogrosso, faria mais um LP com a banda, e depois partiria para a carreira solo. Mais 33 discos e uma das histórias mais marcantes da música brasileira.



Ney Matogrosso (centro) ao lado de integrantes da banda "Secos & Molhados" 

Um dos principais precursores da androginia como forma de estética artística, apresentou coreografias erotizantes e expôs sua masculinidade como um contraponto à ousadia nos tempos de chumbo. A ousadia e arte de Ney acabam por influenciar toda uma geração de artistas.

Com sua voz de contralto, andrógina, acabou por embaralhar noções de masculino e feminino, de novo e antigo, tanto que é considerado pela revista Rolling Stone como a terceira maior voz brasileira de todos os tempos, além de trigésimo primeiro maior artista brasileiro de todos os tempos.

Em 1976, Ney ressurgiu mais simples e despojado, em Bandido. Foi com a música "Bandido Corazón", presente da amiga Rita Lee, que ele alcançou seu primeiro sucesso nacional como artista solo. Seus shows tornaram-se cada vez mais ousados, enquanto o reconhecimento de seu talento como intérprete cresceu, na mesma proporção. Ney tem em sua carreira mais de 32 CDs e discos gravados e oito DVDs.


Estilo 'andrógino' do cantor chamou atenção ao longo de sua carreira - (Foto: Reprodução)

Desde 1975, e especialmente desde 1990, Ney Matogrosso (Ney Matogrosso) está em cena como artista livre, o que abriu este caminho independente, mesmo estando relacionado a grandes gravadoras. O cantor faz 80 anos e tornou a música popular brasileira (MPB) a mais relevante matriz vocal com liberdade.

Lançamento - Ney escolheu seu aniversário de oito décadas para provar-se novamente um senhor cantor no EP "Nu Com a Minha Música'. O lançamento adianta quatro das 12 faixas do álbum de mesmo nome e previsto para ser lançado em novembro pela gravadora Sony Music. As quatro gravações sintetizam as intenções e a ideologia do artista ao longo de trajetória iniciada nos anos 1970.

                                     





POEMA: O MUNDO ALÉM DAS PALAVRAS- RUMI


 Dentro deste mundo há outro mundo

impermeável às palavras.
Nele, nem a vida teme a morte,
nem a primavera dá lugar ao outono.

Histórias e lendas surgem dos tetos e paredes,
até mesmo as rochas e árvores exalam poesia.
Aqui, a coruja transforma-se em pavão,
o lobo, em belo pastor.

Para mudar a paisagem,
basta mudar o que sentes;
E se queres passear por esses lugares,
basta expressar o desejo.

Fixa o olhar no deserto de espinhos.
– Já é agora um jardim florido!
Vês aquele bloco de pedra no chão?
– Já se move e dele surge a mina de rubis!

Lava tuas mãos e teu rosto
nas águas deste lugar,
que aqui te preparam um fausto banquete.
Aqui, todo o ser gera um anjo;
e quando me veem subindo aos céus
os cadáveres retornam à vida.

Decerto vistes as árvores crescendo da terra,
mas quem há de ter visto o nascimento do Paraíso?
Viste também as águas dos mares e dos rios,
mas quem há de ter visto nascer
de uma única gota d’água
uma centúria de guerreiros?

Quem haveria de imaginar essa morada,
esse céu, esse jardim do paraíso?
Tu, que lês este poema, traduze-o.
Diz a todos o que aprendeste
sobre este lugar. 

domingo, 29 de agosto de 2021

MÚSICA: PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES- GERALDO VANDRÉ



 Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores foi considerada um hino da resistência popular e estudantil em oposição à ditadura militar. A partir da AI-5, que institucionalizou muitas práticas não democráticas, incluindo a censura, a canção foi proibida. Uma das provas de que essa música foi extremamente influente para sua geração e contexto histórico foi ela ter vencido em segundo lugar no Festival Internacional da Canção em 1968.

Em sua letra, Geraldo constrói uma narrativa de incentivo à resistência e esperança para a derrubada do governo. Trechos como caminhando e cantando eram ecoados em inúmeras manifestações contra o governo. Geraldo Vandré foi perseguido pelos militares e foi forçado a exilar-se, após passar dias escondido na fazenda da família do escritor Guimarães Rosa.

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

O primeiro verso descreve nitidamente como ocorre uma manifestação pacífica: caminhando e cantando e seguindo a canção

Observamos que o compositor se refere a todos como iguais, pois estão dentro de um mesmo contexto e lutando por algo em comum: o direito à liberdade

Essa interpretação é reforçada a seguir, quando ele coloca as escolas, ruas, os campos, ou seja, todas as instituições e todos os cidadãos. 

Vem, vamos embora 

Que esperar não é saber

Quem sabe faz a hora

Não espera acontecer

Neste verso, a música ganha ainda mais um tom de chamado, como se fosse uma convocação para que todos saiam às ruas, pois não se pode mais esperar. Ao longo da música, o refrão é muito repetido, mais do que o normal, para dar essa ideia.

Artistas da MPB em protesto contra a Ditadura Militar
Artistas da MPB em protesto contra a Ditadura Militar / Créditos: Divulgação

Era um momento que pedia união, por isso o compositor foi muito genial ao criar uma letra que parece conversar com um povo. 

As duas frases finais expressam uma certa urgência; o Brasil e o seu povo não podem mais esperar, é preciso agir agora para que algo mude de verdade.    

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Ao dizer indecisos cordões, Geraldo Vandré se refere às divergências de opiniões dos grupos que tentavam se articular para fazer alguma coisa. Alguns acreditavam que um posicionamento pacifista poderia resolver, porém, na visão do compositor, isso seria uma ilusão

Esse conceito fica mais claro no trecho acreditam nas flores vencendo o canhão, em que o compositor se refere ao movimento de contracultura hippie da década de 60, marcado pela imagem de uma mulher segurando uma flor branca diante das tropas americanas.

Créditos: Divulgação

A foto foi feita pelo fotógrafo Marc Ribound e repercutiu o mundo. 

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Este trecho mostra o olhar sensível do compositor em relação aos soldados armados. Muitos poderiam encará-los como inimigos, até mesmo pelo contexto de luta, violência, perseguição, mas Vandré nota que eles também estão perdidos. Estão apenas cumprindo as ordens e as táticas ensinadas no quartel

Ditadura militar no Brasil
Créditos: Divulgação

A música fecha o verso de forma poética ao mencionar que eles são ensinados a morrer pela prática e a viver sem razãoOu seja, não conseguem se permitir qualquer reflexão sobre seus atos

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores queria passar, principalmente, uma mensagem de urgência. É como se o compositor estivesse clamando, gritando para que todos entendessem que não seria possível fazer revolução munidos de flores

Por isso a música foi tão marcada e perseguida durante o período ditatorial: ela fala nitidamente sobre se organizar, ela chama ao movimento e convoca a todos

Todos estão no mesmo barco e é por isso que precisam lutar juntos. Porém, deixando as flores no chão e seguindo em frente. 

Ditadura militar no Brasil
Só assim seria possível aprender e ensinar algo novo, tomando uma nova consciência.

AS ARTISTAS CONTEMPORÂNEAS DO AFEGANISTÃO

Os recentes acontecimentos políticos que envolveram o Afeganistão e os Estados Unidos  protagonizaram as notícias das últimas semanas. As redes sociais se encheram de informações relacionadas à situação das mulheres no Afeganistão por serem entendidas como principal alvo da perda de direitos civis, políticos e sociais. 

Para começar a entender a experiência das mulheres afegãs, é essencial partir do discurso das próprias afegãs que se propõem a defender os direitos das mulheres através do seu trabalho. As artistas listadas aqui partem de diferentes linguagens e processos artísticos para manifestar suas convicções políticas, religiosas e conceituais. 

SHAMSIA HASSANI

Shamsia Hassani foi a primeira mulher a desenvolver a linguagem do grafite no país. A artista estudou na Universidade de Cabul e passou a grafitar na cidade. Seu trabalho tem uma estética própria que fazem seus traços e motivos serem reconhecíveis à distância. Parte, na maioria de suas composições, da figura feminina em cenas lúdicas, coloridas e com intenso movimento.                                                   

Shamsia Hassani em Los Angeles, California. Imagem: Street Art Utopia

A metalinguagem trazida na inserção de elementos musicais como pianos e teclados também se manifesta na referência ao cinema quando o cabelo das personagens, soltos ao vento, se transformam em negativos de filmes.

Além de spray, a artista usa pincéis no delineado dos contornos e caneta branca que dá o tom de luminosidade para as figuras. 

A série “Dreaming Graffiti” traz um outro processo criativo. Shamsia Hassani fotografa algumas construções de prédios em Cabul e pinta sobre essas fotografias. Essa foi uma saída que encontrou para evitar a hostilidade de grupos que reprovam o grafite na cidade. Em algumas cenas é possível entender a opressão pela qual as mulheres passam quando sob governos extremistas, demonstrando como a individualidade pode ser suprimida.

MALINA SULIMAN

A artista começou seu contato com artes quando tinha 20 anos na cidade de Kandahar no Afeganistão, posteriormente indo estudar Fine Arts no Paquistão. Experimentando em diferentes linguagens e formatos, a artista desafia algumas leituras religiosas e culturais impostas pelo Talibã. No grafite, começou produzindo por pouco tempo em Kandahar, devido à não aceitação dessa linguagem pelo público, tendo, inclusive, que se mudar para a Índia por receber ameaças do Talibã, direcionadas a ela e sua família. 

Seu trabalho inclui não só o grafite como pintura mural, mas pinta caligrafias em tecidos de burca e registra em vídeo o choque cultural entre seu país natal e outros países da Europa.

Em entrevista à CNN, a artista menciona o quanto sua arte é acessada predominantemente por homens e expressa seu desejo de ampliar e encorajar o envolvimento das mulheres com a arte e seus direitos civis. O que não significa buscar o estilo cultural do ocidente, mas equalizar os direitos de gênero dentro da própria cultura islâmica

“Girl in the Ice Box”, (2013) de Malina Suliman. Imagem: MR Online

Na obra “Girl in the Ice Box” há o sentimento de estar presa dentro de uma caixa, congelada e impedida de agir. O trabalho faz referência ao período em que a artista voltou da Índia para o Afeganistão e não podia sair de casa por medo de sofrer mais ameaças.

Suliman defende os direitos das mulheres de ter acesso à educação, ao pensamento crítico e de exercer seus desejos, reforçando que a liberdade não deve estar apoiada ao código de vestimenta, já que o uso do véu faz parte de sua cultura.

MOSHTARI HILAL

O trabalho de Hilal desconstrói o padrão de beleza ocidental e celebra as características físicas com as quais a artista cresceu, como os longos cabelos pretos e o nariz proeminente. A artista questiona os processos estéticos dolorosos pelos quais as mulheres são ensinadas a passar em vista de transformar a natureza de seus corpos e se assemelhar ao padrão europeu de beleza e aceitação. 

A artista fala abertamente sobre a depilação, auto aceitação, desenvolvimento sexual e a insegurança trazida pela rejeição ao próprio corpo e dos próprios pelos. A partir dessa experiência que a artista entende como coletiva e que perpassa a vida de muitas mulheres, ela constrói seus desenhos salientando esses detalhes do corpo numa celebração de sua individualidade, incentivando outras mulheres a se apropriar de sua própria identidade. 

Seu processo artístico a levou a estudar seu rosto, suas expressões e suas origens. Pelos faciais, pelos nos braços e nas pernas estão presentes nos retratos numa postura inversa ao apagamento e ridicularização sofridos ao longo da infância e adolescência. 

Desenho de Moshtari Halil – Imagem: Site oficial da artista 

Os traços de seus desenhos são todos bem marcados, onde podemos identificar todas as linhas que compõem a cena, desde o fundo preenchido até os pormenores do rosto, o que traz a sensação de pertencimento e acolhimento da figura no espaço.

ROBABA MOHAMMADI

Trabalha com pintura a óleo e retrata a partir de uma estética sombreada o cotidiano dos afegãos. Fundou o Robaba Cultural and Art Centre in Kabul para aumentar o impacto da arte na comunidade local, partindo de um projeto de inclusão de pessoas com deficiência. Ela defende que é preciso aumentar o acesso e os programas educacionais no país, uma vez que a maioria das escolas não é adaptada para PCD, o que torna grande parte dos afegãos com deficiência iletrados. 

Robaba Mohammadi pintando em seu ateliê. Imagem: The National News 

Quando representa pessoas com deficiência, traz cenas bastante intensas em cor que celebram a vida e a individualidade dos personagens. Traz, inclusive, referência do grafite, onde representa a famosa menina com balão de Banksy, mas aqui representa os balões fazendo a menina sair da cadeira de rodas e levitar pelo céu.

Pintura de Robaba Mohammadi com referência a Banksy. Imagem: Perfil do instagram oficial da artista

BOUSHRA ALMUTAWAKEL 

Ainda que não seja afegã, o trabalho da artista iemenita caminha pelos mesmos debates das artistas apresentadas até aqui: a liberdade feminina e seus direitos.

Algumas de suas fotografias viralizaram nas redes sociais nos últimos dias, acompanhadas de críticas acerca do Islã como cultura e religião extremista. É comum que no ocidente se encontre leituras descontextualizadas sobre as culturas presentes no oriente. O uso do hijab ou de qualquer um dos tipos de vestimenta da cultura islâmica é visto por si só como símbolo de opressão. Almutawakel, entretanto, explica em entrevista à BBC.:

algumas pessoas usaram meu trabalho para mostrar como as mulheres muçulmanas estariam sendo oprimidas. E meu trabalho não é sobre o Islã, é sobre extremismo. É sobre a misoginia patriarcal, que não é encontrada apenas no mundo árabe e muçulmano, está em toda parte.

As fotografias formam uma narrativa onde se vê gradativamente as mulheres sendo cobertas por roupas cada vez mais fechadas ao ponto de finalmente sumir de cena. 

A questão levantada pela artista é a invisibilização das mulheres quando há grupos fundamentalistas, como o Talibã, no controle de um país. Os direitos das mulheres, como se viu na história recente do Afeganistão, foram reduzidos e controlados. O tecido usado na fotografia foi um apelo estético ao conceito de invisibilização e à obrigatoriedade de qualquer vestimenta em si que busca o apagamento das mulheres. Mas a artista não é contra o uso do véu em si, inclusive aponta que quando debatemos sobre o véu, perdemos tempo precioso que poderíamos usar para pensar os direitos reais da vida civil das mulheres, como as oportunidades de educação, de escolha de carreira e da liberdade de ir-e-vir livremente.

Esse caso nos mostra que é recomendável que o entendimento para qualquer produção artística, desde artes plásticas até a literatura ou a música, seja consciente no que toca à entender as especificidades de cada contexto no qual foi criado. 

As artistas apresentadas aqui, se assemelham às artistas do movimento feminista internacional que lutam pela igual oportunidade entre gêneros e demonstram que a resistência não é própria de apenas uma nação. 

É, na verdade, uma reação ao patriarcado praticado em sociedades pelo mundo inteiro. Ao iluminar esses debates, é possível perceber mais coisas em comum do que as diferenças culturais que nos acostumamos a apontar quando o assunto é o oriente. Talvez seja esse o papel da arte.

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Victoria Louise é crítica e produtora cultural, formada em Crítica e Curadoria e Gestão Cultural pela PUC-SP

CONTO: A CIDADE DOS RESMUNGOS

 

Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs. Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.

Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou:

- Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras são cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.

Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos. As pessoas riram ao pensar que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre dois postes na praça da cidade.

Então, segurando o cesto diante de si, gritou:

- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!

A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.

Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro. Então ele disse:

- Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.

Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.

Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido o seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.

Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.

Do livro: O Livro das Virtudes II - O Compasso Moral
William J. Bennett

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TED: EU ACREDITO - GUILHERMINA ABREU



Transformar o limão em uma limonada. A expressão, muito usada por empreendedores, busca o lado positivo de cada situação desafiadora e foi levada muito a sério por Guilhermina Abreu. Em 2017, ela foi vencedora do Prêmio Educação Empreendedora, promovido pelo Sebrae e pela Endeavor, e hoje está à frente do projeto
 Embaixadores de Minas, organização que promove o empoderamento de alunos do ensino fundamental de escolas públicas, e do projeto Nação, ferramenta para empreendedores sociais em Belo Horizonte.
Mas nem tudo foram flores na trajetória de Guilhermina. Como boa empreendedora, ela aprendeu a criar soluções para as suas angústias e as dores da sociedade, a partir da sua experiência pessoal com a educação. Conversamos com Guilhermina sobre sua relação com a educação e o empreendedorismo social. Confira!


SUA EXPERIÊNCIA COM A EDUCAÇÃO INFLUENCIOU MUITO NA DECISÃO DE SE TORNAR UMA EMPREENDEDORA SOCIAL. COMO  GUILHERMINA DESPERTOU A VONTADE DE EMPREENDER. OBSERVE SUAS RESPOSTAS ABAIXO:

Minha trajetória com a educação começou desde pequena, antes mesmo da escola. Meu pai e minha mãe nasceram completamente surdos, mas estudaram em escolas em que a deficiência não era uma barreira para o aprendizado. Com isso, eles se formaram, constituíram família, trabalharam. Foi o exemplo deles que me fez acreditar no poder da educação desde sempre.

Quando pequena, eu estudava em escola particular com uma bolsa de estudos. Quando completei oito anos, meus irmãos e eu tivemos que nos mudar para uma escola pública. Fiquei muito assustada com a diferença na qualidade do ensino e percebi que existe um verdadeiro abismo entre a escola privada e a escola pública no Brasil. Eu sabia que a educação era importante, mas entendi que ela não era acessível a todos. Por isso, fui uma aluna desanimada com a escola. Mas no terceiro ano, tive a oportunidade de estudar no Núcleo de Empreendedorismo para Jovens (NEJ), do Sebrae, e a experiência foi transformadora.

O NEJ foi tão importante que comecei a pensar em como levar aqueles conhecimentos a mais pessoas. E aí surgiu a ideia do Embaixadores de Minas. Nós nos reuníamos em praças para pensar em como tornar a educação pública melhor e, logo em seguida, criamos o Embaixadores da Escola, uma metodologia para dar mais qualidade ao ensino da rede pública. Foi uma solução para problemas que doíam em mim.

Na faculdade, fundamos o Ibmec Social, com a intenção de aplicar os conhecimentos acadêmicos no empreendedorismo social. No ano passado, ganhei o Prêmio de Educação Empreendedora por conta do projeto e tive a oportunidade de passar um tempo estudando em Babson College (EUA), referência em empreendedorismo no mundo. Hoje divido meu tempo entre o Embaixadores de Minas e o Nação BH – aceleradora de empreendimentos sociais.

QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS ENTRE O EMPREENDEDORISMO SOCIAL E O TRADICIONAL?

No cerne de um empreendimento tradicional está o lucro. Também é possível obter lucro no empreendedorismo social, já que existem várias definições do que é um negócio social. Todavia a razão da existência de qualquer organização social é causar transformação, o propósito tem papel central.

COMO VOCÊ PERCEBE A QUALIDADE DO ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NA ESCOLA PÚBLICA?

Na verdade, a educação empreendedora nas escolas públicas brasileiras é muito rara e pontual. Existe uma discussão na educação do país em torno de evitar a criação de outras disciplinas para os currículos. No caso da educação empreendedora, a questão não é simplesmente criar mais uma disciplina obrigatória. Empreendedorismo não precisa, necessariamente, ser mais uma matéria para os alunos. É uma forma de enxergar o mundo e pode ser ensinado de maneira transversal em todas as outras disciplinas, além de não exigir grandes recursos. A educação empreendedora ajuda os jovens a olhar para os problemas de outra maneira, buscando soluções. E isso é uma grande oportunidade. As escolas públicas são locais com diversas questões, e a própria vida desses jovens também. Há muitos problemas a serem resolvidos; o terreno é muito fértil para o empreendedorismo.

HOJE VOCÊ É EMPREENDEDORA. PENSANDO NOS DESAFIOS QUE ENFRENTA NO DIA A DIA, O QUE GOSTARIA DE TER APRENDIDO NA ESCOLA?

Tive a oportunidade de obter uma formação empreendedora intensa no NEJ, mas o que falta nas escolas é ensinar a atitude empreendedora. Falta a elas mostrar ao jovem que ele deve sair de uma posição passiva e despertar nele a vontade de querer fazer parte do mundo ativamente. Todo empreendedor vai passar por muitos desafios, e é difícil preparar as pessoas para cada um deles. Cada caso é um caso; por isso, acredito que coragem e resiliência são os valores mais importantes a serem ensinados no final das contas.


RECENTEMENTE, VOCÊ DEU UMA PALESTRA NO TED E FALOU MUITO SOBRE AUTOCONHECIMENTO. QUAL A IMPORTÂNCIA DELE NO EMPREENDEDORISMO?

No Embaixadores de Minas, acreditamos e reforçamos que todo ser humano tem muita potencialidade. Às vezes, falamos de empoderamento como se o poder fosse dado por alguém, viesse de fora para dentro. Na realidade, porém, temos uma luz dentro de nós, e o que falta é um projeto ou uma iniciativa que faça acender essa luz. E conhecer a si mesmo é olhar para dentro e pensar: eu posso fazer. A partir do momento que olhamos para dentro de nós, começamos a acreditar que podemos realizar. Esse é o primeiro passo para empreender.

Além disso, ter uma rede de apoio é muito importante. Devemos aprender a usar as conexões para fazer acontecer. Sozinhos, não avançamos muito. Na minha trajetória, tive o exemplo dos meus pais e conheci professores que acreditaram na minha potencialidade. Isso fez toda a diferença!

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BIOGRAFIA DE RUMI


Maulana Jalaluddin Rumi nasceu em 1207. Ele era conhecido como Rumi. No século XIII, ele foi um dos maiores intelectos espirituais e poéticos, especialmente entre aqueles familiarizados com o persa. Ele apresentou seus poemas principalmente através de circunstâncias espirituais diárias. Os membros de sua família eram teólogos eruditos, o que resultou em Rumi descrevendo criativamente a palavra em uma visão espiritual. Seus poemas são mais populares no Irã, Afeganistão e Tajiquistão, que são principalmente falantes de persa.

Seu pai era Bahaduddin Walad, um teólogo, e sua mãe, Mumina Khatun. Ambos os pais eram falantes locais de persa e moravam em uma vila localizada ao longo do rio Vakhsh. Rumi, juntamente com sua família e um grupo de discípulos, tiveram que deixar Balk quando os mongóis invadiram a Ásia central entre 1215 e 1220. Eles se estabeleceram em Konya, atualmente localizada no oeste da Turquia. Isso foi depois de tentar uma série de terras populosas muçulmanas.

Rumi era um adepto do sufismo, prática que consiste em cultivar uma relação direta e contínua com Deus, por intermédio de cânticos, músicas, orações e jejuns. Ele acreditava que a música e dança libertavam o homem da dor, por isso, fundou a primeira escola dos dervixes rodopiantes. Nessa dança, os dervixes deixam a mão direita para cima e a esquerda para baixo, indicando que eles pegam de Deus e oferecem aos homens. A roupa também possui simbolismos: a saia branca e o chapéu representam a morte do ego.

A obra de Rumi foi escrita em persa, entretanto, ganhou o mundo. Seus livros foram traduzidos para vários idiomas e são best-sellers nos Estados Unidos há vários anos. O jornalista britânico Charles Haviland declarou que Rumi era “o poeta mais popular da América. Curiosamente, são poucas as traduções encontradas no Brasil. Confira o trecho de um poema:

Bata suas asas de amor e as faça fortes.

Esqueça a ideia das escadas religiosas.

O amor é o telhado. Seus sentidos são calhas d’água.

Beba a chuva diretamente do telhado.

Calhas são facilmente quebradas.

E por vezes precisam ser trocadas.

Recite este poema em seu peito.

Não se preocupe como ele soa passando por sua boca.

O poeta nos deixou uma série de lições. Seus pensamentos ajudam a viver com mais leveza. Confira os ensinamentos de Rumi:

1- Pare de viver tão pequeno. Você é o universo em movimento estático

Todos nascemos com potenciais, bondade e confiança. Somos grandes e temos asas, por isso, não devemos nos rastejar. Temos que aprender a usar nossas asas, mas, antes de tudo, aprendermos a derrubar as prisões que nos isolam da plenitude.

2- Sua função é viver sua vida de forma que faça sentido para você, não para “eles”

Não queira agradar a todos. Quem vive a vida fazendo tudo para obter a aprovação dos outros abre mão dos seus sonhos e vive infeliz.

3- Nunca desista de si mesmo

Todos podem desistir de você, menos você. Resista a vontade de jogar tudo para o alto quando alguma situação estiver fora de controle. A tristeza nos prepara para a alegria. Rumi diz: “Dance, quando você se sentir machucado. Dance, quando você tirar o curativo. Dance enquanto luta. Dance em seu sangue. Dance enquanto se liberta”.

4- Ignorância é uma prisão

A ignorância é a prisão de Deus, enquanto o conhecimento é o palácio.

5- Os tesouros que podem ser encontrados fora de você não podem sequer ser comparados com os tesouros que podem ser encontrados dentro de você

Diamantes, carros e imóveis não têm valor. A verdadeira riqueza está dentro de nós.

6- Quando você deixa de ser aquilo que é, se torna aquilo que pode ser

Quando rompemos com o que sempre fomos, podemos, enfim, exercer nossa verdadeira identidade.

7- Há algo que você sabe fazer melhor do que ninguém

Todos nós nascemos com um dom. Devemos colocá-lo em prática para ajudar as pessoas.

8- Você não tem que ver toda a escada, apenas dê o primeiro passo

O caminho só aparece quando damos o primeiro passo.

9- Quando se comprometer com alguma coisa, faça com todo o seu coração

Faça seus afazeres com amor e tenha certeza que fará bem feito.

10- Coisas boas acabam para que coisas melhores possam surgir

Tudo tem começo, meio e fim. Coisas boas terminam para dar lugar a outras melhores.

11- A ferida é o lugar por onde a luz entra em você

A dor de hoje é a plenitude de amanhã. Não a ignore nem a cultive, tome doses diárias de esperança para a luz ressurgir em seu caminho.

12- Faça o que ama e faça com amor

Deixe-se levar pela beleza de fazer o que é importante para você.

13- Pense menos, sinta mais

Às vezes, os pensamentos sufocam os sentimentos. A razão é impotente comparada ao amor.

14- O amor vale tudo

Amantes são loucos, distraídos, desastrados e bobos. Não tenha vergonha em amar sem pudores, não tenha vergonha de querer gritar ao mundo que está amando.

15- Aprecie tanto o bom quanto o ruim em sua vida

Coisas ruins também são importantes, pois nos ensinam a ser mais fortes.

16- Você muda o seu mundo mudando a si mesmo

Quer mudar o mundo? Então comece mudando seu interior.

17- Somos feitos de amor e feitos para amar

Nascemos do amor, vivemos para amar e ser amados. O amor não deve ser procurado, e sim algo que atrai almas gêmeas no instante que elas se encontram.

18- Sua alma não pertence a este mundo, seu corpo, sim

O seu corpo pertence a este plano. Sua alma pertence a uma esfera superior.

19- Em nível de alma, somos todos um

Somos universos diferentes, pois não há limites na alma.

20- Sua alma é mais preciosa que qualquer outra coisa

A alma é algo valiosíssimo. Dinheiro, ouro e propriedades não podem comprar sua tranquilidade.

21- Escolha seu parceiro para a vida sabiamente

Escolha para ficar ao seu lado pessoas que não tenham como objetivos acumular bens materiais e poder. Escolha ter em sua vida pessoas que desejam respirar e exalar amor.

22- O verdadeiro amor transcende o plano material e não importa se os seus corpos estão separados, as suas almas sempre estarão conectadas

Quando o amor é real, a distância separa apenas os corpos, pois as almas estão conectadas.

23- Levante suas palavras, não a sua voz

“Levantem suas palavras, não sua voz. É a chuva que cresce flores, não o trovão”.

24- O silêncio é linguagem do universo

Muitas vezes, o melhor que temos a fazer é ficar em silêncio. No meio de uma briga, proponha o silêncio para que as palavras não matem os sentimentos. Quando estiver com quem ama e não souber o que falar, deixe que o silêncio mostre a sua plenitude.

 


POEMA: PROMESSAS DE UM MUNDO NOVO - THICH NHAT HANH

Prometa-me Prometa-me neste dia Prometa-me agora Enquanto o sol está sobre nossas cabeças Exatamente no zênite Prometa-me: Mesmo que eles Ac...